INDÚSTRIA DE PAPEL E CELULOSE: IMPACTOS AMBIENTAIS

INDÚSTRIA DE PAPEL E CELULOSE: IMPACTOS AMBIENTAIS

A indústria de papel e celulose carrega enorme importância para a economia brasileira. Nos últimos anos o país se consolidou como o segundo maior produtor de celulose no mundo. Além deste grande potencial como produtor de celulose, no mercado de papel o país também tem grande importância, estando entre os dez maiores produtores do mundo.

O segmento contribui, atualmente, com aproximadamente 5% na formação do PIB do país. E não é difícil notar o motivo dessa importância. Basta olhar ao redor, com diferentes gramaturas, tamanhos, formatos e cores, o papel sempre está presente de alguma forma no cotidiano.

Resumidamente, o processo produtivo no setor, inicia-se com o cultivo das árvores que serão utilizadas como matéria prima. As árvores colhidas passam por um descascador e picador saindo na forma de cavacos. Esses cavacos passam para o digestor, onde são cozidos em meio à um líquido composto por água e alguns agentes químicos. No processo Kraft, mais empregado nas indústrias, utiliza-se de uma combinação de hidróxido de sódio e sulfeto de sódio.

O resultado desse cozimento é a denominada "polpa". A polpa passa então por um processo de lavagem em tanques e centrífugas e os cavacos que não foram digeridos, além das demais impurezas separadas, são eliminados. Em seguida, a polpa é passada para outros tanques, etapa chamada de branqueamento e objetiva separar a celulose de outros resíduos. Dessa forma, a celulose, então separada, pode ser comercializada ou seguir para as etapas de processamento de papel. Essas etapas envolvem processos de secagem, prensagem e processos químicos para estabilização do produto.

A despeito da sua importância social e econômica, cabe uma análise mais aprofundada dos potenciais impactos ambientais do setor, considerando-se a importância atual da questão da sustentabilidade ambiental.

Indústria de papel e celulose processo produtivo

Impactos Ambientais da Indústria de Papel e Celulose

Impacto ambiental, segundo o Conselho Nacional do Meio Ambiente CONAMA – artigo 48 do Decreto nº 88.351, de 1º de junho de 1983, Art. 1º, pode ser definido como qualquer alteração das propriedades físicas, químicas e biológicas no meio ambiente, causada por qualquer forma de matéria/energia decorrente de atividades humanas que, direta ou indiretamente, afetam:

- a saúde, a segurança e o bem-estar da população;

- as atividades sociais e econômicas;

- a biota;

- as condições estéticas e sanitárias do meio ambiente;

- a qualidade dos recursos ambientais.

Com isso definido, fica fácil identificar o potencial impacto da indústria de papel e celulose para o ambiente. Iniciando-se pelo plantio e extração da madeira, que é onde geralmente começa o processo produtivo das indústrias do setor. Seguindo pelas etapas do processamento até a obtenção dos produtos, é possível identificar os pontos que apresentam, de alguma forma, riscos ambientais.

Já na etapa de obtenção da matéria prima, encontra-se um marco gigante nessa análise. O volume de madeira a ser extraída para a produção desses bens já foi fonte de muita preocupação. No entanto, há várias décadas, toda celulose produzida no Brasil é oriunda, exclusivamente, de árvores cultivadas. Não se trata de reflorestamento, porque esses cultivos não substituem flores nativas por florestas plantadas. Trata-se de atividade agrícola, similar ao plantio de outras espécies, como soja, milho, cana e outros. Portanto, os riscos ambientais dessa atividade são semelhantes aos de qualquer outra atividade agrícola.

Com relação a esses riscos, é importante considerar:

– O cultivo de eucalipto e pinus, árvores utilizadas para a produção de celulose no Brasil, quando feito sob as melhores práticas, não provoca desertificação nem esgotamento do solo, como demonstram diversos estudos.

– A área de cultivo para a produção de celulose é de apenas 2,8 milhões de hectares, muito pouco em relação ao território brasileiro (0,33%) ou mesmo em comparação às áreas utilizadas para agricultura e pecuária (1,26%).

– As indústrias de celulose brasileiras preservam 0,7 hectares de biomas nativos para cada hectare cultivado, taxa de preservação muito superior à obrigação legal.

Um Outro Impacto: água

Caminhando junto com a madeira extraída para o interior do processo produtivo, pode-se identificar outro enorme problema relacionado ao processo produtivo do setor. O problema é o alto consumo de água. Todas as indústrias fazem uso deste recurso, seja em uma ou mais etapas de sua operação. A água é a matéria química mais usada em uma infinidade de manufaturas de produtos importantes. E isso não é uma exceção para a indústria de papel e celulose, cujo consumo é intenso principalmente nos processos de descascamento, lavagem, digestão e limpeza da pasta celulósica, e no branqueamento.

No entanto, nas últimas quatro décadas o setor reduziu em 75% seu consumo de água. Do volume total de água captada, 80% retorna ao ponto de captação depois de tratamentos que garantem os padrões de qualidade estabelecidos pela legislação. Outro 19,7% volta à atmosfera na forma de vapor. Apenas 0,3% fica efetivamente retido no produto.

Assim, a questão ambiental concentra-se na geração de resíduos com potencial poluente. O processo Kraft, especialmente citado, é potencialmente danoso ao meio ambiente. Pode causar poluição atmosférica decorrente da emissão de uma gama de compostos. Entre eles estão: dióxidos de enxofre, óxidos de nitrogênio, material particulado e compostos orgânicos tóxicos (cloro e sulfetos de hidrogênio).

A Importância de Minimizar Os Impactos

O segmento é essencial para a economia e para a vida humana. Além de se tratar de um produto de extrema importância, ainda gera milhões de empregos diretos e indiretos. Já não é mais possível se imaginar um mundo sem papel, ou sem outros milhares de produtos que apresentam em sua produção riscos ambientais. Assim, o que as empresas têm feito é reduzir ao máximo os potenciais impactos negativos ao meio ambiente. Por exemplo, a reutilização de água é prática comum no setor, assim como o gerenciamento correto dos resíduos tóxicos. Essas atitudes, além de atenderem às exigências legais, podem implicar em redução de custos de produção e, portanto, aumento na competitividade da celulose brasileira.

E quando o papel é inevitável?

Quando o uso do papel é imprescindível, é válido não só lembrarmos, mas também aplicarmos algumas dicas que contribuem para reduzir o impacto ambiental na obra e no escritório como:

  • Pensar duas vezes antes de imprimir;
  • Imprimir nos dois lados da folha;
  • Utilizar papel antigo para rascunho;
  • Reciclar o papel usado.

Papel é nocivo para a natureza?

Apesar da sua baixa durabilidade, o papel decompõe-se muito mais rapidamente do que o plástico e, portanto, é menos provável que seja uma fonte de lixo e represente um risco para o meio ambiente. É também amplamente reciclável, enquanto o plástico pode levar mais de 400 a mil anos para se decompor

Fontes: https://eqjunior.com.br/blog/industria-de-papel-e-celulose-impactos/

A EQ Júnior – Consultoria e Projetos é uma Empresa Júnior gerida pelos alunos de graduação do curso de Engenharia Química da Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) que realiza projetos para todo o país. Temos como propósito realizar projetos de impacto e inspirar lideranças, a fim de tornar o Brasil um país mais empreendedor.