'Bad Boys Para Sempre' é boa surpresa e prova que franquia envelheceu muito bem; G1 já viu

Martin Lawrence e Will Smith estrelam 'Bad boys para sempre' - Divulgação/Sony

Martin Lawrence e Will Smith estrelam 'Bad boys para sempre' - Divulgação/Sony

Will Smith e Martin Lawrence voltam a viver detetives ainda cheios de química. Dupla de diretores belgas vai bem além do trabalho começado por Michael Bay. Parece que foi ontem, mas "Bad Boys", primeiro filme estrelado pelos (então) astros ascendentes Will Smith e Martin Lawrence foi lançado há 25 anos.

O longa veio na esteira de "Máquina Mortífera" e outros no estilo "policiais parceiros". Fez sucesso e marcou a estreia do diretor Michael Bay, hoje associado a filmes com explosões demais e histórias de menos.

Depois que saiu "Bad Boys II" (2003), parecia que Smith e Lawrence deixariam seus personagens de lado. Mas só parecia. Eles estão de volta em "Bad Boys Para Sempre", terceira parte da franquia, 17 anos depois.

A continuação surpreende com uma história bem melhor, cenas de ação empolgantes e um humor que funciona que é uma beleza. No Brasil, a estreia nos cinemas é nesta quinta-feira (30).

Assista ao trailer de 'Bad Boys Para Sempre'

Já no começo, vemos que Mike Lowery (Smith) e Marcus Burnett (Lawrence) continuam parceiros na polícia de Miami.

Eles são amigos, mas vivem realidades diferentes:

Mike continua a querer combater criminosos ("até os 100 anos de idade") e se comporta como se fosse jovem, com carros e roupas caras e nenhum compromisso sério;

Marcus já sente o peso da idade e está considerando se aposentar para ficar mais livre para sua família. Para piorar, o personagem de Lawrence adota uma filosofia de não usar a violência com ninguém, principalmente com bandidos, para desespero do amigo.

Só que Mike não contava que, em seu caminho, iria ressurgir uma pessoa importante de seu passado: a perigosa Isabel Aretas (Kate Del Castillo), esposa de um poderoso traficante de drogas. Ela o culpa por sua prisão e pela morte de seu marido.
Kate Del Castillo e Will Smith em 'Bad Boys para Sempre' — Foto: Divulgação
Kate Del Castillo e Will Smith em 'Bad Boys para Sempre' — Foto: Divulgação

Disposta a ter sua vingança depois de deixar a cadeia, Isabel conta com o apoio de seu filho, Armando (Jacob Scipio) para tentar matar todos os envolvidos no caso. Temendo por sua vida, Mike pede ajuda a Marcus para impedir o plano de Isabel.

Castillo (da novela mexicana "Rainha do Sul") faz uma vilã bem mais intimidadora do que a média.

Renovação bem-vinda

Franquias como as de "O Exterminador do Futuro" ou "As Panteras" falharam em conseguir novos fãs. Parecem estar desgastadas.

Mas "Bad Boys" consegue a proeza de provar que a dupla protagonista ainda tem gás para novas histórias. É surpreendente que consigam parecer ainda relevantes, mesmo tanto tempo depois da última vez que o público os viu em ação.

Uma das principais razões para isso é a renovação na direção: sai Michael Bay (que faz uma divertida participação) e entram Adil El Arbi e Bilall Fallah.

Os cineastas belgas de origem marroquina, que nunca tinham feito um campeão de bilheteria americano, impressionam pela segurança para construir sequências de ação.

Adil & Bilall reverenciam o trabalho de Bay ao recriar momentos icônicos dos filmes anteriores, bem inseridos na trama. É o bom e velho "fan service": dar aos fãs um pouco de nostalgia.

Mas eles conseguem mostrar sua personalidade e provam que sabem como conduzir um filme de milhões de dólares com eficácia. Só no terço final é que perdem um pouco a mão, mas deixam o saldo bastante positivo.

'High School Musical' com armas

Vanessa Hudgens, Paola Núñez, Alexander Ludwig e Charles Melton formam a equipe Ammo em 'Bad Boys Para Sempre' — Foto: Divulgação/Sony
Vanessa Hudgens, Paola Núñez, Alexander Ludwig e Charles Melton formam a equipe Ammo em 'Bad Boys Para Sempre' — Foto: Divulgação/Sony

"Bad Boys Para Sempre" é bem mais divertido do que a segunda parte da franquia. O mérito é da direção, mas também dos roteiristas, os pouco badalados Joe Carnahan ("Esquadrão Classe A") e Peter Craig ("Jogos Vorazes").

O humor criado por eles está também no choque de gerações: Mike e Marcus têm que lidar com a chegada de um novo grupo de policiais de elite.

A equipe, liderada por Rita (Paola Nunez), que teve um caso com Mike, chama a atenção não só por suas habilidades, mas por quebrar clichês do gênero.

Dorn (Alexander Ludwig, também de "Jogos Vorazes") é loiro, alto, forte, meio nerd e detesta violência. Vanessa Hudgens é Kelly, uma policial bem agressiva e boa com armas. É bem diferente da Gabriella de "High School Musical", filme que a tornou famosa.

O personagem de Smith até faz um trocadilho ao dizer que o grupo de policiais é um "High School Musical com Armas". A piada faz sentido, mas os jovens reforços vão além dela.

Nada será como antes

Will Smith e Martin Lawrence voltam à ação em 'Bad Boys Para Sempre' — Foto: Divulgação/Sony
Will Smith e Martin Lawrence voltam à ação em 'Bad Boys Para Sempre' — Foto: Divulgação/Sony

Além dos bons personagens, o roteiro cria uma reviravolta que muda a dinâmica de Mike e Marcus. Se ela não existisse, talvez o filme seria apenas mais um de tantos deste estilo.

É claro que nada disso valeria a pena se a dupla principal não mostrasse uma sincronia tão boa. Will Smith e Martin Lawrence provam que a química entre os dois continua forte: em momentos absurdos ou mais dramáticos.

O filme faz bem para Smith, que vinha de projetos medianos como "Projeto Gemini", e também para Lawrence, que passou os últimos anos mais envolvido com produções de TV.

Com um final que deixa brecha para mais uma sequência, "Bad Boys Para Sempre" é a segunda prova de que basta Michael Bay se afastar de um projeto que iniciou para ele melhorar (a primeira foi "Bumblebee").

Mas cabe avisar que ele deve voltar como produtor nos próximos filmes e o jeito é torcer para que ele não interfira muito. Basta manter o bom nível obtido aqui para que Smith e Lawrence façam a alegria dos fãs. Dos novos ou dos que estão com eles desde 1995.

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