Ao pé da letra

Coluna publicada no JORNAL DO PORTO dia 5-6-2020

Ao pé da letra



Hoje é dia de parabéns e de gratidão...

Eu e a minha esposa Mafalda, registramos aqui, por ocasião do aniversário do Jornal do Porto fundado em 5 de junho de 1.977, há exatamente 43 anos atrás, a nossa mensagem de otimismo e ao mesmo tempo parabenizando e agradecendo os seus leitores, assinantes, anunciantes, todos os colaboradores que estiveram conosco desde o início desta jornada até os dias atuais, a toda a equipe jornalística e de companheiros do nosso dia a dia, pelo carinho e a confiança que têm para com o Jornal do Porto.

Registramos também a nossa alegria pelo trabalho árduo e responsável do nosso filho André Luís que com sua experiência adquirida por décadas e décadas dentro da oficina e da redação do jornal, assumiu em 11 de novembro/2016, há quase 4 anos atrás como Editor Proprietário Responsável a difícil tarefa de continuar o nosso trabalho de 40 anos, como fundadores.

Sem toda essa união de valores e determinação certamente o Jornal do Porto não estaria chegando aos seus 43 de existência, enfrentando todas as adversidades que a internet impõe aos jornais impressos de todo o Brasil.

Ficamos felizes também pela expansão que vem ocorrendo já há vários anos com o Jornal do Porto que tem se adaptado na mídia eletrônica, com um belo e moderno Site, com Jornal do Porto na TV, Jornal do Porto na Rádio Comunidade FM através do Youtube e Facebook, em parceria com os radialistas Paulo Carvalho e Osni Martins cuja integração é ferramenta que fortalece o Jornal do Porto impresso tornando-o mais ágil e abrangente em suas divulgações diárias.

Ficamos felizes por fazermos parte desta história continuando a dar nossa colaboração administrativa e opinativa, também através da coluna "Ao Pé da Letra" que orgulhosamente completa 42 anos de publicação.

Muito obrigado a todos, pois o Jornal do Porto nasceu com o slogan "Da coletividade para a coletividade", e assim continuará cumprindo com seu objetivo de ser da coletividade para a coletividade.


Parabéns!

Vai um abração ao pessoal da Rádio Porto FM, que também faz aniversário hoje completando 28 anos no ar. Ao Dorival Braga que lutou muito para conseguir uma concessão da Rádio e ela está aí com todo seu potencial. Ao André Braga, com seu programa aos domingos, enfim, a todos nossos amigos que fazem da emissora uma das mais ouvidas na região.


JP 43 anos Que venham os novos desafios..

Há exatamente 43 anos atrás, em 5 de junho de 1977, surgia o Jornal do Porto e entre os grandes desafios estava o de conviver com o Regime Militar que comandava o país. E cumprimos o nosso objetivo de dar ao cidadão ferreirense mais um canal de comunicação que aquele momento exigia. Dentre os 17 Atos Institucionais decretados pelo Regime Militar, o quinto deles, o AI-5, foi o que inaugurou o período mais sombrio da Ditadura Militar, além de ter reforçado o autoritarismo do presidente.

Para quem não sabe o Ato Institucional de número 5, foi o decreto que institucionalizou a repressão política e o terror promovido pelo Estado durante a ditadura militar (1964-1985).

Também decretou o fechamento do Congresso Nacional, pela primeira vez desde 1937, e autorizava o presidente a decretar estado de sítio por tempo indeterminado, demitir pessoas do serviço público, cassar mandatos, confiscar bens privados e intervir em todos os estados e municípios.

Por meio do AI-5, a Ditadura Militar iniciou o seu período mais rígido, e a censura aos meios de comunicação e a tortura. O decreto foi assinado em 13 de dezembro de 1968 pelo Governo do marechal Costa e Silva. E acabou revogado em 1978, pelo presidente Ernesto Geisel, que iniciava sua lenta e gradual abertura do regime.

