Amazon, Microsoft e IBM também reúnem dados de pacientes nos EUA
Google não está sozinho no mundo das empresas de tecnologia que possuem acesso e armazenam dados de pacientes dos hospitais americanos. Uma nova reportagem do Wall Street Journal, que revelou em novembro passado a parceria entre a gigante das buscas e a rede Ascension, revela que Microsoft, Amazon e IBM possuem acordos parecidos com outros hospitais.
O acesso aos dados é semelhante e inclui não apenas o prontuário com informações sobre razões do atendimento e estado de saúde do paciente, mas também o nome e data de nascimento. De novo, é citada a Lei de Portabilidade e Responsabilidade de Seguros de Saúde (HIPAA), que permite que hospitais compartilhem seus dados com parceiros de negócios, sem avisar os pacientes, desde que as informações sejam usadas "apenas para ajudar a entidade coberta a desempenhar suas funções de assistência médica".
A intenção por trás de todas essas parcerias com hospitais pode estar ligada ao desejo dessas empresas de tecnologia em produzir acessórios e produtos em geral que ajudem o consumidor a detectar, prever ou prevenir doenças e problemas de saúde com maior eficiência. Para isso, é preciso acumular dados para treinar algoritmos, como aponta o Mashable, que ainda cita a compra da Fitbit pelo Google como um exemplo dessa busca de startups e gigantes da tecnologia por dados de saúde.
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No sentido estritamente legal, não há nenhum problema, portanto, com essa movimentação. Mas há questões éticas que os americanos podem ter que discutir. Os pacientes não têm ciência de quais profissionais, e não apenas médicos, estão recebendo acesso a seus dados de prontuário. Lembrando que isso pode incluir nome e data de nascimento dessas pessoas. São dados sensíveis que desconhecidos recebem, sem o consentimento ou mesmo o conhecimento desses pacientes.
Missões aparentemente nobres
A reportagem do Wall Street Journal explica que a Microsoft está trabalhando junto a hospitais da rede Providence para desenvolver um "algoritmo do câncer" por meio de anotações dos médicos. A Amazon possui acordo similar com o Fred Hutchinson Cancer Research Center. Porém, nesses casos, as empresas dizem que nem sempre têm acesso aos dados pessoais dos pacientes e que sequer precisam dessas informações.
Já a IBM trabalha com o Brigham and Women"s Hospital para obter dados que possam identificar cada paciente. Mas, de acordo com o hospital, a companhia de tecnologia ainda não teve acesso a essas informações.
Por um lado, as intenções realmente podem parecer nobres e ajudam não apenas a melhorar a prevenção de doenças, mas também aceleram o atendimento de pacientes em hospitais cujos prontuários estejam disponíveis em um sistema centralizado. Por outro, segue a questão ética sobre o compartilhamento de informações pessoais sem o consentimento dos afetados. Uma questão que pode levar a movimentações por mudanças na HIPAA, que data de 1996, antes de tantos avanços tecnológicos.
Leia a matéria no Canaltech.
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