IBM diz que processo de transporte de vacinas contra Covid-19 é alvo de hackers

IBM diz que processo de transporte de vacinas contra Covid-19 é alvo de hackers
Cibercriminosos enviaram e-mails falsos para empresas envolvidas na logística das doses. Empresa não revelou se o ataque teve algum sucesso. Hackers tentaram obter informações sobre processo de logística da vacina contra Covid-19.

REUTERS/Dado Ruvic

A IBM emitiu um alerta nesta quinta-feira (3) sobre hackers que visam empresas essenciais para a distribuição de vacinas contra Covid-19.

A empresa disse em publicação em seu blog que descobriu "uma campanha global de phishing" (um tipo de golpe que tenta enganar as pessoas por meio de e-mails falsos) focada em organizações associadas à "cadeia fria" da vacina contra Covid-19 – mas não indicou se ela foi bem-sucedida.

A "cadeia fria" é o processo necessário para manter as doses da vacina em temperaturas extremamente baixas, enquanto são transportadas.

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A unidade de cibersegurança da IBM afirmou ter detectado um grupo avançado de hackers trabalhando para coletar informações sobre diferentes aspectos desse processo de logística.

Para isso, os hackers usaram e-mails meticulosamente elaborados com armadilhas eletrônicas enviados em nome de um executivo da Haier Biomedical, uma empresa chinesa especializada em transporte de vacinas e armazenamento de amostras biológicas.

O objetivo dos criminosos era obter credenciais de login dessas companhias para ter acesso a "redes corporativas e informações sensíveis sobre a distribuição da vacina", segundo os pesquisadores.

O relatório sugere que os invasores poderiam roubar informações, obter detalhes sobre tecnologia e contrato, criar confusão e desconfiança nas vacinas ou até mesmo perturbar o esquema de logística.

Os hackers realizaram "um esforço excepcional", disse a analista da IBM Claire Zaboeva, que ajudou a produzir o relatório. Eles pesquisaram a marca, o modelo e o preço correto de várias unidades de refrigeração da Haier, afirmou Zaboeva.

A IBM não revelou se a campanha teve algum sucesso, e disse que a coordenação do ataque sugere que houve participação de alguma nação, sem apontar para nenhum país específico.

Entre os alvos do ataque estavam um órgão de fiscalização aduaneira da Comissão Europeia e empresas de diversos países.

A IBM não apresentou os nomes das companhias afetadas, mas disse que todas provavelmente estavam associadas com um programa de logística liderada pela Gavi, uma aliança internacional de vacinação.

A Agência de Segurança Cibernética e de Infraestrutura dos Estados Unidos também publicou o relatório, alertando os membros da Warp Speed – a operação nacional de vacinação do governo dos Estados Unidos – para ficarem atentos.

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