Hubble sofreu centenas de impactos com detritos espaciais ao longo de 30 anos

Hubble sofreu centenas de impactos com detritos espaciais ao longo de 30 anos

Durante seus 30 anos na órbita terrestre, o Telescópio Espacial Hubble sofreu impactos de detritos que ensinaram algumas coisas aos cientistas da NASA e da ESA, as agências espaciais parceiras no projeto.

A primeira vez que os pesquisadores contemplaram o resultado de impactos no Hubble foi após a missão de 1993, quando astronautas tiveram que ir ao espaço para instalar a correção óptica no telescópio. Eles substituíram os painéis solares e trouxeram um deles de volta à Terra, e então viram que ele exibia centenas de pequenas crateras causadas por mais de dois anos de impactos.

Claro, não houve nenhuma colisão que danificasse o equipamento - as crateras de impacto tinham desde mícrons a milímetros de diâmetro. Mas o tempo passa e os detritos continuam atingindo o Hubble. Nove anos depois, os painéis solares foram novamente substituídos e retornaram à Terra, daquela vez, acumulando quase uma década de microcrateras.

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Painéis solares construídas pela ESA para o Telescópio Espacial Hubble recuperados em 2002 (Foto: ESA)

Esse painel está agora em exibição no Centro de Tecnologia da ESA (ESTEC), na Holanda, mas uma parte dele chegou à sede do Escritório de Detritos Espaciais da Alemanha. Essas marcas são uma amostra única e valiosa da atividade de voos espaciais e suas consequências ao longo do tempo.

As microcrateras foram estudadas para determinar seu tamanho e profundidade, mas também para procurar por resíduos, que poderiam conter elementos de outros mundos. No entanto, eles acabaram descobrindo pequenas quantidades de alumínio e oxigênio, uma forte indicação que os detritos são resultado da atividade humana, mesmo - ou seja, são resíduos de queima de motor de foguetes.

De acordo com a ESA, para cada quilômetro cúbico no espaço ao redor da Terra, há pelo menos um minúsculo objeto que pode colidir o tempo todo com o Hubble. Pode não parecer muito, mas o telescópio e os detritos viajam a 7,6 km/s, e as colisões podem vir de toda a parte. Assim, as chances de impacto aumentam bastante e atingem velocidades de até de 10 km/s.

Embora isso não comprometa o funcionamento do Hubble, essas colisões podem desgastar o equipamento gradualmente, incluindo diminuir o potencial de produção de energia solar através dos painéis. E, infelizmente, o risco de colisão com objetos maiores também está aumentando. Fragmentos de detritos que variam de 1 a 10 cm têm energia suficiente para destruir um satélite inteiro. Na altitude do Hubble, a probabilidade de colisão com um desses objetos dobrou desde o início dos anos 2000.

Para reduzir os riscos, a ESA encomendou uma missão para remover detritos, chamada ClearSpace-1. A agência espacial europeia também está desenvolvendo tecnologias automatizadas de prevenção de colisão.

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