Operação do Gaeco em Pirassununga revela esquema de corrupção em contratos de limpeza pública

O MPSP está empenhado em assegurar que os responsáveis pelo desvio de recursos públicos enfrentem as devidas consequências, considerando o impacto negativo que a falta desses recursos causa à população

Operação do Gaeco em Pirassununga revela esquema de corrupção em contratos de limpeza pública

Na manhã desta segunda-feira (4), uma ação conjunta entre a Polícia Militar e o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), vinculado ao Ministério Público, desencadeou a Operação Calliphora em Pirassununga (SP). O objetivo da operação é investigar um esquema de fraude em contratos de limpeza pública que envolve a participação de agentes públicos e uma empresa privada.

De acordo com as informações do Ministério Público (MP), a organização criminosa alvo da operação tem como prática desviar recursos destinados aos contratos da Prefeitura de Pirassununga. As investigações abrangem crimes como fraude a licitações, peculato, corrupção ativa e passiva, além de lavagem de dinheiro.

A Operação Calliphora conta com o apoio do 10º Batalhão de Ações Especiais (BAEP) da Polícia Militar e abrange a execução de 13 mandados de busca e apreensão em Pirassununga, São José do Rio Preto (SP) e Pouso Alegre (MG). Em uma decisão do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP), foram afastados de seus cargos o prefeito José Carlos Mantovani (PP), os secretários Luiz Carlos Montagnero Filho (Governo) e Marcos Alecsandro de Oliveira Moraes (Agricultura), o superintendente do Departamento de Águas e Esgoto de Pirassununga (Saerp), Jeferson Ricardo do Couto, e a pregoeira do setor de licitações.

Segundo o Ministério Público, a empresa privada de limpeza pública suspeita teria subornado diversos agentes públicos da cidade, incluindo o prefeito e secretários municipais. O propósito era obter favorecimento em contratos de coleta de lixo, varrição e roçagem, recebendo recursos públicos de maneira incompatível com os serviços prestados. As investigações indicam que parte dos repasses de valores ocorreu por meio de uma "triangulação financeira", envolvendo terceirizados da empresa e contas bancárias de parentes ou pessoas indicadas pelos agentes públicos.

A base da investigação inclui análise de diversas provas documentais, interceptações das comunicações telefônicas e telemáticas, além de dados e informações provenientes de fontes abertas. O Ministério Público ressalta que o exame do material apreendido e outras diligências serão essenciais para dar continuidade às apurações.

O MPSP está empenhado em assegurar que os responsáveis pelo desvio de recursos públicos enfrentem as devidas consequências, considerando o impacto negativo que a falta desses recursos causa à população. Além disso, busca-se a repatriação dos valores desviados para que possam ser destinados ao município de Pirassununga.