Polícia Metropolitana de Londres usará reconhecimento facial em tempo real

Polícia Metropolitana de Londres usará reconhecimento facial em tempo real

A Polícia Metropolitana de Londres comunicou nesta sexta-feira (24) que vai fazer uso da tecnologia de reconhecimento facial para a identificação de pessoas em tempo real. Com essa medida, a corporação londrina se tornará uma das primeiras forças policiais do ocidente a adorarem este software, outrora criticado por questões de privacidade e eficácia.

A corporação forneceu poucos detalhes sobre quando e onde a tecnologia seria usada. Em um comunicado, o departamento disse que o software ajudaria a combater crimes graves, como ataques violentos, abordagens com armas brancas e de fogo, exploração sexual de menores e vulneráveis, entre outras situações.

É bom lembrar que a polícia metropolitana de Londres não utiliza armas e, em meio à crise política e financeira que o país passou nos últimos anos, as taxas de violência na capital britânica não param de aumentar, também em função da diminuição dos investimentos em segurança.

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Segundo relatório criminal do Escritório de Estatísticas Nacionais da Inglaterra, de abril de 2018 a maio de 2019, os crimes com facas por lá — e também no País de Gales — aumentaram 8%. Neste período, a polícia britânica registrou 47.136 incidentes envolvendo objetos pontiagudos. Segundo a BBC, houve um esfaqueamento fatal a cada 1,45 dias desde o início do ano até maio. O aumento de 8% significa um aumento de mais de 3.300 incidentes relacionados a facas entre os períodos citados.

Imagem: The Independent

Debate sobre privacidade

A decisão ocorre em meio a um debate mundial sobre o uso de sistemas de reconhecimento facial. Os departamentos de polícia alegam que o software lhes dá uma vantagem tecnológica para capturar criminosos. Já os críticos dizem que a tecnologia é uma invasão de privacidade e está sendo implementada sem um debate público adequado.

No ano passado, um juiz decidiu que os departamentos de polícia da Grã-Bretanha poderiam usar a tecnologia sem violar a privacidade ou os direitos humanos. O principal órgão regulador de privacidade do governo local levantou algumas questões sobre o uso da tecnologia, assim como um relatório independente de um teste realizado pela Polícia Metropolitana.

A tecnologia que Londres deve implementar é mais avançada do que aquelas já em uso, que basicamente combinam uma foto com um banco de dados. Os novos sistemas tentam identificar pessoas em uma lista de vigilância da polícia com câmeras de segurança em tempo real para permitir que os policiais as detenham no local específico.

"Todos os dias nossos policiais são informados sobre os suspeitos que deveriam procurar. O reconhecimento facial ao vivo melhora a eficácia desse serviço. Como uma força policial moderna, acredito que temos o dever de usar novas tecnologias para manter as pessoas seguras em Londres", disse Nick Ephgrave, comissário assistente do departamento de polícia, em comunicado.

Grupos de privacidade criticaram imediatamente a decisão de Londres e prometeram tomar medidas legais para tentar interromper sua implantação. "Esta decisão representa uma enorme expansão do estado de vigilância e uma séria ameaça às liberdades civis no Reino Unido", disse Silkie Carlo, diretora do Big Brother Watch, um grupo de Londres que luta contra o uso do reconhecimento facial. "Este é um ataque de tirar o fôlego aos nossos direitos e nós o desafiaremos", completou.

Nos Estados Unidos, cidades como Nova Iorque, Chicago, Detroit e Washington estão usando ou já testaram essa tecnologia.

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