Bilionário acusa Zuckerberg de acordo informal com Donald Trump
Está em curso "um acordo ou operação informal de assistência mútua entre Trump e o Facebook". Essa é a acusação de George Soros, bilionário e investidor de grandes negócios em todo mundo. O executivo escreveu uma carta aberta publicada pelo Financial Times nesta terça-feira (18) em que aponta falhas da chefia da rede social, em especial o CEO Mark Zuckerberg e a chefe de operações Sheryl Sandberg.
O argumento de Soros se baseia na recusa do Facebook em derrubar publicidade política na plataforma, a exemplo do que fez o Twitter. Segundo o bilionário, isso estaria "ajudando Trump a se reeleger". Por conta disso, ele foi enfático e pediu a saída de ambos.
"Repito minha proposta: Mark Zuckerberg e Sheryl Sandberg devem ser removidos do controle do Facebook (nem preciso dizer que apoio uma regulamentação do governo sobre as plataformas de redes sociais)", escreveu. Por repetir, o executivo se refere a outro texto publicado em 31 de janeiro no The New York Times, em que também fez crítica a ambos.
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Para Soros, a empresa está sendo passiva demais e não precisa aguardar regulamentação do governo para derrubar as campanhas políticas. "Se há qualquer dúvida quanto a se um anúncio é político, ele deveria pecar pelo zelo e recusar-se a publicá-lo. É improvável que o Facebook siga por esse caminho", criticou.
A suspeita de Soros é de que haja acordo entre a empresa e o atual presidente, de forma que Trump poderia pressionar para que houvesse menor regulamentação à rede social.
O executivo e a empresa têm um histórico de embates desde 2018. No final daquele ano, uma matéria do The New York Times revelou que o Facebook contratou uma empresa de relações públicas, chamada Definers, para propagar a informação de que Soros patrocinava grupos ativistas contra a rede social. Depois disso, o Facebook disse ter rompido com a Definers e que não teria pressionado jornalistas a publicarem sobre o assunto.
O texto de Soros foi ar no Financial Times um dia após uma publicação de Zuckerberg ao jornal. Em visita à Europa, o CEO está conversando com políticos locais para a aprovação de regulamentações a redes sociais. "Para deixar claro, não se trata de transferir as responsabilidades. O Facebook não está esperando pela regulamentação; estamos continuamente progredindo nessa questão. Mas acho que regras mais claras beneficiariam todos", escreveu Zuckerberg.
O argumento de Zuckerberg é de que as redes sociais são diferentes da imprensa, portanto exigem uma regulamentação específica. Em entrevista recente, o comissário europeu, Thierry Breton, afirmou que não deve haver uma legislação especifica somente para a rede social. "Não cabe a nós nos adaptarmos a essa empresa (Facebook), mas sim à empresa se adaptar a nós", rebateu.
Leia a matéria no Canaltech.
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