Funcionários do Google fazem petição para encerrar venda de tecnologias para polícia, diz agência

Funcionários do Google fazem petição para encerrar venda de tecnologias para polícia, diz agência
Eles pedem o fim de contratos de fornecimentos de pacotes corporativos da empresa para departamentos de polícia. Segundo agência, funcionários do Google estariam circulando uma petição para parar de fornecer serviços e produtos à polícia.

Arnd Wiegmann/Reuters

Mais de 1.600 funcionários do Google estão fazendo uma petição para que a empresa pare de vender emails e outros serviços aos departamentos de polícia, disse uma fonte familiarizada com o assunto na segunda-feira (23) à agência Reuters.

Os funcionários que assinaram uma petição expressaram decepção pelo fato de o Google não se juntar aos milhões que querem acabar com o financiamento dos departamentos de polícia.

Ativistas de direitos civis nos Estados Unidos há anos pedem a redução do policiamento tradicional, e os esforços ganharam força com os protestos nos EUA após a morte de George Floyd por um policial de Mineápolis no mês passado.

"Não devemos nos beneficiar do policiamento racista", afirmou a petição do Google, que citou as vendas do pacote G Suite da empresa, que inclui ferramentas para email, edição de documentos e armazenamento de arquivos, para o departamento de polícia de Clarkstown, Nova York.

"Temos termos de uso de longa data para plataformas de computação geralmente disponíveis, como Gmail, G Suite e Google Cloud Platform, e esses produtos permanecerão disponíveis para governos e autoridades locais, incluindo departamentos de polícia", disse porta-voz do Google à Reuters.

A polícia de Clarkstown não respondeu imediatamente a um pedido de comentário.

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O Google enfrentou críticas internas no passado por vendas e parcerias envolvendo militares dos EUA, bem como governos estrangeiros vistos por ativistas de direitos humanos como autoritários.

Embora tenha desistido de alguns negócios, como reconhecimento facial, o Google respondeu a preocupações dizendo que continua comprometido em ajudar os governos com segurança cibernética e outros problemas.

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"Estamos comprometidos com o trabalho que faz uma diferença significativa no combate ao racismo sistêmico, e nossos funcionários fizeram mais de 500 sugestões de produtos nas últimas semanas, que estamos analisando", acrescentou o porta-voz.