Projetos comunitários, requerem espaço e voz, para efetividade e continuidade.

Publicada no JORNAL DO PORTO dia 19-8-2022

Projetos comunitários, requerem espaço e voz, para efetividade e continuidade.


Você conhece o Clube de Desbravadores Henry Berg e o Clube de Aventureiros Estrelinha de Jesus? São clubes de "escoteiros" pertencentes a igreja adventista, que realizam trabalhos de acampamentos, escotismo e sociais, tais como: limpeza de praças e distribuição de marmitas para pessoas em situação de rua, e para a população carente. A maior carência destes Clubes, é a falta de um espaço adequado para realizar suas atividades. Aos domingos eles se reúnem na área de lazer da "FEPASA", porque na região onde situa a sede, não há espaço adequado para realizações de seus projetos e atividades. Segundo a diretoria do Clube, eles gostariam de ter um local ideal, onde pudessem melhor servir a comunidade, mas faltam recursos e espaços públicos para que facilitem a vida das famílias que queiram inscrever seus filhos nos clubes.

Os projetos dos clubes têm históricos de transformações de vidas. São ideais simples, levantando bandeiras que conscientizam muitas famílias na prevenção ao trabalho infantil; pregam a valorização da natureza: água potável, ar puro, alimento saudável, exercício, repouso, temperança, luz solar e confiança em Deus. Interagem com as escolas e a comunidade, incentivando aos jovens a se tornarem atuantes e, o projeto Quebrando o Silêncio, que tem impactado famílias em Porto Ferreira e em todo o Brasil. É um projeto educativo, de prevenção contra o abuso e a violência doméstica.

Mas os clubes de "escoteiros" da Igreja Adventista não são os únicos, que precisam da mesma atenção e espaço, para serem efetivados. Lavind é morador do bairro Cristo Redentor. Ele tem como projeto, ensinar moradores interessados a aprenderem a trabalhar com a criação de vídeos por completo. Com conhecimento técnico em áudio e som, ele garante que tem muito a contribuir com a sociedade, ensinando a criar vídeos. Dênio é uma pessoa em situação de rua. Já foi garçom e atualmente luta contra o vício das drogas, buscando ocupar-se com alguma atividade voluntária, é seu objetivo criar uma horta comunitária, para ajudar a população carente.

Evandro e Rafael, fazem parte do projeto Nova Criatura, ligado à igreja Metodista. Eles têm como foco a ressocialização do ser humano, em vulnerabilidade social e na luta contra o uso de entorpecentes. Vanderlei Adão é morador do bairro Cristo Redentor e representa a comunidade local, na busca por melhorias em seu bairro. E o que eles têm em comum com o Clube Henry Berg e o Estrelinha de Jesus? A mesma busca por um espaço para desenvolver seus projetos comunitários e sociais, pois acreditam que a comunidade necessita destes trabalhos para alcançar melhorias.

A voz que escoa nos cânticos das crianças do Clube Estrelinha de Jesus e dos adolescentes do Henry Berg, enquanto treinam marchas para participarem de algum evento cívico da cidade, estão presos nas gargantas dos jovens e adultos do município, que desconhecem os direitos de cidadãos ou preferem o anonimato, temendo conflitos na reivindicação dos direitos instituídos.

É necessário entender que ações comunitárias de forma geral, necessitam de espaço para serem desenvolvidos, com serviços e atividades que, de uma forma articulada, possam conceituar como polos de animações com vista à prevenção de problemas sociais. Com ações semelhantes, outros munícipes serão beneficiados. É o caso de seu José, que cata reciclado para sustentar a família e acredita no poder dos projetos comunitários, para fazer a diferença. Já dona Maria, diz que vai ao mercado e por receber apenas o dinheiro do benefício social, Auxílio Brasil, não pode comprar frutas e verduras para os filhos. Crê que uma horta comunitária muito lhe ajudará nas despesas. Esse é o poder transformador de uma comunidade consciente, que se beneficia com seus projetos, mas também beneficia toda a sociedade, tendo espaço e voz pra efetividade e continuidade de seus ideais.