DEPUTADAS LANÇAM CAMPANHA MARÇO MULHER PARA FOMENTAR DISCUSSÃO EM TORNO DE PROPOSTAS DA BANCADA FEMININA

A procuradora ressaltou que, quando se trata de projetos de interesse das mulheres, todas as parlamentares se unem, independentemente de ideologias partidárias

DEPUTADAS LANÇAM CAMPANHA MARÇO MULHER PARA FOMENTAR DISCUSSÃO EM TORNO DE PROPOSTAS DA BANCADA FEMININA

Na abertura das atividades da campanha Março Mulher, realizada anualmente na Câmara na semana do 8 de março, devido ao Dia da Mulher, as participantes ressaltaram a importância da união em torno dos projetos de interesse do público feminino. A procuradora da Mulher na Câmara, deputada Maria Rosas, do Republicanos de São Paulo, destacou que, no ano passado, com apenas 77 deputadas, a bancada feminina conseguiu levar 280 projetos para a pauta da Casa, dos quais 83 já se tornaram leis.

A procuradora ressaltou que, quando se trata de projetos de interesse das mulheres, todas as parlamentares se unem, independentemente de ideologias partidárias.

"Precisamos debater, conscientizar, trazer para perto, todas as mulheres, porque, quando nós nos unimos, todos somos vitoriosos. Quando se trata da pauta da mulher, nós nos unimos, que é o direito da mulher, é suprapartidária a nossa Secretaria da Mulher, nós precisamos nos unir para que a vitória venha".

Outra vitória das mulheres, segundo Maria Rosas, foi a criação de procuradorias da mulher nos estados. No começo da legislatura passada, o Brasil contava com 170 procuradorias, hoje já seriam 590.

Apesar dos avanços, a realidade política brasileira ainda é bastante desfavorável às mulheres. Enquanto representam mais 51% da população, elas não chegaram a conquistar 17% das cadeiras na Câmara nas últimas eleições. O número de deputadas eleitas passou de 77 para 91, mas uma renunciou e seis se licenciaram dos mandatos para assumir cargos nos executivos. Apenas 87 seguem no exercício do mandato.

Presente na solenidade, a deputada Benedita da Silva, do PT fluminense, comemorou a entrada de mais mulheres na política, mas sublinhou que as conquistas femininas não são apenas das mulheres, mas de toda a sociedade.

"Nós estamos felizes por ter conseguido colocar mais mulheres na política, apesar de estarmos muito aquém, mas estamos assistindo também uma vontade enorme, de uma compreensão nesse momento, de que a questão da mulher não é uma questão da mulher, ela é da sociedade em que ela vive, portanto, nós temos de nos dar a mãos e acordar a sociedade em que vivemos para que os nossos representantes possam comungar com as ideias que estão sendo colocadas de projetos que também não são nossos, são projetos que fazem parte de um projeto de avanço, de inclusão, de transformação e de democracia".

De acordo com estudo realizado pela Organização das Nações Unidas – Mulheres, em 2020, o Brasil ocupava o nono lugar em participação política feminina numa lista com 11 países da América Latina e do Caribe. Na avaliação de critérios como atuação no Legislativo, Executivo e Judiciário, cotas e direito ao voto, o Brasil alcançou nota 39 e meio em cem. Ficou à frente apenas de Panamá e Chile. Em primeiro lugar, o México conquistou a nota superior a 66. Em seguida vieram Bolívia, Peru, Colômbia, Argentina, Honduras, Guatemala e Uruguai.

A campanha Março Mulher é realizada pela Secretaria da Mulher da Câmara, em parceria com a Procuradoria Especial da Mulher e Liderança da Bancada Feminina do Senado.