Conheça a origem e curiosidades do projeto de resgate da história de Porto Ferreira

Há mais de dois anos no ar, o projeto Porto de Memória realizou até agora 26 entrevistas com nomes consagrados da cidade, resgatando e preservando a memória coletiva local

Conheça a origem e curiosidades do projeto de resgate da história de Porto Ferreira


Carlos Drummond de Andrade, considerado um dos mais influentes poetas brasileiro do século XX, escreveu certa vez que as "as coisas findas, muito mais que lindas, essas ficarão". O trecho faz parte do poema, não à toa, intitulado de "Memória". Mas afinal o que são e para que servem as memórias? Como elas definem nossa identidade e origens? Qual a relação que podemos estabelecer entre o que passou e o que virá?

Só podemos conhecer do passado aquilo que ele deixou, aquilo que o tempo generosamente permitir. Rastros, vestígios, documentos… tudo pode ser desfeito e esquecido pelo tempo. Porém, as memórias, boas ou ruins, são o que ficam.

Com o intuito, portanto, de resgatar e preservar essas memórias, matéria-prima para a produção da história social e coletiva de um povo, o projeto Porto de Memórias nasceu em maio de 2020 e realiza desde então entrevistas com personalidades de nossa terra, que contribuíram na construção de nossa cidade, em uma dimensão territorial, mas especialmente política, social e cultural.

Vale recordar que, o contexto histórico em que o projeto surge, início devastador da Pandemia, implicava o isolamento domiciliar e o distanciamento social. Estávamos longe daquilo e daqueles que mais gostavamos. A possibilidade de rever rostos conhecidos, "que a muito tempo não se via", ouvir histórias que remontavam aos tempos de infância e juventude, causos, personagens folclóricos, entre outros, ressignificou a passagem do tempo dentro de casa.

Em meio às incertezas e inseguranças do período, um sopro de esperança se fez presente ao ouvir da boca daqueles que já passaram por muitos desafios e dificuldades, que é possível esperar algo de melhor para o futuro. Como uma janela do tempo e da realidade, o Porto de Memórias se abriu trazendo consigo lembranças e histórias, é verdade, mas também reflexões sobre o passado, sobre nossas ações no presente, e especialmente sobre o nosso projeto de futuro, pessoal e coletivo.

Recheado de símbolos e significados, o Porto de Memórias aglutinou em seu logo, os principais fundamentos do projeto. Seu nome faz referência às origens da cidade que se desenvolveu ao entorno do rio Mogi-Guaçu na presença da balsa de João Ferreira, dialogando poeticamente também com a ideia de um ancoradouro em que se atracam "embarcações" carregadas de memórias e histórias da comunidade local.

Neste sentido, a presença do termo "Porto" se relaciona duplamente com o nome da cidade de Porto Ferreira e com o espaço que o projeto se propõe a ser, de reunir e concentrar essas lembranças. As cores escolhidas buscam remeter ao passado e às tradições, e a presença da âncora no logotipo e na logomarca se associam ao imaginário portuário da cidade.

Hoje consolidado na sociedade ferreirense, com mais de 25 entrevistas gravadas e publicadas em parceria com o Jornal do Porto, o Porto de Memórias começou a ser planejado em meados de 2018, com início de um amplo processo de pesquisa e diálogos com profissionais da área, na perspectiva de se encontrar um formato multimídia para o produto que correspondesse às expectativas de acessibilidade e alcance do projeto.

Dessa forma, o objetivo geral do Porto de Memória é atuar como instrumento de resgate da memória coletiva da cidade de Porto Ferreira, por meio de produções jornalísticas que valorizem e preservem aspectos do passado (sujeitos, causos, festas populares, figuras folclóricas, espaços), democratizando por meio das mídias sociais como YouTube, Facebook e Instagram, em linguagem adaptada, o acesso a esses conteúdos.