Rômulo diz que fez "poupança" para bancar investimentos nos últimos 2 anos de gestão

Rômulo diz que fez "poupança" para bancar investimentos nos últimos 2 anos de gestão

Nesta edição, o Jornal do Porto traz uma entrevista exclusiva com o prefeito Rômulo Rippa. Na oportunidade, ele responde a diversas perguntas sobre seu último ano à frente da Prefeitura e faz algumas revelações, como por exemplo qual será sua atuação política a partir de 2025 e que seu governo fez uma "poupança" nos primeiros anos para bancar pesados investimentos nos últimos 2 anos de gestão

Confira:

Jornal do Porto - O senhor terminou o sétimo ano de governo à frente da Prefeitura de Porto Ferreira. A pandemia, apesar de ainda estar por aí, já não causa mais grande impacto nas ações. A motivação para comandar o Executivo ainda é a mesma dos anos iniciais ou do período pandêmico?

Rômulo Rippa - Falar que depois de sete anos da chefia do Executivo eu não estaria cansado, eu estaria mentindo. A atividade de prefeito, principalmente numa cidade do tamanho da nossa, ela acaba sendo desgastante porque as pessoas confundem a personificação da ação do chefe do Executivo com a impessoalidade que a Administração tem. Se elas levam uma multa, não é a Prefeitura que multou porque elas estão em desacordo com uma legislação, com um Código de Obras, mas elas às vezes acabam imputando que foi o prefeito que multou, o que não é a realidade. A máquina funciona sozinha. Então acaba sendo desgastante, mas a motivação continua sendo a mesma. Até os sonhos, os projetos, aquilo que nós programamos para a cidade continua acontecendo, como é o Parque Linear da Fepasa, e agora em breve a licitação do Anel Viário da Zona Norte, o Centro Empresarial Fase 2, a praça esportiva próximo à nova ponte sobre o Córrego Santa Rosa e tantos outros programas e políticas que nós continuamos realizando e entregando para a população.

Jornal do Porto - Informações de bastidores dão conta que o senhor encomenda periodicamente pesquisas de avaliação de seu governo e sobre os cenários eleitorais. Como isso afeta o planejamento das ações?

Rômulo Rippa - A Matemática também faz parte da política e nós temos que ter a humildade de entender que muitas vezes determinadas áreas do governo não são tão bem avaliadas e precisam de correção. A gente não só acerta, é natural de qualquer atividade humana, a gente também cometer erros. E a pesquisa nos auxilia nesse objetivo de corrigir rumos, aprimorar ações e conseguir entregar para o cidadão o serviço público que ele espera. Então, uma vez a cada seis meses, nós fazemos avaliação dos serviços públicos e avaliação do governo. E acredito, não tenho os dados anteriores ao meu período de gestão, que a nossa Administração é uma das mais bem avaliadas da história da cidade. Os números são muito expressivos. São números que chamam a atenção até da região.

Jornal do Porto – Quais foram os principais destaques da sua gestão no ano de 2023?

Rômulo Rippa - Em várias áreas nós tivemos avanços. Por exemplo, na Saúde. A implementação dos programas Remédio em Casa e Saúde em Casa ampliaram a humanização com que nós atendemos a população na área. As pessoas poderem receber o medicamento na sua residência, principalmente os mais idosos, e os pacientes acamados e as suas famílias terem um atendimento médico no ambiente do conforto do lar promovem bem-estar. E 2023 foi um ano de estruturação de muitos projetos que deverão ser entregues neste ano de 2024. Licitações importantes, como foi o caso da avenida José Attab Miziara, da própria Fatec, que já estão em construção, o Teatro Municipal e outras que se tornaram um desafio, como foi o caso da Escola Estadual do Jardim Porto Bello, que nós licitamos, a obra começou, mas infelizmente, depois de inúmeros atrasos, notificações e até mesmo o lançamento de multas, a empresa, nós vimos que não daria conta de entregar a obra e tivemos que romper o contrato que deverá ser licitado agora no início desse ano.

Jornal do Porto - Na área financeira, foi possível fechar as contas pelo sétimo ano seguido com superávit?

Rômulo Rippa - Essa é uma excelente pergunta, e com transparência, que é uma marca nossa, é importante já esclarecer que nos seis primeiros anos de gestão nós tivemos superávits orçamentários e financeiros ao longo de todos os exercícios. Isso para pôr a casa em ordem e para gerar uma poupança que permitisse, nesses últimos dois anos, não ficar guardando dinheiro público, porque dinheiro público tem que ser investido em favor do progresso da cidade, fazer obras com recursos próprios e investimentos que promovam a cidade, que estruturem a cidade para um novo ambiente de negócios, de desenvolvimento social e econômico. Então, nesse exercício de 2023, nós tivemos novamente superávit financeiro, mas não mais o orçamentário. Isso porque, com a poupança que nós realizamos nos seis primeiros exercícios, nós realizamos investimentos com recursos próprios, monstruosos, que vão gerar resultado, como foram os R$ 10 milhões pagos para o Hospital Dona Balbina na aquisição da área do Cefer 2, como é o caso da Fatec e a própria avenida João José Atab Miziara, que estão sendo estruturados com recursos próprios.

