YouTube pode ter plataforma integrada para assinaturas de jornais, diz site
O Google está desenvolvendo uma nova ferramenta que permitirá que jornais, revistas e sites de cunho noticioso — veículos da imprensa em geral — vendam assinaturas de seus serviços exclusivos por meio de seus canais oficiais no YouTube. A informação não tem confirmação oficial, mas fontes do Digiday dentro de algumas das empresas do setor de imprensa asseguram terem recebido briefings da novidade em abril deste ano.
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Atualmente, vários periódicos no mundo contam com uma presença forte no portal de vídeos do Google, mas apenas como veiculação de suas próprias produções — vide o canal mantido pelo próprio Canaltech. Contudo, hoje em dia não há ferramentas relacionadas à oferta de produtos para assinantes. Isso pode mudar, já que a companhia estaria preparando um recurso para esse fim, com data de entrega até o final de 2020, dizem os informantes.
Para deixar claro: isso não é a mesma oferta de links de campanhas de financiamento coletivo ou lojas de e-commerce que você vê em vários canais. Essas seriam propostas que usariam um hyperlink a partir do YouTube, levando-o para outra página dedicada, integrada à própria plataforma.
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Novidade seria parte de projeto em desenvolvimento desde 2018
A premissa é a de que a nova ferramenta seja parte essencial da "Google News Initiative", uma ação inaugurada pela gigante de Mountain View em 2018 com o intuito de aproximar a empresa de publishers e membros de destaque da imprensa. A funcionalidade em questão, porém, ainda carece de acertar alguns detalhes, como o valor de comissão que o YouTube levaria pelas assinaturas realizadas nesse modelo.
Essa nova função, dá-se a entender, pode seguir um modelo de negócios parecido com aquele praticado pelo agregador de notícias Apple News: nele, publishers oferecem assinaturas e conteúdos exclusivos para membros pagantes de suas comunidades diretamente por um app em smartphones iOS e laptops equipados com MacOS — com a Apple levando uma parte da venda. Vale citar, porém, que esse formato não tem agradado muito as empresas do setor de imprensa, que reclamam da burocracia e da fatia destinada à empresa de Cupertino.
No caso do Google, tudo depende desse valor: se a fatia destinada ao YouTube for razoável, dada a adoção já massiva de veículos noticiosos pelo portal de vídeos, a ideia pode parecer bem promissora. Atualmente, youtubers costumam apresentar alto faturamento com publicidades e parcerias comerciais — tipicamente, 55% da receita dos anúncios veiculados no YouTube ficam para o dono do canal. Entretanto, veículos de notícias geralmente não conseguem o mesmo sucesso, pois as empresas temem posicionar suas marcas em proximidade a assuntos potencialmente controversos.
A ferramenta em desenvolvimento também contaria com vantagens como integrações de sistemas dos periódicos com a função "Subscribe with Google", inaugurada em 2018, tais como vídeos exclusivamente disponibilizados a assinantes pagos do canal. Há também a questão dos dados compartilhados entre as empresas e o YouTube, pois esse modelo leva em consideração a identificação dos usuários com os veículos de notícias — e os publishers certamente gostariam de saber o perfil de sua audiência.
Leia a matéria no Canaltech.