Presidente-executivo da rede social Parler é demitido pelo conselho

Presidente-executivo da rede social Parler é demitido pelo conselho
John Matze foi cofundador da plataforma usada por muitos apoiadores de Trump. Ele afirmou que não foi informado dos motivos da decisão. Imagem mostra aplicativo e página da rede social Parler

Olivier Douliery/AFP

O presidente-executivo da rede social Parler, John Matze, foi demitido pelo conselho diretor da empresa na última sexta-feira (29). Matze, que cofundou a plataforma em 2018, afirmou à Reuters que não participou da decisão.

A rede social, utilizada por apoiadores do ex-presidente americano Donald Trump, está fora do ar desde o início de 2020.

Google e Apple retiraram os aplicativos de suas plataformas, e a Amazon suspendeu o serviço de hospedagem poucos dias depois da invasão ao Congresso dos Estados Unidos que deixou 5 mortos. A rede social é acusada de não moderar posts que incitam violência.

Matze era um dos responsáveis pelas tentativas de retorno da Parler. Em 21 de janeiro, a Justiça Federal dos Estados Unidos rejeitou um pedido da plataforma para que Amazon restaurasse a sua hospedagem.

"Em 29 de janeiro de 2021, o conselho da Parler controlado por Rebekah Mercer decidiu encerrar imediatamente a minha posição como CEO. Eu não participei dessa decisão", disse Matze em um memorando enviado a funcionários da rede, segundo a Reuters.

"Nos últimos meses, encontrei constante resistência à minha visão de produto, minha forte crença na liberdade de expressão e minha visão de como o site Parler deve ser administrado", afirmou.

Apple, Google e Amazon removem aplicativo Parler de suas lojas virtuais

Rebekah Mercer é quem financia a Parler, conhecida por suas contribuições a movimentos conservadores. Ela é filha de Robert Mercer, um gerente de um fundo multimercado e cofundador da agora extinta empresa de análise de dados Cambridge Analytica, que se envolveu no escândalo de vazamento de dados do Facebook.

Ao jornal "New York Times", o ex-presidente-executivo da Parler afirmou que acredita que sua demissão tem a ver com divergências de opinião com Rebekah Mercer.

Segundo ele, Mercer não queria impor nenhum tipo de restrição aos conteúdos publicados pelos usuários, embora essa filosofia pudesse causar problemas para manter a rede social no ar.

Veja dicas sobre segurança digital: