Brasil, essa é sua cara!
Coluna publicada no JORNAL DO PORTO dia 17-4-2020
Saúde
A sessão sem povo da Câmara Municipal na última segunda-feira teve novamente uma pauta enxuta, com os vereadores acertadamente se preocupando em focar em assuntos mais urgentes e deixando de lado aquele monte de indicação de serviços que é de competência do Executivo e só serve para parlamentar fazer média com eleitor (pronto, falei). A questão da saúde pública, logicamente, foi o assunto mais tratado nas matérias e nos discursos.
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Pedidos 1
O vereador Élcio Arruda apresentou requerimentos em que solicita recursos para a saúde local a dois deputados federais: Baleia Rossi (MDB) e Alex Manente (Cidadania). O pedido foi de R$ 500 mil para cada um, que seriam viabilizados por meio de emendas parlamentares. Esses dois deputados sempre destinam recursos ao município, assim como outros, que deverão ser alvo em breve de mais pedidos de vereadores.
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Pedidos 2
Aliás, o prefeito Rômulo Rippa disse outro dia num programa de rádio, em tom de ironia, para os eleitores ferreirenses que votaram no deputado federal Eduardo Bolsonaro pedirem a ele recursos para o município. Por que em tom de ironia? Porque o tal parlamentar nem deve saber que Porto Ferreira existe. E foi o mais votado aqui. No meu entender, isso vale também para outros, como Janaina Paschoal, Joice Hasselman, Alexandre Frota, entre outros. Cadê esses deputados ajudando a cidade na hora em que mais precisamos? Lembrem disso na próxima eleição.
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Medicamentos 1
Já o vereador Marcelo Ozelin foi na tribuna também falar sobre alguns assuntos ligados à saúde. Lembrando que ele trabalha na Secretaria de Saúde local, então tem conhecimento de causa. Um dos temas foi sobre medicamentos. Ozelin disse que recebeu algumas mensagens de pacientes que relataram que o Remune (Farmácia) estaria parando de fornecer seus medicamentos aos pacientes que têm convênio médico e de receitas particulares.
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Medicamentos 2
A Prefeitura correu divulgar nota sobre o assunto acima logo na manhã de terça-feira, para explicar a situação. Disse, em resumo, que houve um aumento muito grande na dispensa de medicamentos na Farmácia Municipal entre o final do ano passado e início deste. Algo um tanto anormal, segundo a coluna apurou. Assim, a Prefeitura disse que não suspendeu a entrega dos medicamentos a conveniados e particulares, mas que isso será feito observando um critério social, uma avaliação, para atender aos que realmente precisam. E que isso, aliás, é um protocolo que deve ser seguido.
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Medicamentos 3
Agora fica a pergunta no ar: por que será que houve um aumento fora do normal na dispensa de medicamentos na Farmácia, hein? Será que a proximidade da eleição municipal tem algo a ver com isso, fazendo com que se atropele os protocolos? Se ofendeu, não pergunto mais.
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Merenda
O vereador Sérgio Rodrigo de Oliveira apresentou dois requerimentos com relação à pandemia do coronavírus. Num deles, pergunta se há possibilidade de o Executivo decretar, de forma emergencial, que os alunos tenham a complementação alimentar que tinham na escola como merenda escolar agora em casa da melhor maneira possível. O Governo do Estado, por exemplo, criou um crédito por aluno, via cartão magnético, que permite a compra exclusiva de alimentos. É a triste realidade do Brasil em geral, muitas crianças e adolescentes vão à escola não para estudar, mas para comer.
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Lavagem
O outro requerimento do Professor Sérgio foi sobre a possibilidade de uma parceria com a BRK Ambiental para que seja feita a lavagem e higienização de vias públicas com maior fluxo de pessoas. A intenção é boa, pois busca a prevenção. Mas é bom ter cuidado. Existe um documento da Anvisa que diz que este tipo de lavagem tem de ser uma coisa muito bem regulada, obedecendo a vários critérios, pois no final pode causar um efeito contrário, que é fazer o vírus pegar mais resistência ainda. Como várias cidades adotaram essa prática, perguntei a um amigo médico o que ele achava: "É coisa política", respondeu de bate pronto. Portando é um chove e não molha, ou chover no molhado como queiram.
