Análise | SanDisk Extreme Portable SSD é o melhor custo-benefício da categoria
Atualmente, no Brasil, a grande maioria dos computadores saem das lojas equipados com discos rígidos mecânicos, que embora ofereçam um espaço razoável de armazenamento (geralmente 500 GB ou 1 TB), comprometem o sistema com velocidades de escrita e leitura muito baixas, frustrando os usuários. Seja por questão de desempenho ou mais espaço, geralmente a dica é ir atrás de um SSD ou de um HDD externo. O problema da primeira opção é que, embora entregue altas taxas de transferência, ela é cara, o que acaba levando muita gente a optar por um modelo com apenas 120 GB ou 240 GB de armazenamento. A segunda é mais barata e oferece mais espaço, mas também sofre do problema de desempenho... Eis um dilema, que força o consumidor a escolher pagar mais caro por mais desempenho e menos espaço; ou mais espaço com o desempenho de sempre. E se houvesse uma maneira de unir o melhor dos dois mundos?
É essa a proposta do Extreme Portable SSD, a mais nova oferta de SSD externo que a SanDisk colocou no mercado. Fininho (são apenas 8,8 mm de espessura) e um pouco maior que um cartão de crédito, ele oferece toda a praticidade e portabilidade de um HDD externo com desempenho de um SSD padrão. O produto é comercializado no Brasil em versões de 500 GB e 1 TB, que saem na faixa dos R$ 570 e R$ 1.280, respectivamente, e se destaca pelo design compacto (ele possui apenas 2 mm de espessura e é do tamanho de um cartão de crédito) e pela construção resistente a poeira, água e impactos. Isso sem falar nas taxas de transferência, que nos testes do Canaltech ultrapassaram os 540 MB/s de leitura.
Mas a quem exatamente o Extreme Portable SSD da SanDisk é destinado? Mais do que isso: por esse preço todo, será que ele vale a pena? É isso o que iremos contar para você nesta análise.
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O produto
Embora não seja exatamente o SSD externo mais compacto do mercado (medindo 50 x 96,2 x 8,8 mm), o SanDisk Extreme Portable chama a atenção pelo design curioso. Em vez de um bloco quadradão e soturno com cantos levemente arredondados, a SanDisk ousou e fez o dispositivo com uma aparência mais "divertida", vamos dizer assim.
Todos os cantos são curvados, o que facilita na hora de deslizar o SSD para dentro do bolso e não marca tanto assim na bermuda ou calça. Também chama a atenção o plástico emborrachado utilizado no acabamento do produto, o que certamente vai agradar quem não gosta do famigerado black piano ou metal escovado, que correm o risco de arranhar com o vento ou com partículas duras que entrem em atrito com ele.
A opção por esse material entrega que a SanDisk pensou no produto para uso outdoor, já que o chassi não arranha nem fica marcado com tanta facilidade depois de uma pancada. E não para por aí. Outros dois aspectos contribuem para essa percepção: o lanço laranja de plástico na porção superior, que pode ser usado para fixar o SSD a um chaveiro ou até mesmo um gancho, e a certificação IP55 de resistência a água e poeira.

Apesar dessa garantia da fabricante, é bom ficar atento e sair por aí praticando mergulho com o SSD no bolso. Nos testes do Canaltech, ele aguentou um "banho" rápido de 10 minutos num recipiente com 20 centímetros de água. Na hora de trazê-lo de volta à superfície, sentimos falta de um protetor para a porta USB-C, que fica exposta e toda molhada depois do mergulho. Por isso, o usuário tem de ter todo o cuidado para limpar e secá-la completamente antes de usar.
Outra característica que nos chamou a atenção negativamente foi o cabo incluído na caixa com o drive de estado sólido da SanDisk. Com conectores USB-C nas duas pontas, ele vem acompanhado de um adaptador USB-A, o que o torna compatível com todos os computadores atuais – até mesmo aqueles que só possuem entradas USB-C. Porém, o cabo tem pouco mais de 15 centímetros de comprimento e é relativamente rígido, o que nos fez pensar que a fabricante imaginou apenas um cenário de uso para o componente: conectado a um notebook e posicionado imediatamente ao lado dele. Ou seja, a não ser que você queira ver o produto praticando rapel, nem pense em conectá-lo ao painel traseiro do seu desktop.
De resto, cabe notar que a parte superior do Extreme Portable SSD é feita de plástico texturizado, infelizmente sem qualquer função dissipadora — isso fica por conta da estrutura de aço sob a carcaça e que também é responsável por vedar a passagem de água para a PCB, controladora e chip de armazenamento. Na parte de trás, vemos a conexão USB-C 3.1 de segunda geração, mas sem qualquer LED indicador de atividade.

