Hacker preso por divulgação de dados foi denunciado por invasão a sistemas do Senado Federal

Hacker preso por divulgação de dados foi denunciado por invasão a sistemas do Senado Federal
Marcos Roberto Correia da Silva, conhecido como Vandathegod, foi preso pela Polícia Federal nesta sexta (19) durante operação Deepwater. Preso pela Polícia Federal nesta sexta-feira (19) por participação na divulgação de informações sigilosas de 223 milhões de brasileiros, Marcos Roberto Correia da Silva, hacker conhecido como Vandathegod, foi denunciado em janeiro pelo Ministério Público Federal (MPF) pela invasão de sistemas do Senado Federal.

Silva foi preso durante a operação Deepwater, que investiga o que é considerado o maior vazamento de dados já registrado no país.

O ataque ao Senado, que ocorreu em agosto do ano passado, ocorreu após a obtenção de dados e acesso ao e-mail de um servidor público. Segundo a denúncia, ao acessar os sistemas internos da casa legislativa, o hacker fez um vídeo "expondo a fragilidade de segurança da rede". A gravação também foi publicada na internet.

Em janeiro, ao apresentar a denúncia, o MPF não informou o nome do investigado. Entretanto, nesta sexta a TV Globo confirmou que Marcos Roberto Correia da Silva foi alvo da denúncia.

VÍDEO: Como acontece um vazamento de dados?

A denúncia ainda aguarda o recebimento pela 10ª Vara da Justiça Federal no Distrito Federal. A pena prevista para esse tipo de crime é de até dez anos de reclusão.

Já vazamento de 223 milhões de brasileiros, incluindo pessoas já mortas, foi identificado no fim de janeiro e a Polícia Federal começou a apurar o caso. A operação desta sexta cumpriu cinco mandados de busca e apreensão e foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.

Ataque ao Senado

Segundo o MPF, os crimes ocorreram em 2020, quando o investigado, por meio da prática de "phishing", obteve dados de um servidor do Senado Federal, o que possibilitou o acesso ao sistema de Intranet do órgão e ao correio eletrônico do servidor.

O hacker chegou a publicar na internet trechos do inquérito policial aberto para apurar os crimes cometidos em agosto.

Em outra publicação, em novembro, o investigado expôs indevidamente dados pessoais de outro servidor do Senado – o responsável por comunicar as circunstâncias da invasão à Polícia Legislativa do órgão.

Para cometer os crimes, o suspeito obteve os dados e acessou os sistemas do órgão federal a partir do computador de um amigo, "que o tinha hospedado em sua casa, para ajudá-lo após uma prisão ocorrida em julho", informou o MPF.

Na denúncia, o Ministério Público Federal defende que não haja acordo de não persecução penal. Previsto na Lei Anticrime, ela permite que acusados de crimes com penas de até 4 anos de reclusão deixem de responder a processo se confessarem a prática do delito ainda durante a fase inicial de investigação policial.

Para a promotoria, a medida não se aplica ao caso já que o crime foi "praticado de forma reiterada".

Invasão ao TSE

Marcos Roberto Correia da Silva também foi alvo de um mandado de busca e apreensão na operação "Exploit", que prendeu em novembro de 2019 o hacker suspeito de invadir sistemas do Tribunal Superior Eleitoral (TSE).

Ele é investigado por ter participado da invasão que expôs informações administrativas de ex-servidores e ex-ministros do TSE no primeiro turno das eleições municipais de 2020.

A Justiça Eleitoral também determinou a proibição de contato entre ele e outros hackers investigados na operação Exploit.

Marcos Roberto Correia da Silva também é investigado pela Polícia Civil de Minas Gerais por invasão de dispositivo e estelionato.

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