Hoje, 5 de junho de 2020 é uma data importantíssima na vida do Jornal do Porto. Afinal de contas completamos 43 anos de existência sem nunca ter falhado uma edição sequer durante este período. Hoje, comemoramos festivamente esta data sim, mas somente dentro dos nossos corações devido a pandemia matando milhões de pessoas mundo afora e o nosso Brasil vivendo momentos de incertezas constitucionais. Entretanto, estamos cientes da nossa tarefa e aconteça o que acontecer daqui para frente, estaremos renovando nosso compromisso de "desafiar" o futuro.

As declarações do deputado Eduardo Bolsonaro (PSL), filho do presidente, em que sugere um novo "AI-5", causou uma grande e intensa reação e dúvida do que está por vir.

A semana passada, novamente o mesmo Eduardo, filho do presidente, critica a imprensa com a seguinte fala: 'Merecem o futuro que se avizinha', numa clara ameaça a imprensa brasileira, além de enfatizar que uma ruptura é só questão de tempo, sem, no entanto especificar que tipo de ruptura e com quem se dará.

O que será que se passa pelas "cacholas brilhantes" do filho deputado e do pai presidente de afrontarem tão claramente os órgãos de imprensa de todo o Brasil e outras instituições constitucionais? E dos outros dois filhos? O que será? Boa coisa para os brasileiros não deve ser. Afinal, somos 210 milhões de brasileiros sedentos de paz e prosperidade, coisas que até o atual momento o governo não nos proporcionou, aliás, muito pelo contrário.

Vale dizer que o filho do presidente eleito foi recepcionado com respeito e principalmente com educação quando de sua passagem por nossa terra em 2018 por ocasião da campanha eleitoral e consequentemente a imprensa cumpriu sua função.

Atualmente o clã Bolsonaro ataca como cães ferozes generalizando de forma ofensiva a toda a imprensa, pretendendo ser o "pai" da extinção da imprensa brasileira, como se já estivéssemos num regime militar de exceção e decretado o famigerado AI-5. E as centenas e centenas de pequenos jornais que existem no Brasil são culpados de que? De sobreviverem? Ou até de colaborarem com a própria ascendência de Jair Messias Bolsonaro a presidência da República e do filho Eduardo a uma cadeira na Câmara Federal pelo Estado de São Paulo.

Será que o clã Bolsonaro esquece que o Brasil está além dos seus umbigos? Quem paga as contas das benesses que o poder lhes dá é o povo. Na democracia o povo elege alguém para que este alguém seja um administrador de luxo da nação e não dono dela. O povo vota esperando confiabilidade no aval que dá a este administrator para ocupar, por tempo determinado o comando da nação, com lisura, paz, progresso, respeito, educação, determinação, prudência, e principalmente a proteção máxima a todas as liberdades contidas na nossa Constituição Federal.

É o povo que paga os altos salários e os abusos da máquina institucional brasileira, inclusive, do clã Bolsonaro. Três filhos políticos. O pai presidente. Amigos e mais amigos bem empregados etc. e tal. Nada mal? Querem mais o que? Acabar com a imprensa brasileira. Isto é o mesmo que atentar contra a democracia em nome dos desmandos e da própria incompetência administrativa e política daqueles que habitam no próprio Palácio do Planalto e parte do Congresso Nacional.

O presidente foi eleito com 58 milhões de votos – dos 147,3 milhões eleitores em todo o Brasil, ou seja, o presidente foi eleito com cerca de apenas um terço do eleitorado brasileiro e com uma população de 210 milhões de pessoas.

O Jornal do Porto, assim como, centenas de outros jornais também viveram e passaram por um período militarista. Passaram e sobreviveram ao caos institucional. Portanto, se necessário for, que venham os novos desafios na defesa do Estado Democrático de Direito do Brasil.

"A democracia é o governo do povo, pelo povo, para o povo." –

Abraham Lincoln (1809 – 1865), presidente dos Estados Unidos.