EUA tiram do ar sites do Irã acusados de 'desinformação'

EUA tiram do ar sites do Irã acusados de 'desinformação'
Texto exibido nas páginas dizia que ação foi ordenada por autoridades americanas. Mensagem exibida em um dos sites ligados ao regime iraniano retirados do ar nesta terça-feira (22) diz que site foi tirado do ar por autoridades americanas

Reuters

Sites ligados ao governo do Irã apareceram fora do ar nesta terça-feira (22) e com uma mensagem na tela atribuída às autoridades dos Estados Unidos. O texto dizia que essas páginas haviam sido retidas por ordem órgãos de segurança americanos.

Oficialmente, o governo dos Estados Unidos não se pronunciou a respeito da ação. Mas uma fonte governamental disse, em condição de anonimato, que a decisão partiu das autoridades americanas como retaliação a sites que "espalham desinformação". A IRNA, agência estatal do Irã, disse que o bloqueio foi ordenado pelo governo americano.

Momentos depois da derrubada, alguns dos sites voltaram ao ar ou abriram novas páginas em outros domínios.

A derrubada foi amplamente criticado no Irã: segundo a Reuters, a agência iraniana YJC — considerada semi-oficialista em relação a Teerã — disse que a ação atribuída aos EUA "demonstra que os pedidos por liberdade de expressão são mentirosos".

Alguns dos sites, embora ligados ao Irã, têm sede em outros países, incluindo o Líbano e o Reino Unido. Outro portal era administrado por lideranças houthis, que combatem uma coalizão liderada pela Arábia Saudita no Iêmen.

Não é a primeira vez que uma ação do tipo ocorre: em outubro do ano passado, procuradores dos EUA ordenaram a derrubada de uma rede que, segundo as autoridades americanas, era usada como instrumento de campanha da Guarda Revolucionária do Irã.

Novo presidente rejeita encontro com Biden

A ação tomada pelo governo americano ocorre menos de uma semana depois das eleições presidenciais iranianas que deram vitória a Ebrahim Raisi, considerado ultraconservador. Em entrevista coletiva, o presidente eleito disse que não pretende se encontrar com Joe Biden.

Eleito com quase 62% dos votos, o novo presidente elogiou a "presença massiva" da população iraniana nas seções eleitorais "apesar da guerra psicológica travada pelos inimigos do Irã". O pleito, no entanto, foi marcado por uma abstenção recorde.