Corte pega funcionários do Corinthians de surpresa; Clube promete pagar mais do que a Lei pede
Mas, na verdade, a redução não teve exceções. Todos foram atingidos, inclusive os que que recebem até R$ 3 mil. A situação gerou surpresa e preocupação nessas pessoas, conforme relatos ouvidos pela Gazeta Esportiva.
Ao ouvir também dirigentes competentes pelas diretrizes adotadas pelo clube, a reportagem apurou que o Corinthians tem honrado com sua parte nos pagamentos, que vão de 30% a 50% dos vencimentos.
Os funcionários em questão devem receber outra parte por meio do auxílio emergencial do Governo Federal, previsto na Medida Provisória 936/20. Este auxílio usa como base o cálculo do seguro-desemprego de cada um, ou seja, a porcentagem sobre a média do salário nos últimos três meses.
Há um fator importante neste ponto que explica o motivo do Corinthians ter garantido há pouco mais de um mês que os funcionários com os menores salários não seriam atingidos.
A Gazeta Esportiva apurou que o clube pretende completar o salário de quem ganha até R$ 3 mil. Este complemento não está previsto na Lei e tira qualquer obrigatoriedade do Corinthians. Mesmo assim, internamente há a intenção e o reforço da tese de que as pessoas que recebem até R$ 3 mil não vão sofrer com cortes.
Por exemplo, pela Lei, se um empregado do Corinthians ganha R$ 3 mil e o corte foi de 70%, como é o caso da maioria neste momento, o clube então passaria a pagar R$ 900.
Supondo que este mesmo funcionário tenha direito a receber R$ 2 mil pelo cálculo do seguro desemprego, aplicaria-se 0.7 sobre os R$ 2 mil, o que resultaria em um pagamento a ser feito pelo Governo de R$ 1,4 mil.
Somados os montantes que este funcionário receberia, o valor seria de R$ 2,3 mil, e equivaleria a uma redução de R$ 700 em relação ao seu salário integral. E é esta parte, variável entre cada funcionário, que o Corinthians promete bancar para que os empregados desta faixa não sofram qualquer corte de receita.
A dinâmica dos pagamentos deve acontecer de maneira segmentada. O clube deposita sua parcela e os funcionários recebem o compromisso do Governo em outra data e de maneira direta, sem participação do empregador. Na sequência, o Corinthians faz o complemento, sempre após o depósito do Governo.
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