Glossário da COVID-19: entenda os termos relacionados à doença

Glossário da COVID-19: entenda os termos relacionados à doença

Epidemia ou pandemia? Antígeno ou anticorpo? O que é comorbidade? Imunidade de rebanho? Aliás, o que é imunidade? Calma: a gente quer que você entenda tudo o que dizem nos noticiários e na mídia especializada sobre a COVID-19 — doença causada pelo novo coronavírus. Por isso, nós do Canaltech entrevistamos o infectologista da Unifesp Artur Brito para montar um glossário especializado na doença, bem como selecionamos aspas de profissionais de enfermagem e engenharia que já contribuíram com a nossa cobertura especializada em coronavírus.

E se o termo que você busca não estiver listado aqui, não deixe de comentar, lá embaixo, sobre o que mais você gostaria de saber. A gente vai atrás da resposta!

Achatamento da curva

Primeiro, vamos entender o que é a curva. A tal curva é um gráfico epidemiológico que rastreia o comportamento da doença em alguma localidade, seja uma cidade, estado ou país, e cruza dados importantes como data, número de casos e mortes, totais e diárias, como você vê na imagem abaixo (pegar no Ministério). Achatar essa curva significa desacelerar a propagação do vírus, para evitar o colapso dos sistemas de saúde.

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Assintomático

Uma palavra que pode parecer simples, mas tem todo um contexto atrás. Afinal, assintomático é quem não apresenta sintomas, certo? A grosso modo, sim. Na COVID-19, quem contraiu o vírus mas não apresenta a doença em sua forma "perceptível", por assim dizer, é assintomático — mas não deixa de portar a doença. Os pacientes assintomáticos costumam carregar no organismo a mesma carga viral daqueles que apresentam sintomas. Mas isso não significa que essa pessoa vai deixar de sentir dores, febre ou qualquer outro sintoma da COVID-19 depois de alguns dias. Os sintomas variam de organismo para organismo, e sua intensidade também.

Aerossol

Imagine uma pessoa espirrando contra o sol. Sabe aquela nuvem de gotículas que ela expele no ar? Algumas dessas gotículas são tão minúsculas que têm menos de 5 micrômetros de diâmetro, e ficam suspensas, formando o chamado aerossol. Alguns estudos e simulações científicas mostram que o coronavírus — o patógeno causador da COVID-19 — fica no ar por alguns minutos, o que aumenta os riscos de infecção em ambientes abertos ao público e sem boa ventilação, como um supermercado. É que o vírus se propaga através dessas gotículas, portanto, o aerossol é um prato cheio para ele. Por isso é tão importante usar máscaras ao sair de casa.

Espirrar ou mesmo falar alto pode deixar partículas no ar, em aerossol (Imagem: Mohamed Hassan/Pixabay)

Anticorpo

Quando seu organismo se depara com uma substância estranha (antígeno), ele procura reagir contra ela. Para isso, o plasma sanguíneo é repleto de gamaglobulinas, que são imunoglobulinas responsáveis por reconhecer um antígeno e "memorizá-lo", para proteger o organismo de novos ataques. "São glicoproteínas produzidas por nossas células de defesa (especificamente os Linfócitos B) para neutralizar antígenos", explica o imunologista.

Antígeno

Segundo Brito, "os antígenos, por sua vez, são qualquer substância que o nosso organismo considere como invasora, tendo assim, a capacidade de produzir um anticorpo específico, com o objetivo de neutralizá-la. Ou seja, antígeno é a substância que gera a produção de anticorpos específicos". No caso da COVID-19, o coronavírus SARS-CoV-2 é o antígeno específico da doença.

Carga viral

Ao se inteirar sobre COVID-19, você já deve ter ouvido comentários sobre carga viral alta ou baixa, e Artur Brito explica: "nada mais é do que a quantidade de vírus por quantidade de sangue". A carga viral pode ser medida por meio de um exame que quantifica o vírus no organismo do hospedeiro, utilizando RNA viral para realizar a contagem por amostra de plasma e, posteriormente, fazendo uma estimativa da quantidade de patógenos ativos no organismo todo. Isso ajuda a entender qual o impacto o antígeno provoca no organismo do paciente, por exemplo.

