Micros e pequenos empresários ferreirenses, falam sobre a situação comercial em tempos de pandemia

Publicada no Jornal do Porto dia 08 de julho de 2022

Micros e pequenos empresários ferreirenses, falam sobre a situação comercial em tempos de pandemia

"A economia já atingiu o fundo do poço", declarou o ministro da economia, Paulo Guedes, em uma tradicional live do presidente Jair Bolsonaro, no dia 25 de junho de 2020. Tal declaração foi ao encontro das 10,1 milhões de empresas no Brasil que interromperam suas atividades temporariamente durante a pandemia do coronavírus. Sobre tal situação, o micro empresário no ramo de oficina de automóveis, Fernando Romão, disse que a pandemia deu uma profunda balançada em seus negócios. Os clientes seguraram serviços e isto levou seu estabelecimento a um aperto econômico, mas foi possível manter-se em pé. Porém, a dificuldade deste período pandêmico, o fez ampliar seu serviço com a construção de uma nova oficina, para acompanhar o mercado. A ampliação do seu estabelecimento o levará a competividade, sem ter que fechá-lo.

Segundo informações do site do Sebrae, 73,4% da maioria das empresas não tinha uma situação financeira boa antes da crise da Covid-19. Destas, 49% disseram que as finanças estavam razoáveis, enquanto 24,4% responderam que estavam ruim. Mas, apenas 18,1% delas precisaram fazer demissões para manter a saúde financeira dos negócios.

Contrariando esta perspectiva, esteve o estabelecimento comercial do borracheiro Isaías Felix de Moraes. Há mais de 25 anos no ramo da borracharia em Porto Ferreira, o impacto do Covid-19 em seu negócio foi positivo.

Segundo ele, teve que trabalhar muito mais durante o período de pandemia e acredita que isto aconteceu, devido à falta de repasse do aumento da matéria prima aos seus clientes. "Passei por uma crise sem sofrer os impactos que ela causou. Louvado seja Deus, agradece o micro empresário".

Para Reginaldo Alvarenga, a maior crise que a Covid-19 lhe causou, foram com as mortes repentinas de entes queridos.

O pequeno empresário do setor de cúpulas e cerâmico artístico, enfatiza que o peso sentimental foi profundo e isto trouxe para muitos comerciantes a necessidade de pensar a vida e o próprio negócio.

Assim, viu-se obrigado a desenvolver novos métodos, para superar a grande crise mundial.

No entanto, Reginaldo comemora o fato de não ter que demitir funcionários para manter seu negócio.

Diferentemente das grandes empresas que tiveram ajuda do governo federal, ele afirma que toda esta situação serviu para mostrar que o mundo estava comercialmente nas mãos da China.

Ampliando sua visão comercial, o Alvarenga espera que o governo federal se aproxime mais das micros e pequenas empresas, mudando as perspectivas de incentivos para fortalecer o mercado interno e não deixar o País tão vulnerável, dependente de outros países em diversos aspectos econômicos.

Mesmo porquê, não há tranquilidade e estabilidade econômica que não seja atingida por uma grande crise, e os países mais dependentes de outras economias são aqueles que mais irão sofrer.

Se sofre o micro e pequeno empresário, sofrem também os seus funcionários. Na oficina de automóveis de Fernando Romão trabalham ele, um funileiro e seu irmão. Na borracharia de Isaías Felix de Moraes somente ele trabalha para atender a gama de clientela, mas na empresa do Reginaldo Alvarenga, trabalham vários funcionários.

Desde a execução inicial do serviço, à vendas, onde trabalham a Andreia Cardoso e a Natália Tom. E isto justifica a preocupação do Alvarenga em procurar mudanças para manter-se competitivo no mercado.

E por mais que tenha 25 anos de mercado igual a borracharia do Isaías, todos estão sujeitos a serem engolidos por grandes avalanches financeiras.

Portanto, a inovação diferenciará o pequeno negócio diante das crises, que podem causar perdas ou lucros, como relatou o próprio Moraes.