Manifesto do Jequitibá Rosa: ouçam antes que seja tarde

Eu sou um Jequitibá Rosa. Tenho mais de 600 anos. Já fui rodeado por floresta viva, rios limpos, pássaros em festa. Hoje, resisto em pé como testemunha silenciosa do que estão destruindo.

Não sou lenda. Sou prova. Sou dado, sou realidade. E não posso mais me calar.

Este manifesto não é sobre uma árvore. É sobre o colapso que se anuncia e que muitos fingem não ver. É sobre a destruição acelerada da Mata Atlântica, do Cerrado, da Amazônia, da Caatinga. É sobre cada nascente soterrada, cada animal silenciado, cada criança que crescerá num planeta mais hostil porque os adultos falharam.

Chega de discursos vazios. Chega de leis que protegem os destruidores. Chega de conivência institucional com o desmatamento, com o garimpo ilegal, com a pulverização de veneno nas lavouras e nas escolas.

Este manifesto denuncia: o Brasil está matando as árvores que sustentam sua água. Está eliminando o solo que sustenta sua comida. Está desrespeitando os povos que sustentam sua história.

E tudo isso é feito em nome de um falso progresso. Um modelo falido, concentrador, que alimenta o lucro de poucos enquanto empobrece o futuro de todos.

Não há mais tempo para neutralidade. Cada pessoa, cada empresa, cada governo precisa escolher: ser parte da destruição ou da regeneração. Não existe meio-termo.

Aos pais, ensinai aos filhos a plantar.

Aos políticos, exigimos coragem. Exigimos que a preservação ambiental não seja moeda de troca em acordos sujos. Exigimos investimento em reflorestamento, educação ambiental e agricultura que respeite a terra.

Aos jovens, o futuro é vosso — mas o presente também.

Este manifesto é um grito da floresta que ainda resiste. Um chamado aos que ainda têm consciência. E uma advertência aos que ainda acham que tudo isso é exagero: quando a última árvore cair, será tarde demais para discursos.

Eu sou um Jequitibá Rosa. E não falarei para sempre. Ouçam. Enquanto ainda há tempo !!!!!