Caso (confirmado, suspeito ou descartado)

O ministério da saúde lançava, até meados de maio (o último você visualiza no tweet abaixo), um boletim diário com os números de casos da COVID-19 no Brasil. A diferença entre casos confirmados, suspeitos e descartados é importantíssima, e se dá praticamente por dois diferenciais: sintomas e testes. Um paciente confirmado é aquele que foi testado positivo ou apresenta sintomas fortes de COVID-19, sendo diagnosticado com a doença. Um caso suspeito apresenta sintomas, mas não fez o teste, ou fez o teste e resultou inconclusivo, ou ainda apresenta sintomas, mas não foi diagnosticado. Nesses pacientes, a doença pode evoluir e ser categorizada como COVID-19 em alguns dias, como também pode vir a ser uma gripe comum — a aí, o que era caso suspeito de coronavírus, automaticamente se torna descartado. Ou confirmado, se o diagnóstico ou o teste forem positivos para COVID-19.

Cloroquina

"A Cloroquina é uma droga usada pra tratar malária desde os anos 40 do século XX (na verdade é uma derivada da Quinina, extraída da casca de uma árvore peruana, e que já era usada pelos incas pra tratar febre há alguns séculos)", revela Brito. Em todo o mundo, cientistas e médicos que buscam por uma droga eficaz no tratamento ao coronavírus chegaram a realizar diversos testes com a cloroquina e estudar seus efeitos tanto no corpo do paciente com COVID-19, quanto no tratamento específico da doença. Até o momento, no entanto, a droga não obteve resultados estatisticamente significantes para tratar a COVID-19.

Por ter efeito imunomodulador (aumenta a resposta imune do organismo), acreditava-se em seu potencial contra o coronavírus, porém a Organização Mundial da Saúde desaconselhou seu uso (e da derivada hidroxicloroquina) e suspendeu as pesquisas envolvendo a cloroquina no tratamento da COVID-19. O remédio é controlado e permanece sendo utilizado no tratamento de malária e artrite reumatoide.

A busca por remédios e vacinas na luta contra a COVID continua (Imagem: Pixabay)

Colapso do sistema de saúde

Eis o calcanhar de aquiles na luta contra a COVID-19 pelo mundo. A doença, em sua forma mais grave, faz com que o paciente precise ser internado e muitas vezes intubado, necessitando respirar com ajuda de aparelhos. Acontece que os hospitais possuem leitos de UTI limitados, já que não estão preparados para "surpresas" como uma pandemia que adoece gravemente várias pessoas ao mesmo tempo em uma cidade.

Quando isso acontece, há uma superlotação do sistema de saúde (seja ele público ou privado), e as vagas nas UTIs começam a se tornar cada vez mais disputadas entre doentes de COVID-19 e outros pacientes, com outras patologias, que também precisam de internação. Se isso acontece a ponto de ocupar todos os leitos disponíveis, temos o chamado colapso do sistema de saúde, ou seja: falta de vagas para o próximo doente que necessita urgentemente de atendimentos.

Comorbidade

De acordo com a enfermeira Sylvia Oliveira, especialista em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal e Pediátrica e membro do grupo de pesquisa Saúde e Sociedade da Escola de Saúde da UFRN, "Comorbidade é o termo técnico que nós, da área da saúde, utilizamos para nos referirmos a situações em que um indivíduo possui alguma doença em conjunto com outra, ou seja: a coexistência de doenças". Um paciente com COVID-19 pode ter, como comorbidade, hipertensão, diabetes, doença cardíaca ou câncer, por exemplo.

Contágio

Transmissão de uma doença de uma pessoa a outra. Pode ser por contato direto (toque, troca de fluidos corporais) ou indireto (aerossol, compartilhamento de utensílios).

Coronavírus

Vírus que carregam em seu invólucro uma "coroa" de proteínas espinhosas são categorizados como coronavírus. Vale dizer que coronavírus não é sinônimo de COVID-19 e vice-versa: outras doenças respiratórias também foram causadas por outros coronavírus, como é o caso da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SARS) e a Síndrome Respiratória do Oriente Médio (MERS). O coronavírus responsável pela COVID-19 é o SARS-CoV-2.

