Instagram culpa filtro de spam por dificuldades em postagens sobre racismo

Instagram culpa filtro de spam por dificuldades em postagens sobre racismo
O Instagram culpou uma falha em seu filtro de spams pela dificuldade de alguns usuários em postar conteúdo com a hashtag Vidas Negras Importam (Black Lives Matter, no original em inglês). As dificuldades vinham sendo relatadas desde o último final de semana e aconteciam tanto na linha do tempo quanto nos Stories, com os utilizadores recebendo uma mensagem de que a ação estava sendo bloqueada. Em um momento de convulsão social, é claro que isso não pegou nada bem para a companhia.

Em comunicado rápido publicado pelo Twitter, a rede social afirmou que o problema foi causado por seus sistemas de detecção e combate ao spam, que age sempre que uma hashtag ou tema começa a ter atividade crescente em alta velocidade. Por conta dos protestos do final de semana, foi exatamente isso o que aconteceu com a campanha Vidas Negras Importam, com alguns usuários sendo impedidos de realizar postagens, mas sem que sofressem maiores penalizações em suas contas.

Os casos envolvendo a linha do tempo e os Stories, segundo o Instagram, são separados e estão sendo investigados de forma distinta. Esse trabalho, afirmou a empresa, está acontecendo com agilidade para garantir que as publicações relacionadas aos protestos e à questão racial sejam retomadas o mais rapidamente possível. A publicação da hashtag e conteúdo relacionado, de acordo com o comunicado, é apoiada e celebrada pela companhia.

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A fala também vem para rebater as críticas que vinham se acumulando sobre uma suposta tentativa do Instagram de silenciar o movimento. Os Stories da rede social vêm se tornando uma ferramenta importante para o compartilhamento rápido de imagens de violência policial durante as manifestações, marcação e divulgação de atos ou simplesmente demonstrações de apoio à causa. A ideia de que alguns usuários estavam sendo impedidos de fazerem exatamente isso, claro, não pegou bem.

A empresa também não disse exatamente quantos e quais usuários estavam caindo erroneamente nesse bloqueio. A notícia, porém, faz pensar que os afetados já estariam entre aqueles que recebem maior escrutínio por comportamentos suspeitos — a ocorrência de bloqueios durante um momento tão importante e com necessária mobilização, entretanto, chamou a atenção para o caso.

O caso é mais uma entrada na lista de críticas e atitudes inadequadas que vêm sendo tomadas pelo Facebook durante o momento atual. Os ataques à rede social envolvem também a dificuldade em lidar com a proliferação de fake news e discurso de ódio em sua plataforma ou a decisão de não moderar publicações do presidente dos EUA Donald Trump sobre o uso de força contra manifestantes no último final de semana.

A decisão contrária à que foi tomada pelo Twitter, por exemplo, foi apoiada pelo próprio fundador da empresa, Mark Zuckerberg. Em postagem, ele afirma que a publicação de Trump, ainda que inflamada, servia como um exemplo de discussão sobre a utilização da violência. No post, o presidente norte-americano ameaça usar os militares para conter as manifestações e que ordenaria aos oficiais que atirassem contra aqueles envolvidos em saques. O posicionamento do CEO da rede social levou a protestos dos próprios funcionários.

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