Navio de resgate de refugiados financiado pelo artista Banksy está à deriva no Mediterrâneo com 200 pessoas a bordo

Navio de resgate de refugiados financiado pelo artista Banksy está à deriva no Mediterrâneo com 200 pessoas a bordo
Barco está no mar há dias; tripulação diz que autoridades ignoram pedidos de ajuda. Pelo menos uma pessoa morreu, e outras 33 estão em um bote salva-vidas, pois não há mais condições de subir a bordo. Foto deste sábado (29) mostra o navio 'Louise Michel', financiado pelo artista Banksy, com quase 200 pessoas a bordo no Mar Mediterrâneo.

Twitter @MVLouiseMichel via AFP

Um navio de resgate de refugiados financiado pelo artista de rua britânico Banksy está há dias à deriva no Mar Mediterrâneo, informou a própria tripulação do navio, chamado "Louise Michel", no Twitter. Neste sábado (29), 49 pessoas foram resgatadas, mas outros 170 refugiados e 10 tripulantes continuam a bordo.

Segundo a tripulação, o resgate foi feito pela Guarda Costeira Italiana por volta das 12h (horário de Brasília). Além dos refugiados que já estão no "Louise Michel", outras 33 pessoas aguardam resgate em um bote salva-vidas, onde uma pessoa morreu, porque não há mais condições de subir a bordo.

Foto, retirada de um vídeo neste sábado (29), mostra o navio de resgate 'Louise Michel', do artista de rua Banksy, no Mar Mediterrâneo.

TWITTER ACCOUNT MVLOUISEMICHEL / AFP

Segundo o jornal britânico "The Guardian", há água entrando no bote, que está na zona de resgate de Malta. Vários passageiros estão feridos.

Apesar de reconhecer o resgate, a tripulação criticou a falta de ajuda europeia. Eles afirmam ter feito várias tentativas de contato com autoridades de resgate marítimo em Malta e e na ilha italiana de Lampedusa, além de uma na Alemanha.

"A Guarda Costeira italiana resgatou 49 dos sobreviventes mais vulneráveis! Isso é ótimo – e nos deixa com a maioria ainda esperando", disseram.

Outro navio, da organização não governamental SeaWatch, que trabalha resgatando refugiados de alto mar, foi prestar ajuda mas a própria embarcação da ONG tem 201 refugiados a bordo, informou o "Louise Michel".

No ano passado, um dos navios do SeaWatch ficou à deriva na costa da Itália por mais de duas semanas com dezenas de refugiados líbios a bordo, até que a capitã decidiu atracar o navio à força em solo italiano.

Resgates

Foto, publicada na sexta-feira (28) pela tripulação do navio 'Louise Michel' no Twitter, mostra refugiados resgatados do mar a bordo da embarcação.

TWITTER ACCOUNT MVLOUISEMICHEL / AFP

Na quinta-feira (27), os tripulantes anunciaram, no Twitter, o resgate de 89 refugiados da Líbia que estavam no Mar Mediterrâneo. No dia seguinte, eles resgataram outras 130 pessoas, incluindo mulheres e crianças.

Incluindo os tripulantes, a quantidade de pessoas no navio chegou a 229 pessoas. A capacidade máxima é de 120.

Antes do resgate pela Guarda Costeira Italiana, neste sábado, a tripulação escreveu no Twitter que não conseguia mais mover o navio, por causa da superlotação e do bote junto dele. Os tripulantes afirmaram que a Europa ignorou os pedidos de ajuda.

"As autoridades responsáveis continuam sem dar resposta", disseram, na madrugada de sábado.

Ainda antes do resgate, os tripulantes narraram as dificuldades a bordo.

"A tripulação conseguiu manter #LouiseMichel estável por quase 12h. Nossos novos amigos nos disseram que já perderam 3 amigos em sua jornada. Incluindo o cadáver em nosso único bote salva-vidas, isso faz 4 vidas desaparecerem por causa da Fortaleza Europa... E ainda estamos esperando", disseram.

A primeira missão de resgate do navio foi em meados de agosto.