Coronavírus: a coroa de proteínas espinhosas que circunda os vírus foi o motivo por eles terem sido batizados dessa forma (Imagem: Pixabay)

COVID-19

Doença causada pelo novo coronavírus (SARS-CoV-2), que se iniciou na China, em dezembro de 2019, e evoluiu para uma pandemia. Seus sintomas mais comuns são: febre, tosse seca, dores no corpo, coriza, dor de cabeça, perda de olfato e paladar e possível dor de garganta. Por isso, pode ser confundida com um resfriado, uma gripe comum ou uma alergia.

O nome deriva de Coronarus Disease 2019, ou seja, doença causada por coronavírus descoberto em 2019.

Distanciamento social

Medida que visa reduzir a velocidade de transmissão do vírus, mas não a impede. Manter as pessoas distantes umas das outras, ou em casa, dentro do possível, ajuda a controlar a transmissão de modo que o sistema de saúde ganhe tempo para reforçar a estrutura com equipamentos e recursos humanos capacitados.

Pode ser ampliado (não limitado a grupos específicos, exigindo que todos os setores da sociedade permaneçam em casa durante a decretação pelos gestores locais) ou seletivo (alguns grupos ficam isolados, como aqueles que apresentam mais riscos a desenvolver a doença ou apresentar quadro grave, enquanto pessoas abaixo dos 60 anos ou assintomáticas podem circular livremente).

EPI

Equipamentos de Proteção Individual. EPIs são aqueles acessórios utilizados por trabalhadores, sejam médicos, enfermeiros, atendentes de caixa, policiais ou comerciantes, cuja finalidade é protegê-los de riscos ou ameaças à saúde. No caso do coronavírus, os EPIs mais comuns são máscaras, escudos faciais, óculos especiais, luvas, capotes e aventais protetores. Nesta tabela você conhece mais sobre como os EPIs são usados na área da saúde.

Epidemia

O conceito de pandemia difere do de pandemia devido à geografia de propagação de uma doença. Na epidemia, o surto de uma patologia altamente contagiosa se espalha com velocidade a diversos grupos de pessoas em uma larga área geográfica e fora de controle. O termo é usado quando o problema vem se espalhando com rapidez até que, sem a possibilidade de ser controlado. Exemplo: epidemias de dengue e Zika no Brasil.

Estado de calamidade

Em linhas gerais, quando uma cidade, estado ou país decreta calamidade, significa que alguma desgraça o afetou publicamente. Geralmente associada a desastres ou doenças que acarretam em mortes e prejuízos econômicos, comprometendo o poder público a tomar decisões rápidas e eficazes. Devido à pandemia de COVID-19 e à crise econômica em todo o mundo, o Brasil decretou, em 20 de março de 2020, estado de calamidade pública — já que, no país, os reflexos do coronavírus já são bastante graves à saúde do povo e à economia.

Febre

Quando a temperatura corporal humana sofre um aumento, por alguma razão, e passa de 37,5 ºC, o indivíduo já pode se considerar com febre. Apesar de a literatura médica não apresentar consenso sobre o limite entre temperatura normal e febre (ou pirexia), a maioria dos termômetros digitais no Brasil apita ao passar de 37,5 ºC. A temperatura do nosso corpo varia entre 36 ºC e 37 ºC, podendo ser mais baixa pela manhã e mais alta à noite — e é por isso que essas alterações são aceitáveis e variam de pessoa para pessoa. Por isso, a pessoa pode estar febril, com febre alta ou até mesmo com hipertermia:

  • Normal: entre 36,0º C e 37,0 º C
  • Estado febril: entre 37,3º C e 37,8º C
  • Febre: acima 37,8º C
  • Febre alta: entre 39º e 39,9º C
  • Hipertermia: a partir de 40º C
Febre: um dos principais sintomas da COVID-19 (Imagem: Pixabay)

Grupo de risco

No contexto da COVID-19, enquadram-se no grupo de risco as pessoas acima de 60 anos (mesmo que não tenham nenhum problema de saúde associado). Também fazem parte do grupo pessoas de qualquer idade que tenham comobirdades, como cardiopatia, diabetes, pneumopatia, doença neurológica ou renal, imunodepressão, obesidade, asma e puérperas, entre outras.

