Filipe Catto celebra paixão de Maysa em single que lança a parceria de Zé Manoel com Ronaldo Bastos
Bolero é homenagem à cantora morta há 44 anos e ao universo do samba-canção da década de 1950. Resenha de singleTítulo: MaysaArtista: Filipe CattoCompositores: Zé Manoel e Ronaldo BastosEdição: Dubas MúsicaCotação: * * * * 1/2? O mundo de Maysa Figueira Monjardim (6 de junho de 1936 – 22 de janeiro de 1977) caiu algumas vezes na vida dessa cantora e compositora carioca movida pela paixão. Mas Maysa – voz grave que se fez ouvir intensamente a partir dos anos 1950, última década áurea do samba-canção – sempre soube como levantá-lo e seguir em frente. Até perder o controle em fatal acidente de carro na ponte que liga as cidades de Rio de Janeiro (RJ) e Niterói (RJ). Na próxima sexta-feira, 22 de janeiro de 2021, dia em que fará 44 anos da precoce saída de cena de Maysa, Filipe Catto – cantor celebrado pelos tons passionais da voz andrógina – saúda a colega antecessora ao lançar o single Maysa pela gravadora Dubas Música com capa ilustrada pelo próprio Catto. Maysa é o nome do moderno bolero que apresenta publicamente a parceria do compositor pernambucano Zé Manoel com o poeta e letrista fluminense Ronaldo Bastos. Ao dar voz aos versos de Bastos, em registro sedutor, Catto celebra Maysa em homenagem que se estende a todo o universo musical carioca dos anos 1950, época em que o samba-canção era o gênero dominante no clima esfumaçado e íntimo das boates. Tanto que o poeta cita duas vezes na letra o nome da cantora e compositora carioca Dolores Duran (1930 – 1959) – artista que, assim como Maysa, teve que lutar ao longo dos anos 1950 para se impor como compositora no universo masculino e machista da indústria do disco. Na gravação do bolero Maysa, feita em estúdio com produção musical de Luisão Pereira, sob a direção artística de Leonel Pereda, o melodrama é podado tanto no canto de Catto como no arranjo executado pelos músicos Zé Manoel (piano), Thomas Harres (bateria), Diogo Gomes (trompete), Jorge Continentino (sax) e Marlon Sette (trombone), além do próprio Luisão Pereira (guitarra, baixo, percussão e programações). Maysa (1936 – 1977) é homenageada no single que será lançado em 22 de janeiroReprodução de capa de discoCom sopros orquestrados por Alberto Continentino, a gravação de Maysa se enriquece do contraste entre os timbres contemporâneos do arranjo e o clima vintage de letra que evoca universo pautado por vícios e paixões. À beira do precipício, mas sem se atirar nele, Filipe Catto sorve com elegância o mel da paixão de Maysa em single que inaugura de forma promissora a parceria de Zé Manoel com Ronaldo Bastos. Citando os versos finais da letra, o inédito bolero sinaliza que Maysa é o destino que Catto pediu a Deus.? Eis a letra da composição:Maysa (música de Zé Manoel e letra de Ronaldo Bastos)"Nada foi como antes depois que aconteceu MaysaMeu mundo caiuE agora ninguém é mais feliz que euVivemos por conta do vícioNaquele castelo à beira do precipícioDolores, Maysa e euÀs vezes vem Lupicínio para jogar ping-pongPertencemos a uma ONG que segue as nuvens O mel da paixão nos consomeFoi a noite, foram aqueles olhos verdesFoi o mar, eu seiNada foi como antes depois que aconteceu MaysaMeu mundo caiuE agora ninguém é mais feliz que euÉ mais feliz que euÉ mais feliz que eu...Dolores pra mim é um mistérioMaysa é o destino que pedi a DeusA Deus"