Especificações
Ao todo, a SanDisk disponibilizou quatro versões diferentes do Extreme Portable SSD no mercado, mas apenas duas delas chegaram ao Brasil: a de 500 GB, que no momento que esta análise é escrita pode ser encontrada por R$ 570; e 1 TB, que está saindo por cerca de R$ 1.280. Na gringa, é possível encontrar opções de 250 GB (US$ 73) e 2 TB (US$ 330).
A capacidade de armazenamento, porém, é a única diferença entre as versões, já que todas elas compartilham das mesmas especificações. A porta USB 3.1 de segunda geração, por exemplo, dá ao componente capacidade de alcançar taxas de transferência de leitura sequencial de até 550 MB/s. Curiosamente, a SanDisk não disponibiliza nenhuma informação sobre o desempenho de escrita sequencial ou aleatória do desempenho, tampouco oferece informações de TBW.
Internamente, a SanDisk substituiu a antiga memória flash NAND TLC com buffer SLC, que não conseguia lidar muito bem com a transferência de arquivos grandes. No lugar dela, a fabricante empregou o novo padrão proprietário da Toshiba BiCS FLASH 3D NAND de 64 camadas, que entrega taxas de escrita mais altas e estáveis que antes a um custo reduzido e sem aquecer tanto o componente quanto antes.
De fábrica o Extreme Portable SSD vem formatado em exFAT, o que significa que basta tirá-lo da caixa para usar no Windows, macOS e Linux. Se você é usuário Windows, a dica é formatar o componente para o sistema NTFS, assim você habilita o TRIM, que limpa automaticamente informações de dados excluídos do drive e mantém seu desempenho no máximo possível.

