Família de Educadores | conheça a trajetória da professora Arlete Loureiro, neta de Pedrina Pires Zadra

Aos 96 anos, lúcida e "com as pernas boas", Arlete foi entrevistada pelo Projeto Porto de Memórias, para compartilhar sua trajetória de vida e lembranças, em uma nova série de entrevistas perfil.

Família de Educadores | conheça a trajetória da professora Arlete Loureiro, neta de Pedrina Pires Zadra


Arlete Loureiro nasceu em São Paulo, no bairro da Lapa, no dia 13 de janeiro de 1926, e cresceu em Porto Ferreira. Filha de Nadir Zadra Ribaldo e Neta de Pedrina Pires Zadra, trilhou os caminhos de grande parte da família, seguindo os passos do magistério e lecionando em grandes escolas de nossa cidade.

Aos 96 anos, lúcida e "com as pernas boas", Arlete foi entrevistada pelo Projeto Porto de Memórias, para compartilhar sua trajetória de vida e lembranças. Ela conta que iniciou os anos de sala de aula lecionando na Fazenda Jaraguá e em seguida, trabalhou no Grupo Escolar Sud Mennucci, na escola Noraide Mariano e também como vice-diretora na escola Professor José Gonso.

Formada em Pedagogia e Administração, Arlete aprendeu de berço a importância da profissão que amou. Sua mãe, a professora Nadir Zadra Ribaldo, foi ao longo da vida uma inspiração para que a jovem Arlete concluísse os estudos e seguisse a carreira de professora. "Mamãe foi professora no Sud, pois ela se aposentou alí".

Emocionada, Arlete conta que a mãe, que hoje batiza com seu nome a escola no Alto Serra D'água, sempre se empenhou pela causa da educação e deixou a sua mensagem para os alunos das futuras gerações.

"Ela foi uma excelente pessoa, excelente professora e os alunos gostavam muito dela e eu peço para que os alunos que estudam lá que continuem estudando como ele estudou e como ela ajudou na educação de cada aluno dela e para nunca deixar de estudar por que isso é uma coisa que ajuda demais na vida da pessoa"

A missão de educar, com gestos e palavras, fez parte de toda a família de Arlete, ela, sua mãe Nadir, sua avó Pedrina, e seu filho, professor Antônio José Ribaldo Loureiro, o Tói Zé, todos tornaram-se grandes nomes do ensino em Porto Ferreira. "Eu gostava de ser professora, essa profissão serviu muito. Eu gostava muito dos meus alunos, tinha uns meio levados, mas tinha que ter né".

Ela se recorda ainda que ensinava aos seus alunos uma pequena canção de boas vindas, toda a vez que chegava visitas na classe. Os alunos levantavam e cantavam, como ela mostrou: "Bom dia ó professora/ de volta à escola estou/ deixei a mamãe em casa/ seu amigo agora sou". "Eu adorava isso aí".

Ela se recorda de um gesto de carinho que recebeu de um de seus milhares de alunos. A ação da criança marcou sua memória. "Um dia eu fui para escola doente, mas eu fui porque eu não queria faltar, quando eu cheguei na classe e sentei na cadeira, não aparentava estar bem. Veio então uma menininha e falou "Dona Arlene, eu vou tomar conta da senhora, pode ficar sossegada", isso por que a perninha dela não alcançava o chão".

O projeto Porto de Memórias foi idealizado pelo ferreirense e jornalista Felipe Lamellas e se propõe a contar histórias de vida de personalidades marcantes para a cidade, conhecidas ou não. O objetivo principal é resgatar e preservar a memória da comunidade local, contando histórias, causos e lembranças de membros da sociedade, que se confundem com a própria história da cidade.