Unilever suspende publicidade nos EUA por Facebook, Twitter e Instagram

Unilever suspende publicidade nos EUA por Facebook, Twitter e Instagram
Multinacional anglo-holandesa de alimentos e cosméticos alega 'período eleitoral polarizado'. Unilever suspende publicidade em redes sociais

AP Photo/Jenny Kane

A multinacional anglo-holandesa de alimentos e cosméticos Unilever anunciou nesta sexta-feira (26) que está suspendendo sua publicidade nos Estados Unidos pelas plataformas Facebook, Twitter e Instagram até o final do ano, pelo menos, devido a um "período eleitoral polarizado".

"As marcas têm a obrigação de construir um ecossistema digital confiável e seguro. É por isso que nossas marcas não anunciarão no Facebook, no Instagram e no Twitter", informou a empresa.

"Muito mais pode ser feito, especialmente em face da divisão e do discurso de ódio presente neste período eleitoral muito polarizado nos Estados Unidos", explicou uma porta-voz da Unilever.

"Continuar com nossa publicidade nessas plataformas neste momento não contribuiria com nada para as pessoas ou a sociedade", afirmou a porta-voz à AFP.

A gigante das telecomunicações americana Verizon anunciou na quinta-feira que "pausaria" a publicidade no Facebook (leia mais abaixo).

A rede social vem sendo criticada por grupos que se definem como antirracistas e que consideram que o Facebook não faz o suficiente para combater o discurso de ódio.

A Liga Antidifamação lançou neste sentido uma campanha chamada "Pare o ódio que dá lucro", em um contexto de mobilização política e polêmicas, tanto pela morte do afro-americano George Floyd quanto pela campanha eleitoral.

A Unilever anunciou na última quinta que suas subsidiárias na Índia e Bangladesh vão mudar o nome de um creme especial para clareamento da pele, "Fair &Lovely", após o surgimento de uma campanha que o considera racista.

Por sua vez, o Facebook é acusado de divulgar as mensagens do presidente Donald Trump, motivo de raiva para as empresas e organizações de esquerda nos EUA.

Anualmente, o Facebook movimenta cerca de US$ 70 bilhões em publicidade, e a campanha "Stop Hate That Gain Profits" ("Um basta ao ódio que dá lucro") levou empresas do setor esportivo, como Patagonia, North Face e REI, a também se retirarem da plataforma.

Verizon

A operadora de telecomunicações Verizon anunciou na quinta-feira (25) pausa na publicidade no Facebook, após amplo apoio a uma campanha contra a gigante da mídia social por não fazer o bastante para impedir o discurso de ódio em suas plataformas.

"Estamos pausando nossa publicidade até que o Facebook possa criar uma solução aceitável que nos deixe à vontade", disse um representante da Verizon.

A Verizon amplia uma lista de empresas americanas que pararam de anunciar no Facebook em apoio à campanha Stop Hate for Profit, iniciada por grupos de direitos civis dos EUA, enquanto o Facebook trabalha para conter a crescente revolta.

A marca de sorvetes Ben & Jerry's e as empresas de equipamentos para atividades ao ar livre Patagonia e The North Face estão entre as marcas que disseram antes que suspenderiam anúncios no Facebook.

O Facebook disse que está trabalhando com as organizações de direitos civis. "Respeitamos a decisão de qualquer marca e continuamos focados no importante trabalho de remover o discurso de ódio e fornecer informações críticas sobre eleições", disse Carolyn Everson, vice-presidente de negócios globais do Facebook.

Mark Zuckerberg, presidente-executivo do Facebook

Leah Millis/Reuters

O presidente do Facebook, Mark Zuckerberg, anunciou na sexta-feira uma série de novidades a respeito de conteúdos eleitorais na rede social, além de uma nova política de anúncios, que vai mirar a disseminação de discurso de ódio.

Como forma de prevenir o que a empresa chama de "supressão de voto" — publicações na plataforma que desencorajariam os cidadãos a participar de eleições — Zuckerberg afirmou que o Facebook vai incluir um link para o Centro de Informações de Voto da empresa em todas as publicações que discutirem voto na plataforma, incluindo as que forem feitas por políticos.