Ícone do teatro, Zé Celso detestava novela e só aceitou participar de um sucesso da Globo

O dramaturgo morreu após ter mais da metade do corpo queimado em um incêndio que consumiu o apartamento em que morava em São Paulo

Ícone do teatro, Zé Celso detestava novela e só aceitou participar de um sucesso da Globo

O nome do ator, diretor e dramaturgo José Celso Martinez Corrêa, que morreu nesta quinta-feira, 6, aos 86 anos, está fortemente ligado ao teatro. O que chama atenção é que em sua longa trajetória artística, Zé Celso, como era popularmente chamado, só esteve em uma novela: "Cordel Encantado", que estreou na Globo em 2011. Na época, o dramaturgo tinha 74 anos e explicou por qual motivo nunca se interessou em migrar para a TV e também por que abriu uma exceção e entrou para o elenco da trama de Thelma Guedes e teDuca Rachid. "Detesto novela, não vou assistir de jeito nenhum. Trabalho à noite fazendo teatro. Aceitei fazer a novela porque há potencial para diferentes tipos de linguagem, e a possibilidade de fazer um teatro eletrônico na TV", declarou Zé Celso à Quem.

Durante a festa de lançamento da novela, o fundador do Teatro Oficina contou que quase desistiu de fazer a novela nos 45 do segundo tempo, quando estava prestes a embarcar para a Europa – onde foram gravadas as primeiras cenas desse sucesso da Globo. "Quando cheguei ao aeroporto de Guarulhos, falei 'não vou mais'. Mas conversei com o diretor [da trama Ricardo Waddington] e fui", falou. "Cordel Encantado" explorava a história de amor de uma princesa, Açucena (Bianca Bin), com o filho do rei do cangaço, Jesuíno (Cauã Reymond). A ousadia da trama foi o que conquistou Zé Celso. "É empolgante, porque a Globo está expandindo a vertente da arte", analisou na ocasião. O dramaturgo morreu após ter mais da metade do corpo queimado em um incêndio que consumiu o apartamento em que morava em São Paulo. Ele chegou a ser internado no Hospital das Clínicas, mas não resistiu.