Uber deve ser processada sob acusação de expulsar rival Sidecar do mercado

Uber deve ser processada sob acusação de expulsar rival Sidecar do mercado

A Uber terá de enfrentar uma ação judicial sob a acusação de praticar preços predatórios ilegais e outras medidas anticompetitivas, que prejudicam a concorrência e que culminou com o afastamento da rival Sidecar do mercado de viagens compartilhadas. As informações são da agência de notícias Reuters.

De acordo com o juiz Joseph Spero, do tribunal federal de São Francisco, na Califórnia, a SC Innovations, empresa que sucedeu a Sidecar, entrou com um processo contra a Uber para tentar provar que essa última tentou monopolizar o negócio de compartilhamento de viagens. Para isso, ela adotou práticas predatórias, que acabam por afastar rivais menores, incluindo a Lyft, ou mesmo criando dificuldades para que haja competição entre os players do mercado. No último dia 21 de janeiro, Spero havia rejeitado uma versão anterior do processo.

Práticas anticompetitivas

Em 2012, a Sidecar lançou um serviço de carona compartilhada e foi a primeira empresa a oferecer um aplicativo que mostrava os preços aos usuários antes de fechar uma viagem e com a possibilidade de negociar as regras no ato de "match" entre passageiros e motorista.

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De acordo com a denúncia, a Uber, inicialmente, teria oferecido aos motoristas incentivos acima do praticado pelo mercado, além de tarifas mais baixas aos passageiros. O objetivo seria acumular participação de mercado, com uma ampla base de condutores e usuários.

Com o domínio do mercado, a empresa planejaria reduzir os pagamentos mais altos aos motoristas e aumentar as tarifas dos passageiros, usando com mais frequência as chamadas "tarifas dinâmicas" - quando os valores das corridas se elevam, no momento em que a demanda por viagens se torna mais alta que a oferta de carros. O objetivo de tal prática seria recuperar o dinheiro usado para acumular mercado na etapa inicial da estratégia.

Uber: empresa enfrentará processo por práticas anticompetitivas

Além disso, a Uber também foi acusada de ter reservado e cancelado secretamente viagens nos aplicativos dos concorrentes. Para isso, ela lançou mão de programas conhecidos como "Projeto Inferno" e "SLOG", O objetivo seria induzir motoristas e passageiros frustrados com outros apps a trabalhar com a empresa.

A Sidecar, também sediada em São Francisco, fechou em dezembro de 2015 e vendeu seus ativos para a General Motors Co. no ano seguinte.

Ao aceitar a denúncia contra a Uber, o juiz Spero escreveu: "Nesta fase, o tribunal considera as alegações de [abuso de] poder de mercado da Sidecar [contra a Uber] suficientemente plausíveis para evitar que o pedido seja indeferido".

O processo leva o nome de "SC Innovations Inc contra Uber Technologies Inc e outros". Ele está alocado no Tribunal Distrital dos EUA, no Distrito Norte da Califórnia, sob o número 18-07440. Procurada pela Reuters, um porta-voz da Uber se recusou a comentar.

Leia a matéria no Canaltech.

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