Pessoas LGBT+: história, violência e preconceito

No mês de junho comemora-se o mês de aniversário do movimento LGBT+ no mundo. A data exata é 28/06. Na cidade de Nova York, em 1969, o bar Stonewall Inn era um local frequentado pela comunidade LGBT+ da cidade, sendo um dos poucos existentes para esse público. Nesse dia, já de madrugada, a polícia apareceu e começou abordar, de forma agressiva, mais de 200 pessoas que estavam ali, foi assim que surgiu uma revolta espontânea. Após a revista pela polícia, as pessoas não iam embora, permaneciam na frente do bar acompanhando os conflitos.

A polícia tentou impor suas ordens e os frequentadores resistiram, atirando alguns objetos nos policiais. O episódio só veio a terminar de manhã com a chegada de uma tropa especial da segurança pública que foi chamada para conter o ocorrido.

A revolta foi um marco do movimento LGBT+ no mundo, pessoas que pertenciam ao grupo eram vistas como criminosas e doentes, sendo duramente reprimidas e violentadas ao longo do tempo. A homossexualidade deixou de ser considerada uma doença pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em maio de 1990 e a transgeneridade somente em 2018.

Mas afinal, o que significa a sigla LGBT+? Preferi usar essa sigla, pois para quem não é da comunidade, provavelmente você leitor, são muitas letras para entendimento (hoje usamos LGBTQIA+), e isso não é a proposta desse texto. Basicamente a sigla que dizer lésbicas, gays, bissexuais, transgêneros e o sinal (+) todas as categorias não englobadas por essas quatros letras. A sigla serve para definir a diversidade sexual e de gênero de pessoas que não se engradam dentro da heterossexualidade (atração somente pelo sexo ou gênero oposto ao seu).

E por que é importante debatermos e lembrarmos sobre o assunto?

Olhando dados recentes, vemos que o que o Brasil é o país que mais pratica violência contra essa população no mundo, registrando 257 mortes somente no ano de 2023, dados do Grupo Gay da Bahia, a mais antiga ONG LGBT+ brasileira.

Desde 2019, a homofobia é criminalizada no Brasil. A determinação está atrelada à Lei de Racismo (7716/89), que hoje prevê crimes de discriminação ou preconceito por "raça, cor, etnia, religião e procedência nacional". E mesmo assim percebemos toda essa violência contra a comunidade

Segundo o site fundobrasil.org: "Cerca de 20 milhões de brasileiras e brasileiros (aproximadamente 10% da população), se identificam como pessoas LGBT+, de acordo com a Associação Brasileira de Gays, Lésbicas, Bissexuais, Travestis e Transexuais (ABGLT). Cerca de 92,5% dessas pessoas relataram o aumento da violência contra a população LGBT+, segundo pesquisa da organização de mídia , Gênero e Número, com o apoio da Fundação Ford".

Tivemos alguns avanços no país como a aprovação do casamento de pessoas do mesmo sexo, em 2011, e a adoção por casais homoafetivos, desde 2010, entretanto, avançamos muito pouco em relação à violência( dados acima) e ao preconceito, exemplo disso podemos ver no Congresso Nacional: a Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família da Câmara dos Deputados aprovou um projeto de lei que proíbe o casamento entre pessoas do mesmo sexo( projeto de lei 580/07 de outubro de 2023) , indo diretamente contra uma grande conquista da comunidade.

Torna-se necessário a sociedade civil ter acesso a esses dados pra que possamos pensar em políticas públicas para a comunidade LGBT+, principalmente em nossa cidade, onde nem conseguimos ter um Conselho da Diversidade Sexual, como temos dos idosos, negros, crianças e adolescentes, entre outros.

É muito importante o envolvimento de todos, para que a comunidade LGBT+ possa ter os seus plenos direitos garantidos em Constituição, como cidadão, independentemente de sua orientação sexual, pois a essa comunidade paga seus impostos como qualquer outra pessoa e não pode ficar vítima de violência e preconceito.

Não pedimos aceitação e sim respeito!

Pensemos nisso!