TikTok propõe coalizão entre redes sociais para remover conteúdos sensíveis

TikTok propõe coalizão entre redes sociais para remover conteúdos sensíveis
Aplicativo diz ter retirado 105 milhões de vídeos que violaram suas diretrizes durante o primeiro semestre de 2020. Logo do aplicativo TikTok

Dado Ruvic/Reuters

O TikTok propôs nesta terça-feira (22) a criação de uma coalizão com outras plataformas de redes sociais para evitar a disseminação de conteúdos sensíveis.

A companhia também divulgou seu relatório de transparência que detalha a remoção de vídeos no aplicativo durante o primeiro semestre de 2020.

Vanessa Pappas, atual líder do TikTok, anunciou ter enviado uma carta para 9 plataformas defendendo a criação de um "memorando de entendimento" para criar um sistema que permita que as empresas comuniquem umas às outras sobre conteúdos sensíveis.

Ao G1, a assessoria do TikTok informou que o documento foi enviado para o Facebook, Google, Instagram, Pinterest, Reddit, Snapchat, Twitch, Twitter e YouTube.

"Recentemente, as plataformas sociais e de conteúdo foram mais uma vez desafiadas pela publicação e postagem cruzada de conteúdo com suicídio explícito que afetou a todos nós – assim como nossas equipes, usuários e comunidades", escreveu.

Saiba mais: A luta para remover do TikTok vídeo de suicídio que viralizou

A executiva disse que os esforços de proteção dos usuários seria "impulsionado significativamente por meio de uma abordagem formal e colaborativa de identificação precoce e notificação entre os participantes da indústria sobre conteúdo gráfico extremamente violento, incluindo o suicídio."

Vídeos removidos do TikTok

A rede social disse ter removido quase 105 mil vídeos que violavam as políticas de comunidade ou termos de serviço. Segundo o TikTok, isso é menos do que 1% do total de vídeos compartilhados no app.

Conteúdos com nudez adulta e atividades sexuais são o principal alvo das remoções, com 30,9% das ocorrências.

Em seguida aparecem conteúdos que possam violar a segurança de menores (22,3%), atividades ilegais e mercadorias reguladas (19,6%), suicídio, automutilação e atos perigosos (13,4%) e conteúdo violento (8,7%).

Assim como outras plataformas, o aplicativo utiliza sistemas automatizados para a remoção de conteúdos.

Saiba mais: Criticadas por conteúdo violento, redes sociais dizem que investem em tecnologia para remover postagens mais rápido

O relatório indica que 96,4% dos vídeos foram retirados antes de um usuário notificar os moderadores, e 90,3% saíram do ar sem nenhuma visualização.

O Brasil é o 4º país com mais vídeos removidos, com 5,5 milhões de conteúdos retirados ao ar.

O campeão é a Índia, com 37,6 milhões de remoções – o aplicativo, porém, foi banido do país em agosto.

Os números de remoções por país:

Índia - 37,6 milhões;

Estados Unidos - 9,8 milhões;

Paquistão - 6,4 milhões;

Brasil - 5,5 milhões;

Reino Unido - 2,9 milhões.

Esses conteúdos não incluem o vídeo de suicídio que viralizou na plataforma em setembro. Os dados vão de janeiro a junho de 2020.

O relatório indica também solicitações jurídicas com pedidos de informações de usuários. Isso pode acontecer na tentativa de identificar a pessoa responsável por uma publicação, por exemplo.

O TikTok diz que analisa se a autoridade que realizou o pedido tem o direito de acessar essas informações.

No Brasil, só houve um pedido do tipo, mas o aplicativo não cedeu as informações.

Veja os números:

Índia: 1187 pedidos – 79% atendidos;

EUA: 222 pedidos – 85% foram atendidos;

Alemanha: 30 pedidos – 30% atendidos;

Reino Unido: 12 pedidos – 58% atendidos;

Japão: 12 pedidos – 44% atendidos.

Há dados sobre solicitações de governos para a restrição de conteúdos de acordo com as leis locais. O Brasil não realizou pedidos como esse. Veja os dados:

Rússia: 296 remoções ou restrições após 15 pedidos;

Índia: 225 remoções ou restrições após 55 pedidos;

Paquistão: 129 remoções ou restrições após 4 pedidos;

Bélgica: 8 remoções ou restrições após 10 pedidos;

Austrália: 5 remoções ou restrições após 13 pedidos.

O TikTok está em meio a uma negociação para permanecer funcionando nos Estados Unidos, após o presidente americano Donald Trump banir o TikTok do país caso ele não fosse vendido.

A companhia tem um acordo encaminhado com as americanas Oracle e Walmart para a criação de um novo negócio nos EUA, chamado TikTok Global. No entanto, há divergências sobre o controle da operação.

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