Transformando sonhos em realidade
Agente comunitária cria grupo para crianças e mostra o valor das ações da comunidade
Os nomes foram surgindo aos poucos: Alexandre, Davi, João Miguel, Nicolas, Valentina Esses são apenas alguns dos pequenos que, todas as sextas-feiras, se reúnem na Rua Maria Parras Pellisari, 55, no Jardim Anésia. Lá, a agente comunitária Cristina Silva abriu as portas para acolher sonhos e, com fé, sustentá-los com paciência e persistência.
Os desejos dessas crianças são os mesmos de tantas outras espalhadas pelo país. Elas sonham em ser bombeiros, cientistas, enfermeiras, médicas, policiais e, claro, jogadores de futebol. Mas, para que esses sonhos não se tornem apenas estatísticas da periferia, Cristina escolheu agir.
A realidade poderia ser um desestímulo. No bairro vizinho, Jardim Esperança, 28 pessoas foram presas recentemente em uma ação policial. Diante disso, muitos poderiam se resignar. Mas Cristina, ao invés de fechar os olhos, decidiu manter a esperança acesa.
E como não sonhar os sonhos de Helena? A estudante de 11 anos, aluna da Escola Dr. Djalma Forjaz, já tem seu primeiro rascunho literário pronto, fruto do incentivo recebido no grupo.
Enquanto pesquisadores do mundo inteiro estudam as favelas brasileiras sob a ótica da criminalidade, Cristina prefere olhar para o potencial das crianças. Bombeiros, cientistas, enfermeiras, médicas, policiais, jogadores de futebol E uma futura escritora.
Sem apoio financeiro, Cristina conta apenas com a ajuda da filha, a professora Júlia. Além das brincadeiras, o grupo se dedica ao estudo da Bíblia, cânticos e orações. Essas são as ferramentas que a adventista do sétimo dia usa para mostrar um novo caminho aos pequenos.
A história mostra que crianças em situação de vulnerabilidade podem trilhar novos horizontes quando recebem investimentos sociais, morais, educacionais e, por que não, religiosos? Projetos como o de Cristina oferecem um espaço seguro, onde carinho, atenção e valores ajudam a fortalecer a autoestima e a esperança no futuro.
Agora, ela busca apoio. Seja na forma de voluntários para ensinar música e louvores, seja por meio de incentivos educacionais. Seu projeto começou de maneira simples, com uma conversa entre ela e o pequeno Alexandre. Hoje, cresce a cada encontro, realizando não só o sonho de uma mulher, mãe e profissional, mas também de toda uma comunidade que acredita na transformação.
