III Semana da Mulher Negra terá atividades online: veja como participar

III Semana da Mulher Negra terá atividades online: veja como participar

Nos próximos dias 18, 19 e 20 de agosto (terça a quinta-feira da próxima semana) a Secretaria de Cultura de Porto Ferreira vai promover a III Semana da Mulher Negra. A atividade visa valorizar e discutir as questões da negritude feminina.

Em todos os dias as atividades serão realizadas por meio da plataforma Google Meet e sempre no mesmo horário, às 19h30. A participação é gratuita para toda a população e deve ser feita por meio de inscrições online, no link abaixo. Após a inscrição, os participantes receberão via e-mail as instruções para participar das palestras.

Inscrições:

https://forms.gle/4X5jf3d8E9zotup79


Dia da Mulher Afro-latino-americana e Caribenha:

A partir de 1992, em Santo Domingo, na República Dominicana, com a realização do 1º Encontro de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-caribenhas, criação da Rede de Mulheres Afro-latino-americanas e Afro-caribenhas e a definição do 25 de julho como Dia da Mulher Afro-latino-americana e Caribenha. A Lei nº 12.987/2014, foi sancionado pela presidenta Dilma Rousseff, como o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra. Tereza de Benguela foi uma líder quilombola, viveu durante o século 18. Com a morte do companheiro, Tereza se tornou a rainha do quilombo, e, sob sua liderança, a comunidade negra e indígena resistiu à escravidão por duas décadas, sobrevivendo até 1770, quando o quilombo foi destruído pelas forças de Luiz Pinto de Souza Coutinho e a população (79 negros e 30 índios), morta ou aprisionada.

Dados estatísticos divulgados pelo governo federal comprovam que, em dez anos, a violência contra as mulheres negras aumentou 54%. No Brasil, onde a população negra é a maior fora da África, as mulheres negras estão na base da pirâmide social, condicionadas às piores condições de trabalho, menores salários, ocupando postos de trabalho mais precarizados e vivendo em lugares sem condições básicas de moradia saudável. As estatísticas do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) comprovam, também, que 21% das mulheres negras são empregadas domésticas. Ainda, todos os estudos comprovam que as mulheres negras estão entre os piores índices de indicadores sociais e econômicos do país.


Programação:

Terça (18/08) - Nossas histórias na história da mulher negra nos Brasis - Ana Lúcia Silva Souza

Doutora em Linguística Aplicada pela Unicamp. Bacharel em Ciências Políticas e Sociais pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo. É professora associada do Instituto de Letras - ILUFBA - UFBA. Nesta instituição foi coordenadora do Programa de Ações Afirmativas Conexões de Saberes Diálogos entre a Universidade e as Comunidades Populares. Coordena o Grupo de Pesquisa Rasuras - práticas de leitura e escrita. Integra a coordenação do GT - Práticas Identitárias em Linguística Aplicada, da Associação Nacional de Pós-Graduação em Linguística e Literatura (ANPOLL). Faz parte da Associação Brasileira de Pesquisadorxs Negrxs - ABPN. Integra a Diretoria da Associação Civil Ação Educativa - SP. As pesquisas e projetos realizados se inserem na área de Estudos de Letramentos, com ênfase em questões de raça e juventude.


Quarta (19/08) - Ativismos Virtual da Negritude Feminina - Maiara Neves

Estudou pedagogia na UFSCar Sorocaba, é pesquisadora na área da juventude, relações étnico-raciais e movimentos sociais. Desde muito cedo lutou por uma educação antirracista e esteve dentro dos coletivos feministas da cidade, atualmente é a pessoa por trás das ações do Coletivo Feminista Carolina de Jesus, atua também no Núcleo de Estudos Afro-Brasileiro (NEAB UFSCar), no Grupo de Estudos e Pesquisas Educação, territórios negros e saúde (ETNS) e está na organização da Marcha das Mulheres Negras de São Paulo de 2020.


Quinta (20/08) - A Necropolítica e a Resistência da Mulher Negra - Diléia Martins

Iniciou sua atuação profissional como intérprete de Língua Brasileira de Sinais (Libras) na Pontifícia Universidade Católica de Campinas, onde cursou a licenciatura em educação especial. Compôs a equipe do Programa de Acessibilidade para Pessoas Com Deficiência (Proaces), pioneiro na oferta de condições de acessibilidade ao ensino superior. Nessa mesma instituição cursou o mestrado em educação com a dissertação intitulada "Trajetórias de formação e condições do trabalho de intérpretes de Libras em Instituições de Educação Superior. Na Universidade Federal de São Carlos sua carreira teve início com a atuação como docente voluntária, substituta e durante o doutorado ingressou na carreira do magistério superior como professora efetiva desta instituição. Sua tese de doutorado aborda o acesso do estudante surdo ao ensino superior com o uso da nota obtida no Enem, uma análise documental e estatística dos microdados do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Inep financiada pelo Programa Observatório em Educação Obeduc Capes. É professora do Departamento de Psicologia, Curso de Bacharelado em Tradução e Interpretação em Língua Brasileira de Sinais e Língua Portuguesa e do Programa de Pós-Graduação em Educação Especial. Suas duas obras mais recentes o ebook "Você disse Libras" e o livro "Cenas do Cotidiano Escolar: Tradutores e Intérpretes de Língua Brasileira de Sinais e Língua Portuguesa no Ensino Fundamental e Médio" abordam a educação bilíngue e inclusiva para surdos sendo a última um diferencial no mercado editorial por representar a intersecção entre educação de surdos, antirracismo e relações étnico-raciais.