Sindicato dos ceramistas inicia campanha para ajudar trabalhadores da cerâmica Porto Ferreira

Pela razão da crise em que a cerâmica se encontra, o sindicato apela para empresários e munícipes a entrarem em um ato de solidariedade para com as famílias dos funcionários, que certamente se encontram em dificuldades

Sindicato dos ceramistas inicia campanha para ajudar trabalhadores da cerâmica Porto Ferreira

O sindicato dos trabalhadores ceramistas e vidreiros de Porto Ferreira por meio de seu presidente e diretoria, têm solicitado participação coletiva das empresas e munícipes da cidade, em uma campanha para arrecadar cestas básicas para os trabalhadores da cerâmica Porto Ferreira. Por meio de ofício, o sindicato comunica que a empresa passa por uma grave crise financeira, que gerou atraso no salário dos trabalhadores por dois meses, em vias de completar o terceiro mês. O sindicato comunica ainda que é público e notório que a cerâmica citada, a mais antiga desta cidade, encontra-se em difícil momento e diante da crise financeira, se encontra em recuperação judicial desde outubro de 2017.

Conforme registrou a Revista Comemorativa do 1º Centenário da capital da cerâmica, no final da década de 20, um grupo de empreendedores fundaram a "Fábrica de Louças Porto Ferreira". Essa mesma fábrica que desde de 1987 não fabrica mais louças, mas tornou-se uma das maiores produtoras de piso do país, com uma produção de 9 mil toneladas por mês e responsável por 10% do mercado de primeira linha.

Pela razão da crise em que a cerâmica se encontra, o sindicato apela para empresários e munícipes a entrarem em um ato de solidariedade para com as famílias dos funcionários, que certamente se encontram em dificuldades. Segundo informou Sérgio Teodoro, a empresa conta com 300 funcionários e ao menos 100 serão beneficiados com cestas.

Aos doadores, o pronto de entrega será a rua João Procópio Sobrinho, 345, na sede do Sindicato em proximidade com o prédio do antigo museu, ou pelo telefone 3581-1676.

Ele relata ainda que o sindicato foi fundado em 1950, juntamente com os trabalhadores da Cerâmica Porto Ferreira. Eles não estão realizando campanha por meio de PIX ou dinheiro, o objetivo é arrecadar alimentos para beneficiar as famílias dos afetados.

Enquanto a reportagem apurava as informações, Sérgio Teodoro recebeu uma mensagem por whatsapp do Fundo Social de Solidariedade da cidade, onde um funcionário da cerâmica que veio do Estado da Alagoas, encontrou amparo na Casa de Passagem da cidade. O trabalhador pagava aluguel e por falta de condições financeiras para o pagamento da moradia, foi despejado e amparado pela Casa, cujo responsável, Alexandre de Paula, garantiu que o mesmo se estabelecerá em uma Cooperativa ligada ao Alexandre.

"Hoje estou cantando/em cânticos de meus versos/são versos, apenas/são versos.../Creio estar certa/Desta questão correta/que a cidade é aberta/amiga, hospitaleira e marca pelos Bem-Te-Vis, recita Tidemore Aparecida Crema Pedro, em seu poema, "Cem anos de Porto Ferreira".

O poema que expressa esperança, ratifica Porto Ferreira como uma cidade solidária e hospitaleira, cujo atual momento precisa refletir a verdadeira solidariedade para com os trabalhadores da cerâmica Porto Ferreira. Trabalhadores como Mineiro, que na praça da cidade ouvia os Bem-te-vis cantarem, enquanto relata com tristeza sua situação de trabalhador da fábrica. Recém divorciado e com dois filhos menores, sabe que não pode permanecer por muito tempo desempregado, assim entrega currículos em outras empresas em busca de saída para a crise em que vive, devido o estado em que se encontra a cerâmica a qual trabalha há mais de três anos.

A professora Marília Mondim Thomaz, relembra os tempos de nostalgia e glória da cerâmica Porto Ferreira. Sendo o seu pai, um dos primeiros trabalhadores a participarem dos momentos gloriosos da empresa, lamenta o atual estado em que a fábrica se encontra. Segundo ela, um patrimônio imaterial da cidade não pode permanecer assim e espera em breve que ela possa se reerguer. Enquanto essa realidade não acontece, o sindicato dos vidreiros e ceramistas convida a sociedade a estarem juntos com os trabalhadores, na promoção de igual e qualidade de vida dos mesmos.