Ao pé da letra

Coluna publicada no JORNAL DO PORTO dia 22-5-2020

Ao pé da letra

Chega, chega, chega...

Chega, chega, chega de escrever sobre a vida política, administrativa e social, de quem quer que seja.

Já que o coronavírus "virou" o mundo de ponta-cabeça, acho que faço parte disso tudo e por consequência percebo que os poucos neurônios que eu tinha, que já não eram lá essas coisas, foram pro beleléu.

Porque ficar falando, falando as mesmas coisas se elas continuam sendo as mesmas coisas? Porque ficar falando dos mexericos presidenciais se eles continuam as mesmíssimas coisas? Que porra loca é essa siô? Porque ficar falando, falando das trocas de ministros, etc., etc., e tal, se o chefe da nação troca mais de ministros do que troca de cuecas (como dizia o político ferreirense Ferdinando Melchioretto)? Mas o que eu tenho com isso mesmo? Nadinha de nada.

Mas, como um assunto leva a outro, surgiu na sessão da nossa Câmara Municipal um assunto, no mínimo inusitado talvez devido estarmos todos de ponta-cabeça. Li na edição passada na coluna "Brasil esta é a sua cara", do JP, que um vereador ao defender sua posição disse que: "...deveriam tirar a bunda da cadeira e ir trabalhar", ou mais ou menos isto. Isto virou uma pandemia na Câmara Municipal.

Bem, como já disse acima que não ia me meter na vida política, administrativa e social de ninguém, juro três vezes que vou cumprir a promessa. Não quero nem saber quem está certo ou errado, vou defender apenas a bunda que foi a mais atingida no caso.

Falaram que a bunda era um palavrão que não devia ser dito naquele recinto (Câmara Municipal), enfim, vou defender somente a bunda.

Pois bem, segundo o tataravô do meu amigo Policarpo, bunda "todo mundo" tem. Uns mais, outros menos, é verdade, mas tem. Outro detalhe, quase todas as bundas são bonitas (questão de gosto), depende do rebolado também, é claro.

A anatomia humana que estuda grandes estruturas e sistemas do corpo humano parece que não fala nada sobre a bunda especificamente. Em dias de pandemia acho a bunda é importantíssima, pois, além de ser um maravilhoso alvo para se tomar um belo pontapé (a atriz da novela Rainha da Sucata, Regina Duarte que o diga, parece que ela adorou), só não a usamos quando estamos em pé ou deitados, caso contrário, sentamos com a bunda. A bunda é tão importante quanto às mãos, os pés, os braços, as pernas, e, cada um na sua e sempre bem lavadinhas, limpinhas, não se esquecendo deste detalhe, como manda o protocolo oficial.

Qual é o problema em dizermos para alguém tirar a bunda da cadeira e ir trabalhar se o chefe da nação nos implora isso a todo santo dia?

Bunda não é palavrão não. Ela só tem cinco letras: B U N D A. Se alguém tem alguma coisa contra a bunda alheia é puro preconceito, pois antes de falarmos da bunda alheia é recomendável olharmos primeiro para a nossa própria bunda, né?

Desculpem, mas com essa quarentena que parece durar séculos estou literalmente de ponta-cabeça. E se for decretado o tal do "lockdow" então? Deus nos livre. Vai deixar muito mais gente loquinha, loquinha de tudo.

Bem, chega de prosa mole pra boi dormir, pois, palavrão mesmo é hidroxicloroquina com 17 letras (se não me engano), e parece que está fazendo uns efeitos colaterais dos diabos, lá pros lados do planalto central.

Tchau, tchau!

A vida... continua...

Contudo, sobretudo, antes de tudo, além de tudo...


Morre, aos 99 anos, o ex-governador de SP Laudo Natel


João Roberto Bellini e Dr. Laudo Natel ex-governador do Estado de São Paulo - (Foto do fotógrafo Célio do Foto 5 Minutos)

Morreu segunda-feira, dia 18, o ex-governador de São Paulo e ex-presidente do São Paulo Futebol Clube, Laudo Natel. Ele estava com 99 anos e completaria 100 anos em setembro.

Natel foi governador do Estado por duas vezes durante o período do regime militar. A primeira passagem foi em mandato tampão entre 1966 e 1967, quando substituiu Adhemar de Barros e depois entre 1971 e 1975, eleito indiretamente pelo colégio eleitoral.

Natel era conselheiro vitalício da equipe paulista e membro nato do Conselho Consultivo do São Paulo. Ele foi um dos responsáveis pela idealização do Morumbi na década de 1950 – inaugurado na sua gestão, em 1970 – e o centro de treinamentos do clube, em Cotia, leva o seu nome.

No tradicional clube da capital paulista, Natel foi presidente entre 1958 e 1972.

A causa do falecimento não foi divulgada.

Laudo Natel, homem simples, ajudou muito Porto Ferreira autorizando muitas obras para nossa cidade como relata o ex-prefeito Dorival em sua homenagem nesta edição e por isso gozava de um prestígio enorme no interior paulista. Visitava Porto Ferreira com frequência devido a suas amizades com as lideranças políticas locais.

Em 15 de junho de 1977, esteve em Porto Ferreira. Na ocasião, visitou a redação do Jornal do Porto, sendo recebido pelo diretor proprietário João Roberto Bellini, quando deixou sua mensagem de congratulação pela fundação do Jornal do Porto que ocorreu em 5 de junho de 1977, que estava apenas na sua 3.ª edição, isto há 43 anos atrás.

Mensagem:

"Ao travar conhecimento com o Jornal do Porto, novo órgão de imprensa de Porto Ferreira, cumprimento a direção e a equipe da casa".

"Formulo votos no sentido de que o jornal cumpra a finalidade a que se propõe, de trabalhar pelos interesses da comunidade".

Laudo Natel,15 de junho de 1977.


Adeus Laudo Natel, até breve

"É uma forma de solidariedade aos seus amigos, companheiros e seus filhos Ivan e Maurício.

Simples demais pelo meu reconhecimento quando na inauguração do Cristo Redentor, na minha casa ou no palácio dos bandeirantes você me atendia com sorriso nos lábios, deixando dessa forma um significado especial de amizade.

Quando você me deu, perdão deu ao povo de Porto Ferreira muito mais conforto como o elevado Tancredo Neves, o Minhocão, a ponte do Rio Moji ligando a cidade com o Cristo Redentor e adjacências, a cadeia e a delegacia pública que infelizmente está interditada há 16 anos, o Centro de Saúde e o Colégio Técnico Industrial, Ginásio de Esportes Adriano José Mariano, quadras esportivas nas escolas e tantas coisas necessárias para a nossa querida terra. Sim, emocionado pela sua vida que ajudou tanto não só nós como também os paulistas, eu continuo nas minhas observações e nas minhas orações a nossa eterna gratidão.

Vai em paz Grande Governador Laudo Natel."

Dorival Braga, ex-prefeito, ex-deputado Estadual