Letrux, Liniker, Luedji Luna, Maria Gadú e Xênia França se unem em disco

Letrux, Liniker, Luedji Luna, Maria Gadú e Xênia França se unem em disco

Cantoras regravam músicas de Gilberto Gil, Ivan Lins, Lô Borges e Rita Lee em álbum originado de show militante. Em 1974, Chico Buarque era o alvo preferencial da censura que cerceava expressões artísticas no Brasil comandado pelo presidentes militares Emílio Garrastazu Médici (1905 – 1985) e Ernesto Geisel (1907 – 1996).

Sentindo a aproximação dos algozes, o compositor alertou sobre o perigo ao fazer música que, para driblar os censores, creditou aos fictícios irmãos compositores Julinho da Adelaide e Leonel Paiva.

Lançada por Chico no álbum sintomaticamente intitulado Sinal fechado (1974), a música Acorda amor batiza disco coletivo de espírito militante que une as cantoras Letrux, Liniker, Luedji Luna, Maria Gadú e Xênia França sob a direção artística da jornalista Roberta Martinelli.

Gravado com produção e direção musical de Délcio 7, baterista da banda paulistana Bixiga 70, o disco Acorda amor é um grito de resistência cultural que será arremessado em 28 de janeiro, em edição do Selo Sesc, com capa criada por Pedro Inoue.

Capa do álbum 'Acorda amor'

Arte de Pedro Inoue

Aliás, o disco é desdobramento do show de resistência apresentado em unidade do Sesc de São Paulo, em fevereiro de 2018, com o mesmo elenco de cantoras e com roteiro formado por músicas de compositores engajados na luta contra a repressão. Contudo, o repertório de Acorda amor foi sendo alterado na medida em que outras apresentações foram sendo agendadas.

No disco, as cantoras reciclam e ampliam os sentidos de músicas como Deixa eu dizer (Ivan Lins e Ronaldo Monteiro de Souza, 1973, na interpretação de Xênia França), Extra (Gilberto Gil, 1983, na voz de Luedi Luna), Não adianta (Luiz Carlos Fritz e Aloísio, 1977, na voz de Liniker), Nuvem cigana (Lô Borges e Ronaldo Bastos, 1972, com Maria Gadú) e Saúde (Rita Lee e Roberto de Carvalho, 1981, com Letrux), entre outras composições.