Por fim, se você está em busca de um dispositivo de armazenamento para guardar arquivos em segurança, o Extreme Portable SSD vem com uma cópia do Secure Access 3.0 inclusa. Com ele, o usuário consegue criar pastas protegidas com criptografia AES de 128-bit. Só tome cuidado que já surgiram relatos de que esta versão do software tem uma falha de segurança: ele armazena arquivos temporariamente em um arquivo de texto simples, sem qualquer proteção.
SanDisk Extreme Portable SSD – Especificações | ||||
Especificação / Modelo | 256 GB | 500 GB | 1 TB | 2 TB |
Protocolo de transferência | USB 3.1 Gen 2 | USB 3.1 Gen 2 | USB 3.1 Gen 2 | USB 3.1 Gen 2 |
Conector | USB-C | USB-C | USB-C | USB-C |
Velocidade máxima (leitura) | 550 MB/s | 550 MB/s | 550 MB/s | 550 MB/s |
Durabilidade | Não divulgada | Não divulgada | Não divulgada | Não divulgada |
Tecnologia de armazenamento | BiCS FLASH 3D NAND 64 camadas | BiCS FLASH 3D NAND 64 camadas | BiCS FLASH 3D NAND 64 camadas | BiCS FLASH 3D NAND 64 camadas |
Garantia | 3 anos | 3 anos | 3 anos | 3 anos |
Preço | US$ 140 | R$ 570 | R$ 1.280 | US$ 675 |
Desempenho
Na prancheta, o SSD externo da SanDisk tem especificações que chamam a atenção de quem está buscando por mais armazenamento e mais desempenho, mas como ele sai quando é colocado a prova? Para avaliar se a performance está alinhada com o que é prometido pela fabricante, o Canaltech preparou alguns cenários para medir as taxas de transferência do produto, seja utilizando softwares de benchmark como o ATTO Disk Benchmark e o Crystal Disk Mark ou movendo arquivos para o drive de estado sólido portátil em duas situações distintas.
Antes de partirmos para os testes em si, é bom levar em conta que, em seu site, a SanDisk afirma que o dispositivo é "perfeito para salvar e editar fotos e vídeos de alta resolução". Dessa forma, ela posiciona o SSD portátil como um produto destinado a entusiastas e profissionais da fotografia e de produção de vídeo, que normalmente guardam seus arquivos e os manipulam ocasionalmente, diferente do que acontece, por exemplo, com um disco rígido voltado para gamers, que é requisito a todo instante durante logos períodos.
Dito isto, também cabe deixar claro as especificações do computador utilizado para rodar os testes:
- Placa-mãe: Asus PRIME Z390-A
- GPU: Nvidia GeForce RTX 2070 Super
- Processador: Intel Core i7-9700K @ 4.70 GHz
- Memória: 4x T-FORCE 8 GB DDR4 @ 3.000 MHz
- Armazenamento primário: 1 TB Intel SSD 660p
- Fonte: XFX XTR2 Série 850W 80 Plus Gold Modular
- SO: Windows 10 Pro 64 bits
Agora, aos testes! O primeiro deles foi feito com o ATTO Disk Benchmark, que dá uma boa noção de como o dispositivo lida com a transferência de arquivos de tamanhos diferentes. O software utiliza dados compreensíveis e sequenciais e nos permite confirmar quais as taxas máximas teóricas de leitura e escrita do SanDisk Extreme Portable SSD. Durante nossos testes, o componente alcançou velocidades máximas de 541 MB/s e 499 MB/s para leitura e escrita, respectivamente. Como a fabricante fala apenas da velocidade máxima de leitura do SSD, ele é o único parâmetro comparativo que pudemos utilizar nesta análise — e o resultado ficou 9 MB/s abaixo. Também chamou a atenção como o dispositivo não conseguiu manter taxas consistentes ao longo do teste, variando até 19% na velocidade de escrita em arquivos acima de 32 KB.

Na segunda rodada de testes, utilizamos o Crystal Disk Mark para analisar como o SanDisk Extreme Portable lida com dados incompreensíveis, sequenciais e não-sequenciais de tamanhos diferentes utilizando diferentes capacidades do processador. A ideia é que esse software nos dê um panorama tanto de uso ideal, quanto de uso mais próximo da realidade. No teste de leitura e escrita sequencial, o resultado foi surpreendente e o SSD externo bateu a velocidade máxima de leitura indicada pela fabricante ao alcançar 563 MB/s.
Nos demais testes, o Crystal Disk Mar utiliza dados não-sequenciais para simular uma série de arquivos menores sendo transferidos simultaneamente, algumas vezes até utilizando multithreading para lidar com a fila. Aqui, vemos as velocidades caírem para menos da metade, com picos de 253 MB/s e 225 MB/s de leitura e escrita, respectivamente.

Para fecharmos os testes, utilizamos o RichCopy 4.0 para copiar arquivos e marcar o tempo e a taxa média de transferência em quatro cenários diferentes — com isso, conseguimos ter uma ideia real de como o SanDisk Extreme Portable SSD se comporta no dia-a-dia.
No primeiro cenário, movemos um arquivo de 10 GB do SSD principal do sistema para o SSD portátil. Aqui, a tarefa foi concluída em apenas 27 segundos e a uma taxa média de escrita de 388 MB/s.

No segundo cenário, repetimos o mesmo procedimento, mas na mão interna: copiando o arquivo de 10 GB do SSD portátil para o armazenamento principal do sistema. Curiosamente, o tempo e a taxa média de transferência foram os mesmos: 27 segundos e 388 MB/s.

