Fundo investidor de empresas como Quinto Andar e Loggi terá perdas de US$ 12 bi

Fundo investidor de empresas como Quinto Andar e Loggi terá perdas de US$ 12 bi

O SoftBank anunciou na última segunda-feira (13) que registrará um prejuízo de cerca de US$ 12,5 bilhões (ou R$ 65,8 bilhões) em seu ano fiscal (que vai de 1º de abril de 2019 até 31 de março de 2020). As perdas são puxadas pelo Vision Fund, seu braço de investimentos, que gerencia um portfólio de cerca de US$ 100 bilhões. E uma das justificativas para esse rombo seria o desempenho cada vez pior de suas apostas em empresas de Tecnologia. No Brasil, o grupo japonês já fez aportes em companhias como Quinto Andar, Gympass e Loggi, sendo que as três se tornaram "unicórnios" (startups cujo valor de mercado ultrapassa US$ 1 bilhão).

O Vision Fund registrou perdas operacionais por três trimestres consecutivos, empurrando o Softbank como um todo para o prejuízo, algo que não ocorria há 15 anos. Em comunicado a seus investidores, o grupo japonês afirma que "a diferença na receita operacional é atribuída principalmente a perdas de investimento na ordem de US$ 16,7 bilhões do Vision Fund, resultante de uma diminuição de valor justo dos investimentos devido à deterioração do mercado ambiente".

Dentro desse cenário de "deterioração", está a crise gerada nos mercados pelo coronavírus, que atingiu em cheio as tentativas de Masayoshi Son, CEO do grupo, de reviver sua reputação entre os investidores. Isso porque a pandemia prejudicou seu portfólio global, que inclui empresas como Uber, OYO e Grab.

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Outro fator que ajudou a corroer as expectativas foi a aposta desastrosa do Softbank na rede de coworkings WeWork, que resultou em prejuízos bilionários - hoje o grupo detém 80% das ações e executa um plano de recuperação judicial da companhia, com a venda de ativos da mesma na ordem de US$ 41 bilhões.

WeWork: um dos grandes equívocos do Softbank

Além disso, na última semana, Son também afirmou que prevê a quebra de 15 empresas apoiadas pelo Vision Fund. Uma delas, a OneWeb, um provedor de internet via satélite, já entrou com pedido de falência em março desse ano, depois que o Softbank se recusou a entrar com um novo aporte financeiro, o que gerou uma perda líquida de US$ 7 bilhões para a empresa.

Em seu comunicado aos investidores, o Softbank não divulgou quais apostas do VisionFund em empresas de Tecnologia estavam com expectativas reduzidas no quarto trimestre.

Com a queda nos números, já há investidores protestando contra o Softbank. Um deles é o investidor ativista Elliott Management, que exige maior transparência no fundo, ao afirmar que as avaliações nebulosas das empresas que ganharam aportes contribuíram para o prejuído do grupo.

Para completar o cenário nada animador, o SoftBank vê suas vendas caindo 36% após a desconsolidação da operadora de telefonia móvel Sprint, que se fundiu com a T-Mobile US. As ações do grupo, que caíram 11,7% este ano, fecharam em queda de 3,4% antes do anúncio.

No mês passado, a SoftBank anunciou sua maior recompra de papeis de todos os tempos. O obejtivo era aumentar o valor de suas ações, que foram prometidas por Son como garantia para futuros empréstimos.

No Brasil, além dos unicórnios citados no começo dessa matéria, o Softbank também entrou com aportes financeiros em empresas como Creditas, Banco Inter, MadeiraMadeira e Vtex.

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