Jornal do Porto – O ano de 2024 será marcado, obviamente, pelo período eleitoral e pela escolha do seu sucessor. Haverá muitas trocas no secretariado e nos outros escalões, uma vez que o servidor que pretende se candidatar a algum cargo precisa se desincompatibilizar? Em caso positivo, como substituir aqueles que vão sair sem perder a eficiência da gestão?

Rômulo Rippa - A gestão está bem organizada, os serviços e as rotinas do serviço público estão bem alinhados. Nós não deveremos ter nenhum prejuízo ou nenhuma perda de qualidade com as eventuais desincompatibilizações de quadros da Administração que desejarem participar do processo eleitoral. Pelo contrário, o meu objetivo enquanto gestor do município, ainda mais não participando do processo eleitoral na condição de candidato, deve ser o de preservar ou de blindar os projetos que são de senso comum da população ferreirense, que estão acontecendo, do ambiente político. Estive esta semana participando da abertura do ano legislativo e no meu discurso fiz questão de falar isso para os vereadores, que independentemente da disputa eleitoral que vai ocorrer, nós temos a responsabilidade de preservar esse ambiente de paz política que foi construído nos últimos anos.

Jornal do Porto – Ao que tudo indica, o grupo político do senhor conseguiu algo muito difícil, que foi escolher o pré-candidato a prefeito – o atual secretário de Relações Institucionais, Marcos Maquininha – e manter a unidade em torno do nome do escolhido. Não houve um racha. Como foi essa "costura" com várias lideranças, que também tinham potencial ou vontade de se candidatar a chefe do Executivo em 2024?

Rômulo Rippa - Nós tínhamos outros nomes que eram aventados pelo grupo e demonstravam predisposição para disputar o processo de sucessão esse ano da Prefeitura. E quando os vereadores, os presidentes de partido, as lideranças envolvidas nesse processo me procuravam e falavam, "como você vai escolher?", eu dizia: não sou eu que vou escolher, é Deus que vai escolher, com a opinião de vocês. E o pessoal dava risada. Mas era uma verdade, porque qualquer nome que eu demonstrasse a minha preferência poderia gerar uma cisão dentro do grupo. E a cidade inteira sabe que o nosso grupo, como foi formatado com uma pauta de interesses coletivos, da sociedade, não com o toma-lá-dá-cá, não com a confusão do público e do privado, não com os escândalos que a política ferreirense já apresentou no passado, de cargos fantasmas, de parentes empregados com supersalários, com ações do Ministério Público, da Polícia Federal, com delação de Odebrecht e tudo mais, o grupo, estando unido, não teria o porquê a sociedade demonstrar um desejo de mudança, de transformar o modelo de gestão que foi implementado para uma volta ao passado ou para uma aventura do futuro. E isso, ao longo do tempo, foi se acomodando dentro do grupo, a ponto de que os próprios pré-candidatos que tinham interesse em disputar a sucessão foram vendo, no nome do Marcos Maquininha, a opção mais consolidada para: 1) manter a união do grupo; 2) fazer a conciliação desse ambiente de paz política que, já disse, foi construído nos últimos anos. Ele foi um cara que, mais do que ser formado em Administração e especialista em Gestão Pública pela UFSCar, o que comprova sua qualificação técnica para atividade, atuou nos mais diversos grupos políticos de Porto Ferreira sem nunca se macular, sem nunca se manchar. E, por isso, ele tem o respeito de todo mundo. Sua postura calma, tranquila, segura, sempre aberta ao diálogo, vai permitir com que todos os líderes políticos de Porto Ferreira se sintam representados nesse processo de continuidade desse modelo de gestão.

Jornal do Porto – Quais as principais ações previstas do governo para o último ano de gestão?

Rômulo Rippa - Este deverá ser um ano de entrega, de conclusão. Conclusão das obras já iniciadas, das políticas públicas que foram propostas pelo nosso plano de governo, que venceu as eleições de 2020 e até mesmo de início de grandes ações, como destaco aqui o Anel Viário da Zona Norte e as casas populares que nós assinamos o convênio com a CDHU, que talvez, dentro do processo de execução das obras, não ocorram o seu término dentro do meu mandato. Mas, como diz o ditado antigo, nem todo aquele que planta a tâmara come o seu fruto. Então, eu não estou só preocupado em entregar aquilo que eu comecei, mas também motivado a começar aquilo que é importante para a cidade.

Jornal do Porto – E o futuro político de Rômulo Rippa, já pode anunciar alguma coisa nesse sentido?

Rômulo Rippa - Até 31 de dezembro de 2024, que é o meu futuro a curto prazo, o meu único objetivo é bem administrar Porto Ferreira. Depois disso, quando não estiver mais na chefia do Executivo, o meu objetivo deverá ser organizar o PSD na região central, onde já atuo como coordenador, as lideranças da nossa região, para que nós possamos ter candidaturas competitivas à Assembleia e à Câmara dos Deputados em 2026, na expectativa de devolver à nossa região o protagonismo que ela já teve no passado. Protagonismo que trouxe investimentos, boas iniciativas, e colaborou muito com o desenvolvimento dos municípios da região.