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Pay Day 1
"Pay Day" para quem não fala inglês fluente como eu significa dia do pagamento. E a Câmara votou esta semana um projeto de resolução que estabelece o dia 24 de cada mês como o dia de recebimento de vereadores e servidores do Legislativo. O objetivo foi, por assim dizer, colocar ordem na casa. Isto porque dizem que não havia um dia certo para o recebimento dos salários e subsídios. E o Tribunal de Contas do Estado teria apontado no sentido de que fosse estabelecida alguma regra. Segundo uma fonte ouvida pela coluna, o pagamento era meio um carnaval, e geralmente se pagava após a última sessão ordinária do mês. Mas não havia um dia certo. Era meio ao gosto e vontade de quem manda. E o 13º, segundo a mesma fonte, também era pago em novembro, assim como o salário da competência dezembro, que todo mundo recebe no início de janeiro, na Câmara era pago (bem) antes do Natal.
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Pay Day 2
Isto não significa dizer que os vereadores e os funcionários vão ganhar mais ou menos. Só que está criando regra para o dia do pagamento, o que é válido. Mas, porém, todavia e contudo, tal votação do projeto deu margem para criarem factoides e espalharem mil histórias por aí. Tanto que a assessoria da Câmara foi obrigada a emitir uma nota de esclarecimento (ver página 6 do Caderno 2). O gozado é que as fake news geralmente são criadas e divulgadas por aqueles que estavam longe, bem longe, e uns e outros trouxeram de volta. Bem feito, agora aguenta a m... que vocês fizeram. E pior, mentem que nem sentem. Credo em cruzes. Tem picaretas por aqui por demais. Xôooo coisa ruim.
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Perguntar não ofende
E se ofender, repito, não pergunto mais: pediu ou não pediu R$ 12 mil?
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Quadra liberada
Parece que a quadra poliesportiva do lado do Ginásio de Esporte não corre risco de pandemia. Alguns relatos e fotos mostram alguns jovens dando a mínima para as regulamentações feitas. Será que a prefeitura vai ter que lacrar com tapume, fitas e outros adereços para as pessoas entenderem. Faça-me um favor né!
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Estacionamento
Outra piada que está rolando a solta na boca daqueles que gostam de minar um ou outro grupo político é a liberação dos estacionamentos. Mas parece que essas pessoas julgadoras e donas da verdade não perceberam que o prefeito não liberou os estacionamentos para beneficiar seu irmão dono de um comércio de estacionamento ou outros. Liberou-se essa brecha devido ao estacionamento Zona Azul (não cabe a mim dizer se é certo ou errado). Mas ... pouco importa o que é bom é descer a lenha. Porém fica minha dica, usem um pouco mais de Inteligência e astucia e não menosprezem quem usa. É feio e triste de ouvir.
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Alvos
Tenho percebido uma movimentação curiosa na política local. Desde o início da pandemia, o prefeito Rômulo vem se sobressaindo no cenário, algo até natural porque parte dele as determinações e ações no âmbito municipal. Isso deu uma eclipsada nos demais prefeituráveis da cidade. Não sei se sentiram que saíram da toca muito cedo e começaram a queimar lenha demais antes da hora, ou se realmente estão um pouco perdidos nesse cenário, abrindo a brecha para o prefeito mostrar sua liderança. Por outro lado, agora tudo de ruim que acontece na cidade as críticas são voltadas aos vereadores. Estão com a imagem muito desgastada. E parecem realmente inertes, sem protagonismo algum, nessa situação crítica que estamos passando.
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Vai entender
É sério que tem gente supostamente muito inteligente falando para o prefeito construir uma rotatória na rodovia SP-215 para servir de acesso aos bairros Cuca Fresca e Estância Flávia. Será que esse ser tão iluminado não sabe que o município não pode fazer nada nas áreas de concessão das rodovias? Que isso, gente, isso é subestimar a inteligência dos outros.
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Liberou?
