Tóquio não tem "Plano B" caso o COVID-19 adie os Jogos Olímpicos

Tóquio não tem

O Japão vem se preparando há quase seis anos para receber os Jogos Olímpicos de Verão deste ano e, apesar de todo o cuidado e infraestrutura de primeira que os orientais vêm construindo, eles não previam que uma grande ameaça pudesse adiar o evento. De acordo com a Reuters, a organização não está preparada para mudar a programação caso o novo coronavírus (SARS-CoV-2) não seja controlado a tempo, antes da estreia, no dia 24 de julho.

A informação teria vindo de uma autoridade sênior da própria Olimpíada de 2020, nesta sexta-feira (28). Katsura Enyo, vice-diretora geral do Departamento de Preparação para Tóquio 2020, afirmou que "não haverá mudanças na realização dos Jogos e tudo será realizado como planejado". O Japão investiu cerca de US$ 12 bilhões e torce para que os jogos não sejam cancelados, adiados ou movidos para outro local — vale destacar que o temor é grande, porque o país já contabiliza 200 casos confirmados e cinco mortes por conta do COVID-19.

Imagem: Reprodução/Forbes

O presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Thomas Bach, por enquanto mantém o cronograma e reforça que Tóquio está "totalmente comprometida" para manter tudo como foi alinhado anteriormente. Mesmo com a doença escalando rapidamente em vários países, a organização vem se mostrando irredutível com a possibilidade de mudanças. "Nós nem estamos pensando em quando ou em que contingência poderíamos optar. Não há nenhum pensamento de mudança em minha mente", disse Katsura.

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Japão investiu bastante em infraestrutura

O governo oriental construiu uma série de novas instalações para os Jogos Olímpicos, incluindo um Estádio Nacional de 156,9 bilhões de ienes (US$ 1,42 bilhão), e espera um grande impulso no turismo, que é prioridade no plano econômico do primeiro-ministro Shinzo Abe.

A Olimpíada já foi cancelada por conta da Segunda Guerra Mundial, o que permite às agências de publicidade precificar os prejuízos caso o evento não aconteça. Embora os números não tenham sido divulgados, estima-se que sejam o suficiente para que os investidores fiquem bastante preocupados — e essa é a maior pressão sobre o Japão.

Imagem: Reprodução/Reuters

A mídia japonesa diz que os organizadores chegaram a pensar em adiar os jogos por seis meses ou um ano, mas Katsura negou isso. Contudo, o Japão está considerando reduzir o revezamento da tocha olímpica e cancelou outros eventos esportivos com datas mais próximas. O time de beisebol Yomiuri Giants, por exemplo, jogará duas partidas da pré-temporada em um estádio vazio e a Maratona de Tóquio, que acontece no domingo (1) terá apenas os corredores de elite.

O prefeito de Londres chegou a sugerir que os Jogos Olímpicos fossem transferidos para a capital britânica, que sediou a edição anterior, mas os japoneses descartaram prontamente essa ideia. Até agora foram confirmados mundialmente mais de 84 mil casos do COVID-19, 2.876 mortes e quase 37 mil pessoas recuperadas.

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