Nevoeiro está no centro das investigações iniciais do acidente com helicóptero de Kobe Bryant

Áudios da torre de controle indicam que aeronave estava em condições especiais, com baixa visibilidade e voando a pouco menos de 500 metros de altitude

Nevoeiro está no centro das investigações iniciais do acidente com helicóptero de Kobe Bryant

Um voo baixo, em condições difíceis e com pouca visibilidade. O helicóptero em que estava Kobe Bryant, que acabou colidindo e matando o ex-astro da NBA, sua filha e outras sete pessoas, perdeu contato com a torre de controle enquanto voava a menos de 500 metros de altitude. Agora, o foco da investigação inicial para descobrir a causa do acidente é entender as condições do nevoeiro em Calabansas, onde ocorreu a queda.



 — Foto: Infográfico/GloboEsporte.com
— Foto: Infográfico/GloboEsporte.com

Os investigadores do Comitê Nacional de Segurança do Transporte (NTSB, em inglês) iniciaram o trabalho ouvindo testemunhas oculares do acidente, buscando entender os motivos. Há um consenso que havia muita neblina no local de voo e, por isso, uma necessidade de entender a névoa para que se chegue à uma conclusão do ocorrido.

- Não parecia que estava certo, estava muito lento. Eu vi (a aeronave) caindo e chacoalhando. Mas, era difícil de entender porque estava com muita neblina. O helicóptero sumiu numa nuvem e então teve um "boom". Vi uma grande bola de fogo. Ninguém poderia sobreviver àquilo - disse uma das testemunhas ouvidas pelo jornal "Los Angeles Times".

Carros de bombeiros próximos ao local do acidente de helicóptero, que matou o astro da NBA Kobe Bryant, em Calabasas, Califórnia — Foto: Departamento de Polícia de Los Angeles
Carros de bombeiros próximos ao local do acidente de helicóptero, que matou o astro da NBA Kobe Bryant, em Calabasas, Califórnia — Foto: Departamento de Polícia de Los Angeles
Para se ter ideia, ainda segundo o jornal de Los Angeles, a névoa era tamanha que o Departamento de Polícia da cidade manteve seus helicópteros em solo, sem voos naquela manhã, por conta do forte nevoeiro na região.

- A situação climática não atendia os padrões mínimos para voo. O departamento exige um mínimo de duas milhas (3,2 km) de visibilidade e um teto de nuvens de 800 pés (240 metros) para voar - afirmou o porta-voz do departamento de polícia Josh Rubenstei.

Áudios divulgados nesta segunda-feira mostram a comunicação do helicóptero com as torres de controle em Los Angeles. No último contato feito pelo piloto, no momento em que sobrevoava sobre Calabasas, a aeronave voava em condições visual especial a 1.500 pés (450 metros).

O contato via rádio foi perdido logo que o controle foi repassado da torre de Van Nuys para a Socal Approach (radar do terminal Southern California). Como voava em altitude abaixo do normal, as ondas de rádio ficam mais difíceis de se propagarem e, com isso, pode ter havido um corte na comunicação. A última mensagem informa que o N72EX (código da aeronave) estava em altitude abaixo do ideal para aquela área.

Na sequência, o helicóptero some do radar, indicando que possivelmente colidiu com um terreno na região de Calabasas (escute os áudios, em inglês, e veja o radar no vídeo em globoesporte.com).