O novo prefeito de Pirassununga, Dr. Dimas, anunciou a abertura do comércio da cidade. Mas, calma lá. Não é assim uma Brastemp. As pessoas não vão poder entrar nas lojas, é mais para pagar boletos, essas coisas. Na prática, isso já vem acontecendo por aqui.
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Fake news
E todo mundo deve ter cuidado nessa época com as fake news. E também com "site" que nem checa a informação ou materia com conteúdos chupados de outro "site". Está todo mundo ansioso por receber boas notícias, então é natural que algo sem muita comprovação passe a ser a salvação da lavoura. Mas é bom ter cuidado. Um exemplo disso é um texto que circula nas redes sociais falando que a FDA, uma espécie de vigilância sanitária dos EUA, teria liberado a cloroquina para pacientes da covid-19 e que um laboratório de lá estaria doando milhões de medicamentos. Calma lá. A notícia foi desmentida por sites sérios. A liberação é só para casos graves, sendo ministrada a cloroquina por médicos, e mesmo assim há ainda muita dúvida sobre a dose certa, eficácia e coisa e tal. Não é que você vai sair por aí comprando cloroquina na farmácia e tá tudo certo. Gostaríamos que fosse fácil assim, mas não é. Pelo menos, por enquanto. Agora, pior que isso é gente comprando e tomando água tônica porque tem quinino, que seria o "parente" da cloroquina.
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Quem manda
O Supremo Tribunal Federal decidiu quarta-feira por unanimidade que governadores e prefeitos têm autonomia para tomar medidas de combate ao novo coronavírus, como determinar isolamento social, fechar comércio e definir atividades essenciais durante a pandemia. A sessão foi realizada em teleconferência. A primeira na história só pra registro.
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Derrota presidencial
A decisão em plenário confirma liminares que já vinham sendo dadas pelos ministros do Supremo de forma individual. O resultado do julgamento é uma derrota para Jair Bolsonaro. O presidente vinha ameaçando editar um decreto para ordenar a reabertura de estabelecimentos comerciais na pandemia.
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De saída
Pilar da política nacional de combate ao novo coronavírus, o secretário de Vigilância em Saúde, Wanderson de Oliveira, pediu demissão na manhã de quarta-feira. À tarde, Luiz Henrique Mandetta disse que o auxiliar vai permanecer no governo por ora. "Entramos juntos e sairemos juntos", disse o ministro. Era esperada para ontem, após o fechamento da coluna, uma provável saída de Mandetta e equipe. Algo que, segundo pesquisa de opinião, foi desaprovado por 76% da população. Enfim, se a esta altura, quando o querido leitor estiver nos lendo, o ministro tenha mesmo deixado o cargo, é mais uma derrota para Bolsonaro.
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Orçamento de guerra
A PEC do chamado "Orçamento de guerra" foi aprovada em primeiro turno no Senado. A proposta, que altera a Constituição para permitir o aumento de gastos públicos para combater o coronavírus, precisaria ser votada uma segunda vez, ontem. Como o texto sofreu alterações em relação àquele que veio da Câmara, ele volta depois para apreciação de deputados.
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Ameaças de Trump
O presidente americano, Donald Trump, ameaçou usar suas prerrogativas para forçar um recesso formal do Congresso, que deveria retomar suas atividades normais em 4 de maio. A medida seria uma retaliação pela resistência de parlamentares democratas em aprovar nomeados do presidente para cargos chave da administração. Aqui como lá, presidente e Congresso não se entendem.
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Multiplicação de casos
O mundo ultrapassou na quarta-feira a marca de 2 milhões de casos confirmados de coronavírus. O número dobrou em apenas 13 dias. Os mortos passam dos 128 mil, enquanto os recuperados em ambiente hospitalar passam de 500 mil.
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Portorama
Dia desses um amigo meu o Beto Fernandes me enviou um mensagem relembrando as edições da Portorama. Beto temos sim um projeto para o retorno da revista.
Um abração. E obrigado pela lembrança. Aliás observei esse final de semana nas redes sociais a nostalgia de muitas pessoas postando as páginas da revista Portorama. Que bacana.