Hospital de campanha

Unidade hospitalar móvel e não-definitiva. Pode ser construída em diferentes locais e depois desmontada, sempre como objetivo de atender demanda de pacientes que os hospitais tradicionais das cidades não suportaram no pronto-atendimento. Com funcionamento temporário, essas unidades cuidam de pessoas atingidas por situações de emergências e calamidades públicas (como é o caso da pandemia da COVID-19), e garante que seus pacientes possam ser transferidos para centros de mais completos de saúde, caso possível e/ou necessário.

Hidroxicloroquina

De acordo com Brito, "hidroxicloroquina é um derivado da cloroquina. A diferença entre as duas é a troca de um radical na cadeia lateral da molécula, com menor toxicidade", explica o imunologista. Tal qual a cloroquina, a hidroxicloroquina também teve seus testes suspensos após causar mais efeitos colaterais, principalmente cardíacos, que benefícios no tratamento de pacientes com COVID-19.

De acordo com uma pesquisa publicada na Lancet e realizada com base em 96 mil pacientes com COVID-19 em hospitais do mundo todo, foi constatado que a cloroquina (ou hidroxicloroquina), seja associada a antibióticos ou não, apresenta uma taxa de mortalidade consideravelmente maior em relação aos pacientes que não fizeram seu uso.

Imunidade

É ofertada pelo sistema de glóbulos brancos do sangue, que protege o organismo de ameaças externas, como vírus, bactérias, mudanças de clima e temperatura, etc. Esse mecanismo conta com a ajuda dos anticorpos (imunoglobulinas) para desencadear um processo de resposta do organismo assim que um antígeno for detectado. Pode ser inata (quando o indivíduo já nasce imune a alguma doença, por exemplo) ou adquirida (quando ele desenvolve defesa por já ter tido contato com o agente invasor, seja contraindo uma doença, sendo vacinado ou tendo seu plasma alterado por meio de uma transfusão de sangue, por exemplo). Manter hábitos de vida saudáveis e uma nutrição adequada ajudam a melhorar nossa imunidade.

Imunidade de rebanho

De acordo com o infectologista da Unifesp, o termmo significa "imunidade de grupo (com efeito "rebanho", portanto) ocorre quando você tem uma grande proporção de uma população imunizada, ou seja, com anticorpos protetores para determinada doença, fazendo com que, mesmo indivíduos não imunes, terminem protegidos daquela infecção pela falta de capacidade do organismo (bactéria, vírus) de circular naquela população".

Infecção

Quando um organismo é exposto a um microorganismo capaz de causar uma doença, ele pode ser invadido. Se essa invasão acontecer e o patógeno conseguir se multiplicar dentro do corpo do hospedeiro, acontece uma infecção. "Tecnicamente, é a invasão em si dos tecidos pelo microorganismo, e sua multiplicação naquele ambiente. Ela pode ser sintomática ou assintomática", completa Brito. Pode ser causada por vírus, bactérias ou fungos, e geralmente, diante de uma infecção, o organismo reage e aparecem os sinais e sintomas de uma doença — como febre, dor muscular e tosse, na COVID-19.

Isolamento

Medida que visa a contenção de propagação de uma doença ao orientar as pessoas de uma determinada região a ficarem em casa, quando possível, evitando ao máximo sair às ruas. Subdivide-se em dois tipos: horizontal, que se caracteriza por ser um isolamento total, com todas as pessoas cumprindo essa recomendação; e vertical, que consiste no isolamento apenas daqueles que pertencem ao grupo de risco. No segundo caso, abertura do comércio e de instituições pode voltar gradativamente, e apenas pessoas assintomáticas recebem aval para circular nas ruas, desde que com máscaras.

Lockdown

É o bloqueio total, nível mais alto de segurança tomado como medida drástica no controle da propagação do vírus. Geralmente, um gestor decreta lockdown quando o sistema de saúde está prestes a entrar em colapso. Durante um bloqueio total, TODAS as entradas do perímetro são bloqueadas por profissionais de segurança e NINGUÉM tem permissão de entrar ou sair do perímetro isolado. Eficaz para achatar a curva, mas tem alto custo econômico.

