Kiwi Browser | Um navegador leve, cheio de recursos e open source [análise]

Kiwi Browser | Um navegador leve, cheio de recursos e open source [análise]

Quando se fala de navegador mobile, provavelmente o nome que vem à sua mente não é o do Kiwi Browser. Criado na Estônia pelo desenvolvedor Arnaud Granal, o app não é tão popular quanto Google Chrome ou Samsung Internet, mas tem recursos e estabilidade suficiente para não dever nada aos gigantes do setor.

Desenvolvido para ser uma opção leve, segura e funcional para quem quer navegar na web direto do celular, ele se mostra uma opção bastante viável como um aplicativo robusto e que não pesa, cheio de opções para personalização mas fácil de usar e capaz de se adequar a diferentes necessidades de uso.

Agora, você confere uma análise completa do Canaltech sobre este ótimo navegador. Este é o primeiro artigo de uma série que pretende abordar de forma opinativa e detalhada a experiência de uso com navegadores mobile. Tem alguma sugestão de qual pode ser a próxima análise? Deixe sua dica nos comentários após ler o nosso review.

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Tela de boas vindas do Kiwi Browser (Imagem: Douglas Ciriaco/Canaltech)

Ficha técnica

  • Kiwi Browser (Android)
  • Versão: Quadea
  • Testado em: Galaxy A8+ com Android 9

Visual personalizável

A interface do Kiwi não foge muito daquilo que se espera de um navegador atual: uma barra de endereços discreta e com poucos botões que favorece a leitura e deixa o foco todo no conteúdo exibido na tela. Sua página inicial traz links com as principais notícias do momento de forma localizada e ele também oferece um menu de acesso rápido a diversos sites. Tudo isso é personalizável e pode ser alterado ou removido, caso você queira.

Uma rápida navegada por suas configurações, porém, mostra que ele tem muito mais a oferecer do que uma tela inicial bacana. Visualmente falando, o primeiro destaque é o modo escuro cheio de opções: é possível deixar a barra do topo escura, clara ou permitir que ela varie conforme o site acessado (esta opção, porém, não funciona com qualquer site, o que é um tanto frustrante).

Barra do navegador muda de cor conforme o site visitado (Imagem: Douglas Ciriaco/Canaltech)

A versão dark do Kiwi vai além de escurecer as bordas e barras de todo o navegador. Aqui, é possível ativar uma opção para que o conteúdo dos sites visitados também seja exibido em uma versão escura. Isso pode ser legal, pois permite a você dar adeus ao fundo branco de qualquer publicação, mas também tem inconvenientes, pois altera até mesmo o esquema de cores de logos e pode deixar algumas páginas com a aparência de algo bugado.

Organização de sobra

A visão geral de abas abertas organiza tudo em "telas", digamos assim, algo parecido com o que faz o Safari. Essa não é a minha forma favorita de ver esse conteúdo, pois dificulta ter uma visão geral de fato sobre o que está aberto no momento. Mas é inegável que essa opção facilita a navegação entre as guias e também dá mais acesso ao conteúdo de cada uma delas sem precisar abri-las. Além disso, o Kiwi permite fechar cada aba apenas deslizando-a para o lado, outro recurso que dá praticidade ao app.

Nesta tela, as abas anônimas são exibidas em uma coluna separada, uma opção inteligente e que se mostra útil para diferenciar os conteúdos "privados" daqueles que ficarão registrados no histórico do navegador.

Visão geral das abas abertas organiza tudo em em "telas" (Imagem: Douglas Ciriaco/Canaltech)

Ainda falando das guias anônimas, o Kiwi traz uma espécie de "navegador privado embutido". Explicando melhor: quando você abre guias anônimas, elas podem ser rapidamente fechadas por meio de uma entrada na barra de notificações do Android ­— quem usa o Firefox Focus já conhece um recurso semelhante. Esse pequeno detalhe torna tudo bem mais simples na hora de navegar sem deixar rastros locais.

Outros pontos positivos em termos de usabilidade: a possíbilidade de deixar a barra de endereços na parte inferior da tela (ótimo para acesso rápido a esse campo) e suporte a gestos (deslizar o dedo a partir da barra de endereços vai abrir a tela de abas e permitir a navegação entre elas).