O terceiro e o quarto cenários envolveram a cópia de 19.745 arquivos, que totalizavam 39,7 GB, de e para o Extreme Portable SSD. Na cópia do SSD para o SSD externo, a tarefa levou 2m43s e foi realizada a uma taxa média de 261 MB/s. O cenário inverso tomou 2m09s e foi concluído a uma taxa média de 330 MB/s.


SanDisk Extreme Portable SSD: vale a pena?
Produto, especificações e desempenho apresentados, agora vem a famosa pergunta: vale a pena comprar o SanDisk Extreme Portable SSD? A resposta mais direta para isso é um grande depende. Depende do que você está procurando, depende de quanto você está disposto a pagar e depende de você analisar se o produto atenderá suas necessidades. Mas vamos ajudá-lo nessa tarefa.
Atendo-se ao que a SanDisk promete para o Extreme Portable SSD e os resultados dos testes que o Canaltech realizou, podemos dizer que, sim, o componente entrega aquilo que a fabricante promete. Nos testes realizados pelos softwares de benchmark, as taxas máximas de transferência ficaram dentro de uma margem aceitável daquilo que a fabricante indica na caixa e manuais do produto. Nos testes de cópia de arquivo, a velocidade média ficou em 388 MB/s. Apesar de estar abaixo do prometido pela fabricante, vale salientar que esta foi uma média e não o pico de 550 MB/s. Isso é um problema?
Novamente temos de levar em consideração o propósito do produto, que, nas palavras da SanDisk, é "perfeito para salvar e editar fotos e vídeos de alta resolução". Nesse cenário em específico, é muito provável que o usuário faça requisições de leitura e gravação bastante esporádicas ao SSD — e quando o fizer, certamente será para acessar, manipular ou salvar arquivos que variam entre algumas dezenas de megabytes e no máximo 1 GB de tamanho (nesse último caso em específico, a transferência leva apenas 4 segundos, por exemplo). Dessa forma, é muito difícil imaginar que essa taxa média de 388 MB/s que alcançamos em nossos testes atrapalhe ou incomode alguém a ponto de fazê-lo desistir do produto ou jogá-lo pela janela.
O componente também serve para estender o armazenamento geral do sistema, guardando documentos, arquivos multimídia como um todo e até fazer backups dos seus arquivos pessoais. Caso o seu objetivo seja instalar programas e jogos, você até pode fazê-lo, mas como isso já foge bastante do propósito do equipamento, é possível que seu desempenho não seja o mesmo e você acabe se frustrando — fica a dica.

Outros aspectos que contam pontos positivos na hora de decidir pela compra do Extreme Portable SSD são sua portabilidade, material de construção e certificado IP55. Se o consumidor estiver em busca de um drive robusto para uso externo, resistente a pancadas, que não arranha fácil e que não tem medo de água, automaticamente este produto salta à frente dos demais, já que pouquíssimos modelos têm essas características.
O preço é outro atrativo em relação a concorrentes com especificações e desempenho semelhantes. O Samsung T5 de 500 GB, um dos SSDs externos mais bem avaliados da atualidade, normalmente é encontrado no varejo online brasileiro por cerca de R$ 980, mas ele não conta com certificado de resistência a água, poeira nem quedas. O ADATA SE730H, por outro lado, possui certificação IP68, sendo bem mais resistente que o drive da SanDisk, mas seu preço no Brasil é proibitivo: online, ele pode ser encontrado por a partir de R$ 546 na versão com 256 GB de armazenamento.
Diante disso, o SanDisk Extreme Portable SSD desponta como uma das principais opções para o consumidor que está em busca de armazenamento externo de alto desempenho, apresentando um bom custo-benefício sobretudo na versão de 500 GB de armazenamento, que está saindo por R$ 570 no momento que esta análise é escrita. Se a proposta dele atender às suas necessidades e você conseguir achá-lo com essa etiqueta, a compra é mais que recomendada.
Leia a matéria no Canaltech.
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