O Tempo e a Vida: Reflexões Profundas em Lya Luft

Em O Tempo é um Rio que Corre, Lya Luft nos convida a uma reflexão sensível e profunda sobre o tempo – esse bem tão precioso e incontrolável. Dividido em três partes, a obra traça um paralelo entre o ciclo da vida e o curso de um rio, abordando memórias, amadurecimento e transformação. Alternando entre prosa e poesia, a autora nos conduz por um caminho de introspecção, levando-nos a questionar o que estamos fazendo com nosso próprio tempo. Em uma sociedade acelerada, onde a pressa muitas vezes se sobrepõe à essência, este livro se torna um respiro necessário para pensar sobre a efemeridade da vida e a riqueza das experiências.

Neste poderoso livro, Lya Luft faz o leitor refletir sobre nosso mais precioso bem: o tempo.

O livro é dividido em três partes: Águas mansas, Maré alta e A embocadura do rio, sendo cada qual relacionado às fases da vida.

"O tempo é um rio que corre" ininterruptamente, afinal, da nascente até a foz, não há nada que pare o e seu curso de água natural. No título já podemos refletir muito a respeito da vida, das nossas vidas e o que estamos fazendo com nosso tempo.

Lançado em 2014, o livro é uma síntese da prosa de Lya, uma autora fantástica, porém apresenta entre capítulos, alguns poemas que nos atraem para momentos de reflexão e quietude. Momentos de degustação da leitura.

A autora parte da própria experiência para analisar a vivência humana, produzindo um balanço sensível de sua trajetória e compreendendo questões existências.

Diversas memórias são abordadas em mais de um momento temporal, retomando as sensações da época vivida bem como estabelecendo uma nova reflexão a partir da maturidade, contemplando, assim, as mudanças e a evolução de uma memória vivida e reconfigurada pela própria trajetória.

É um livro fluido, breve, mas muito denso nas ideias e pensamentos. Dai a minha certea de que a leitura é capaz de mudar a vida e o pensamento de muita gente. Em uma era marcada pela suposta falta de tempo, esta obra é muito importante para a reflexão sobre a cultura atual, entremeada entre a futilidade e a eterna juventude em que vivemos.

(...)Transitando em sua carreira entre a poesia, narrativas infanto-juvenis, prosas ficcionais, ensaios memorialísticos, além de traduções de autores consagrados, o livro retoma elementos de obras anteriores ao estabelecer uma profunda reflexão sobre a passagem do tempo a partir de um atento observador da vida, capaz de compreender as nuances e os percalços da trajetória humana. Como definido desde o título, o rio representa a fluidez do tempo, ecoando a famosa frase do filósofo Heráclito de que não nos banhamos duas vezes na mesma água de um rio. Demonstrando como o mundo permanece em constante transformação. Uma eterna modificação em que sempre há renovação, um simbolismo evidente com a mutação da vida. (...)