Faz-tudo

Em termos de navegação e compatibilidade, não houve nada que o Kiwi não pudesse realizar. Como utiliza a mesma raíz do Chrome, ele garante uma vasta adaptabilidade aos padrões mais recentes da web mobile. Ele é leve, consome poucos recursos do sistema mesmo com muitas abas abertas e rodou sem engasgos, algo que sugere fluidez mesmo em aparelhos mais simples.

O último destaque em termos de usabilidade é a possibilidade de desativar a versão AMP das páginas visitadas. A tecnologia do Google para carregar sites mais rapidamente no mobile acaba por modificar o visual das páginas em algumas ocasiões, algo nem sempre agradável. No Kiwi, isso não é um problema: é possível forçar que a versão carregada seja sempre a original (ou mesmo forçar a versão de desktop). Tal recurso soará como mera perfumaria para alguns, mas deve agradar os usuários mais chatos exigentes (me incluo aí).

Destaques

Entre os principais recursos do Kiwi, é possível destacar os seguintes:

  • Três opções de modo noturno;
  • Desativar o AMP de forma nativa;
  • Bloqueador de anúncios nativo;
  • Sistema de preenchimento automático facilmente editável;
  • Suporte ao gerenciador de senhas do Google;
  • Salvar páginas da web na tela inicial;
  • Mudar a posição da barra de endereços;
  • Atalho para pesquisar imagens no Google e para abrir o conteúdo em um app externo;
  • Suporte a extensões disponíveis na Chrome Web Store.

Se você é daqueles que quer levar as mesmas configurações e o histórico de navegação para toda parte, o Kiwi Browser vai decepcionar um pouco: não há um sistema de sincronização de dados entre dispositivos e o app não tem uma versão para Windows, Mac ou Linux. De longe, estas ausências foram as mais sentidas e figuram entre o principal, para não dizer único, ponto realmente negativo.

Kiwi Browser é bom?

A resposta curta é sim. Agora, uma explicação mais elaborada: o Kiwi Browser consegue ser bonito, personalizável e muito ágil. Navegar por ele é simples, ele conta com um alto grau de personalização que vai além do modo escuro tradicional e se apresenta como uma das mais satisfatórias surpresas do vasto universo de navegadores mobile da atualidade.

Sua pontuação nos testes realizado por benchmarks indicam que não deve ter muita coisa que ele não seja capaz de realizar. O fato de usar a mesma engine do Chrome (e do Opera, do Microsoft Edge e de tantos outros navegadores) facilita o seu trabalho em termos de compatibilidade e desempenho, com o Kiwi inclusive se saindo melhor que a sua "inspiração" em vários momentos.

Kiwi Browser
Abas abertas são organizadas em "telas" (Douglas Ciriaco/Canaltech)
Kiwi Browser
É possível fechar todas as abas abertas de uma só vez (Douglas Ciriaco/Canaltech)
Kiwi Browser
Um dos modos escuros do Kiwi altera inclusive o conteúdo dos sites — note a logo do Canaltech com o miolo escurecido (Douglas Ciriaco/Canaltech)
Kiwi Browser
Menu de contexto do app (Douglas Ciriaco/Canaltech)
Kiwi Browser
Opções do navegador (Douglas Ciriaco/Canaltech)
Kiwi Browser
Visual básico (Douglas Ciriaco/Canaltech)
Kiwi Browser
Topo da tela pode adquirir tons do site visitado (Douglas Ciriaco/Canaltech)

O suporte às extensões do Chrome deve ser o principal destaque para quem gosta de turbinar o navegador, enquanto o bloqueio nativo a anúncios e ao AMP também deve atrair quem prefere uma experiência mais crua e limpa, digamos assim.

A parte negativa pode ser a ausência de uma versão para navegador e de um sistema de sincronização para compartilhar configurações e recursos entre mais de um dispositivo. Esses detalhes inviabilizam a adoção do Kiwi como meu navegador oficial, mas isso é uma questão pessoal e que reforça o foco mobile do navegador. Para muita gente, isso não fará a menor falta.

Então, se você busca uma alternativa para Chrome, mas deseja algo visualmente parecido para facilitar a adaptação, o Kiwi é uma das melhores opções disponíveis na Play Store.

Leia a matéria no Canaltech.