Cientista processa órgão dos EUA por ignorar riscos de radiação em smartphones
Uma cientista norte-americana renomada e premida com Nobel está processando a Federal Communications Commission (FCC) por ignorar evidências de que ondas de radiofrequência podem ser nocivas ao usuário.
A FCC é o órgão norte-americano que regula aparelhos de telecomunicação no país, e funciona como a Anatel no Brasil. Segundo o documento, a pesquisadora Devra Davis teria alertado sobre os riscos e pedido que as normas para liberação de aparelhos fossem mais restritas em relação a emissões de radiofrequência. Contudo, tal pedido foi negado.
Assim, ela está processando a FCC por "ignorar anos de evidências que mostram que a radiação de smartphones, torres de comunicação e transmissoras está associada a severos efeitos na saúde em humanos, incluindo câncer, danos ao DNA, a órgãos reprodutores, e até cerebrais (incluindo problemas de memória)".
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A cientista afirma que levou a agência reguladora à justiça para que autoridades tenham conhecimento de que a radiação pode ser nociva. A acusação é baseada em três pontos. O primeiro é relativo ao pedido de revisão de limites de quanto um aparelho pode emitir e expor o usuário à radiação, o qual foi negado pela FCC em 2013.
Um segundo ponto é consequência do primeiro, ou seja, a falta de revisão no critério para permitir o licenciamento de aparelhos com base no limite de radiação. Por fim, a FCC negou um pedido público para reconsiderar o ouvido externo humano como extremidade que pode sofrer com a radiação, tal como outras partes do corpo.
"A atual regulamentação foi promulgada em 1996, baseada em dados científicos de 1992, e a FCC iniciou uma investigação em 2013, depois que o General Accounting Office (Departamento Geral de Contabilidade) apresentou um relatório mostrando que os padrões existentes podem estar baseados em ciência datada e podem precisar de atualização", aponta Davis.
O documento foi descoberto pelo site Law&Crime, que buscou comentário do FCC, ainda sem resposta. O processo ainda vai ser apreciado pela lei norte-americana.
Leia a matéria no Canaltech.
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