Isolamento, quarentena, lockdown: melhores armas contra a propagação do novo coronavírus (Imagem: Pixabay)

Nitazoxanida

Remédio com ação antiparasitária, candidato a tratar a infecção causada pelo coronavírus. Atualmente em testes e liberado em alguns países, como a Inglaterra, não teve sua eficácia comprovada. No Brasil, o ministro Marcos Pontes confirmou que experimentos vêm sendo feitos com a medicação.

Paciente zero

Em epidemiologia, o primeiro paciente que contraiu uma doença e iniciou a propagação de um surto é chamado de paciente zero, ou caso índice. Ele é uma peça importantíssima na investigação epidemiológica, já que pode revelar as origens de uma nova patologia e suas formas de vetorização e propagação. Dependendo da trajetória do paciente zero, tal surto pode evoluir para epidemia e, posteriormente pandemia — como foi o caso do coronavírus, iniciado em Wuhan, na China. Segundo pesquisadores alemães, a paciente zero da COVID-19 é uma mulher que viajou de Xangai para a Alemanha para ter reuniões de negócios, e assim originou-se a pandemia atual. https://www.thelancet.com/journals/laninf/article/PIIS1473-3099(20)30314-5/fulltext

Pandemia

Pandemia é um tipo de epidemia, porém que se alastrou para várias regiões de um continente ou mesmo do globo em pouquíssimo tempo. Para que uma doença seja classificada como uma pandemia, o seu contágio precisa ser internacional e fora de controle, como vem acontecendo com o novo coronavírus. Ainda não há remédio para a cura ou tratamento dos sintomas, muito menos uma vacina. Viajantes começaram a espalhar o vírus para outros países, passando por diferentes estados e cidades de forma rápida, uma vez que a COVID-19 se espalha fácil e com uma velocidade assustadoramente alta.

Período de incubação

É o tempo que um ser humano leva desde que foi infectado por um vírus ou bactéria até começar a apresentar os primeiros sintomas de uma doença. Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), no caso da COVID-19, esse intervalo varia de 1 a 14 dias, durando em média 5 dias. "Ele pode ser curto, em doenças como a Covid-19, com duração de poucos dias, ou durar anos ou décadas, como pode acontecer na Hepatite B, por exemplo", completa o infectologista.

Pico (da curva)

Na curva epidemiológica, o topo do gráfico é chamado de pico. É o ponto mais alto na curva de infecção, que indica que o número de casos chegou ao máximo em determinada região e, dali em diante, tende a diminuir. Depende de uma série de fatores estatísticos e epidemiológicos para ser calculado.

Quarentena

Medida imposta por gestores locais (prefeitos, governadores ou até mesmo o presidente) para controlar a propagação de uma doença e garantir a manutenção dos serviços de saúde em um local determinado, de acordo com a Portaria nº 356/3020. Segundo o infectologista Marcos Cyrillo, "é quando você tem uma doença ou está no período de incubação, ou esteve em contato com outras pessoas contaminadas e precisa se manter isolado por um determinado tempo, de acordo com o período de incubação daquela doença".

Respirador (ou ventilador)

Aparelho que disponibiliza ventilação artificial aos pulmões de um ser humano. Segundo Daniel Almeida, professor de elétrica e automação, técnico em eletrônica e em instrumentação industrial, um ventilador pulmonar é um tipo de respirador: "usado no tratamento da COVID-19, é um dispositivo automático que é conectado às vias aéreas do paciente e que tem o objetivo de aumentar ou prover a ventilação para os pulmões". Sua principal função é fornecer oxigênio e retirar dióxido de carbono das vias do paciente.

Sintoma

Ao apresentar uma infecção, uma pessoa pode também apresentar sintomas. São características subjetivas, sentidas por um indivíduo frente a uma doença, e de extrema importância para que seja dado um diagnóstico. No caso da COVID-19, alguns sintomas são febre, dores musculares, dificuldade para respirar, perda de olfato e de paladar. Não confundir com sinais: estes, não são sentidos, mas sim visíveis pelo paciente e pelo médico. Manchas nos dedos, por exemplo, são sinais associados à COVID-19 — embora não exclusivos da doença.

