Facebook diz que empresa no Vietnã é responsável por ataques cibernéticos contra ativistas e agências governamentais
Prestadora de serviços de TI diz que rede social cometeu 'erro' e que não é responsável por ataques. Grupo 'OceanLotus' também já foi associado a ataques contra empresas de vários setores. Facebook investigou atuação de ciberespiões na rede social e responsabilizou empresa no Vietnã. Dado Ruvic/ReutersO Facebook disse que rastreou a origem dos hackers conhecidos como "OceanLotus" para uma prestadora de serviços de tecnologia chamada CyberOne Group, sediada no no Vietnã. O OceanLotus já foi apontado como responsável por ataques contra ativistas de direitos humanos, várias organizações do setor privado e também agências governamentais do Camboja, da China e do Laos.Esse grupo de ciberespiões, também conhecido como "APT32", já foi associado ao governo do Vietnã. O Facebook, contudo, não mencionou esse vínculo.Em uma mensagem enviada à agência Reuters, a CyberOne negou envolvimento nas ações e disse que a acusação se trata de um "erro". Em ocasiões anteriores, o governo do Vietnã também já negou que estaria patrocinando esses ataques.A página oficial da CyberOne não está mais disponível na web, mas versões arquivadas mostram que a companhia procurava profissionais capazes de invadir sistemas. Esses profissionais podem atuar de forma legítima no chamado "Red Team" – a equipe que simula invasões para testar a segurança de empresas –, mas as técnicas são as mesmas que seriam utilizadas em uma invasão real.SAIBA MAIS: Hackers atacam empresa de segurança digital FireEye com técnicas 'nunca antes vistas' e roubam códigos de invasão O Facebook já atuou contra atividades de hackers e campanhas de desinformação em outras ocasiões, mas é a primeira vez que a rede social acusa instituições ou indivíduos específicos pelas ações.Veja páginas removidas pelo Facebook por promoverem desinformação e que foram apontadas em investigação Facebook remove campanhas de desinformação vindas de Rússia e Irã e anuncia medidas para evitar interferência em eleiçõesVírus contra macOS, Windows e AndroidA revelação da possível identidade dos ciberespiões do OceanLotus acontece pouco após diversas empresas de segurança detalharem atividades recentes desse grupo. No fim de novembro, a Microsoft e a Trend Micro detalharam pragas digitais usadas por esse grupo para espionar sistemas macOS e Windows.O Facebook explicou que esses hackers atuam principalmente com o envio de mensagens maliciosas para contaminar os computadores das vítimas com malwares – uma descrição alinhada às descobertas de outros especialistas. Mas, além de Windows e Linux, a rede social disse que os hackers também usavam apps de Android disponíveis no Google Play. Esses apps solicitavam diversas permissões e, com isso, podiam espionar seus alvos diretamente no smartphone.O uso de programas espiões para Android confirma descobertas publicadas em maio pela fabricante de antivírus Kaspersky. A empresa identificou que um programa de espionagem permaneceu ativo discretamente por vários anos na Play Store.Falsificação de denúnciasAlém dos hackers que o Facebook rastreou no Vietnã, a rede social também anunciou medidas para bloquear invasores localizados em Bangladesh. Embora não tenha qualquer relação com o grupo vietnamita, esses hackers também atuaram para censurar ativistas e jornalistas do país.A metodologia desses invasores era diferente. Em vez de espalhar códigos maliciosos, eles atacavam diretamente as contas dos alvos ou de outros usuários do Facebook com o objetivo era inundar a rede com denúncias de conteúdo indevido, como violação de direitos autorais, nudez e até terrorismo. Essa manipulação dos sistemas do Facebook poderia fazer com que as contas dos ativistas fossem removidas.O Facebook disse acreditar que esses invasores agiam fora de sua plataforma, comprometendo a conta de e-mail ou dispositivos usados pelos usuários, inclusive para abusar do serviço de recuperação de conta para usuários que esqueceram suas senhas.Dúvidas sobre segurança, hackers e vírus? Envie para [email protected]Veja 5 dicas se segurança para a sua vida digital:5 dicas de segurança para sua vida digitalAprenda mais dicas em vídeos: