Porto Ferreira tem quatro casos de dengue confirmados em 2020 e alto índice de infestação

Foi encontrado um grande número de recipientes com água e larvas, o que é preocupante neste momento de maior circulação de vírus, devido aos deslocamentos das pessoas durante o final de ano e férias escolares

Porto Ferreira tem quatro casos de dengue confirmados em 2020 e alto índice de infestação

A Seção de Controle de Vetores da Secretaria de Saúde de Porto Ferreira divulgou esta semana números preocupantes com relação à dengue no município. Desde o dia 1º de janeiro já foram confirmados quatro casos da doença, sendo que outras 10 suspeitas aguardam resultados de exames. Há também uma suspeita de chikungunya.

Essas doenças são transmitidas pelo mosquito Aedes aegypti. A Seção de Controle de Vetores também iniciou as pesquisas referentes à 1ª Avaliação de Densidade Larvária do município de 2020, atividade que avalia o índice de infestação do mosquito nos imóveis e por todo o perímetro urbano.

A medição dos índices avalia as áreas de maior incidência do mosquito e com isso podem ser intensificadas as ações de prevenção às arboviroses (dengue, zika, chikungunya e febre amarela) durante o período de verão e chuvas abundantes.

Imediatamente às primeiras pesquisas, foi encontrado um grande número de recipientes com água e larvas, o que é preocupante neste momento de maior circulação de vírus, devido aos deslocamentos das pessoas durante o final de ano e férias escolares para diversas cidades do litoral e cidades vizinhas, onde as transmissões das arboviroses não cessaram em 2019.

Até o momento, o número de amostras corresponde a 1x1, ou seja, uma amostra de larvas para cada quarteirão pesquisado. "Esse fator é muito preocupante para nossa cidade, pois demonstra que apesar dos inúmeros esforços da equipe de controle de endemias em realizar as visitas diariamente em todos os imóveis do município, orientando e retirando inúmeros materiais inservíveis de terrenos baldios e residências, atividades de comunicação social no comércio, indústria, unidades de saúde e escolar, a população não tem mantido os locais livre de criadouros", disse a chefe da Seção de Controle de Vetores, Cláudia Beozzo.

Além da Avaliação de Densidade Larvária, a equipe tem realizado controle de criadouros nos bairros com números de notificações de suspeitas de dengue elevados para o início do ano, como Vila Nova, Centro, Jardim Primavera e Vila Daniel, onde também tem sido removido grande número de recipientes com água e larvas nas residências, comércio, imóveis especiais e pontos estratégicos.

Descarte de lixo irregular

O calor, as chuvas, recipientes sem cuidados, calhas e lajes entupidas, piscinas sem tratamento, bebedouros de animais, lixo descartado em terrenos baldios, pratos de vasos de planta com água, bandeja externa de geladeira com água e sem tratamento, brinquedos no quintal, bandeja de ar condicionado, pneus, ralos com água parada, garrafas e latas são os locais preferidos para proliferação do mosquito Aedes aegypti. Mas, como ele tem se adaptado cada vez mais a viver próximo das pessoas, qualquer tampinha de garrafa por menor que seja é um potencial criadouro. Não dá para descuidar.

"Dengue mata! O que temos observado é que esse fato não tem sido relevante para parte da população que insiste em manter atitudes de descaso quanto aos cuidados de prevenção. Não adianta tirar o lixo de dentro de casa e jogar no terreno vazio ao lado. Os mosquitos, assim como as baratas, os ratos, os escorpiões farão desse lixo seu local de alimentação e abrigo, mas visitarão sua casa para transmitir doenças e contaminação, além de acidentes, como picadas de escorpião. Ou seja, seu lixo volta para você em forma de doença e pode matar", alerta Cláudia.

Limpeza semanal

É extremamente necessária a vistoria em toda a extensão do imóvel, interna e externa, e a imediata eliminação dos criadouros e larvas do mosquito semanalmente, pois nesse período, com altas temperaturas, o mosquito se desenvolve em apenas 7 dias, da fase do ovo ao mosquito adulto. Portanto, se não houver a participação ativa da população na manutenção de seus imóveis, sejam eles residenciais, comerciais, empresariais, etc., o município pode ter seu número de casos positivos de dengue e demais arboviroses como chikungunya e zika aumentado, devido ao maior número de insetos contaminados no ambiente.

Vale lembrar que não há disponibilização de inseticida pelo Ministério da Saúde para eliminação dos mosquitos contaminados até o momento e não há previsão para liberação, de acordo com a Secretaria de Saúde.

"O uso indiscriminado de inseticida não traz resultados satisfatórios na contenção das doenças transmitidas pelo Aedes aegypti, pelo contrário, acaba fazendo com que o inseto adquira resistência aos produtos químicos. O inseticida só elimina o inseto, as larvas que permanecerem nos recipientes, vão nascer e continuar a transmissão das doenças. A única forma de diminuir a quantidade de mosquitos e das arboviroses é eliminando os criadouros", continua a chefe da Seção de Controle de Vetores.

Procure um médico

Outro fator importante é a necessidade de o paciente procurar atendimento médico quando apresentar sintomas de febre alta repentina, dor muscular e nas juntas, manchas vermelhas na pele, dor de cabeça, náuseas e vômitos. O médico avaliará o paciente e após a notificação de suspeita, o encaminhará para coleta específica de sangue na Vigilância Epidemiológica para o correto diagnóstico laboratorial de acordo com as datas dos primeiros sintomas.

Muitos pacientes melhoram nesse intervalo entre a notificação e a coleta de sangue e recusam-se a realizar o exame. Com isso, as ações não são finalizadas e o número de casos no município pode aumentar. Faça o exame solicitado, compareça na data agendada, mesmo com a melhora dos sintomas pois pode ser dengue, zika ou chikungunya, e todas são perigosas de acordo com seus sintomas específicos.

Com a notificação do paciente, a Seção de Controle de Vetores enviará a equipe aos endereços para intensificar as ações de eliminação de criadouros e orientações à população da área com possível transmissão por mosquitos Aedes aegypti e dessa forma atuar na contenção de transmissão do vírus circulante.

Cléber Fabbri – MTb 30.118

Fonte: Assessoria de Comunicação, Cerimonial e Eventos