Surto

Está associado ao registro repentino no aumento de casos de uma determinada doença, em uma determinada área. Quando doenças começam a ser monitoradas, epidemiologistas traçam previsões de contágio, envolvendo tempo, locais e população afetadas, e quando os números não chegam a alcançar as expectativas, o caso é considerado um surto. Surtos podem durar um pequeno período de tempo, entre dias e semanas, mas também pode existir por anos, e muitos deles já são esperados com frequência a cada ano, como o da gripe comum. Exemplo: surto de sarampo em uma comunidade.

De surto a pandemia: usar máscara, se precisar sair de casa, é essencial (Imagem: Reprodução/Getty)

Super contaminadores

Pode parecer mito, mas existem pessoas que contaminam mais que outras, principalmente quando o assunto é o novo coronavírus. Segundo o imunologista Artur Brito, "super contaminador é um "termo que vem sendo usado para definir pessoas com uma capacidade de transmitir doenças para mais pessoas do que o habitual". Embora o termo seja popular e não técnico, serve para denominar aqueles pacientes que contaminam proporcionalmente um grande número de pessoas. Em Gana, por exemplo, um desses super contaminadores infectou 533 pessoas em uma fábrica.

SARS-CoV-2

Nome dado ao novo coronavírus, causador da COVID-19. Ver Coronavírus.

Taxa de transmissão (R0)

Segundo o infectologista Artur Brito, "R0 ou número básico de reprodução é o número médio de contágios causados por cada pessoa infectada. Números maiores que 1 indicam uma taxa de transmissão sustentada, ou seja, os casos tendem a aumentar. O contrário ocorre quando esse número é menor que 1".

Teste (rápido ou RT-PCR)

"Existem basicamente dois tipos de teste: os sorológicos, que são aqueles que buscam anticorpos (imunoglobulinas) no sangue (o teste rápido é desse tipo) e os PCRs, testes moleculares, que detectam fragmentos do RNA do vírus nas secreções do nariz, da garganta e na saliva", explica Brito. Em outras palavras, testes de farmácia ou postos de saúde, que usam reagente e cujo resultado sai em poucas horas são também chamados de testes rápidos. Testes realizados em laboratórios, que exigem análises clínicas mais minuciosas, são do tipo RT-PCR. Ambos podem envolver coleta de material da mucosa nasofaríngea do paciente ou sangue.

Transmissão comunitária

Quando um patógeno é transmitido ao ponto de não poder mais ter sua origem identificada, mostra que ele já está circulando entre indivíduos de uma mesma comunidade — que não viajaram e nem tiveram contato com forasteiros ou estrangeiros. No caso do coronavírus, quando a COVID-19 chegou ao Brasil por meio de pacientes que estiveram no exterior, a propagação do vírus começou a ocorrer de pessoas para pessoas de uma mesma cidade. No Brasil, ainda em março de 2020, São Paulo e Rio de Janeiro foram os primeiros estados a apresentarem transmissão comunitária do vírus.

UTI

Unidade de Terapia Intensiva. É onde os pacientes de quadros graves recebem cuidados intensivos, respiram com ajuda de aparelhos e são monitorados constantemente. Quando a COVID-19 se manifesta de forma mais grave, seja em pacientes do grupo de risco ou não, eles são transferidos para as UTIs dos hospitais. Alguns tratamentos são tão complexos que apenas uma equipe especializada em cuidados intensivos pode realizá-los, com o auxilio de aparelhagem dedicada a complicações de várias origens.

Vacina

Suspensão com fragmentos ou patógenos neutralizados que, quando injetada ou ingerida, forma memória ao sistema imunológico do paciente para desencadear uma reação de defesa quando este for exposto a um vírus ou bactéria. No caso da COVID-19, várias empresas ao redor do mundo buscam desenvolver uma vacina para a doença, com destaque para projetos dos EUA, de Israel e da China. O grande trunfo da vacina é fazer com que um organismo passe a produzir anticorpos para determinada doença, sem precisar contraí-la.

Na corrida em busca da primeira vacina contra a COVID-19, EUA, China e Israel são destaques (Imagem: Xinhua)

Com informações de: Boletim Epidemiológico (Governo Federal), Organização Mundial da Saúde, The Lancet, Gov.br: Planalto

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