Dólar sobe para R$ 5,23 com temor ante recessão global

A cotação está no maior valor desde 11 de fevereiro. Com o desempenho de hoje, a moeda norte-americana sobe 10,04% apenas em junho. Em 2022, a divisa cai 6,2%

Dólar sobe para R$ 5,23 com temor ante recessão global

Em um dia de nervosismo global, o dólar superou a barreira de R$ 5,20 e atingiu o maior valor em mais de quatro meses. A bolsa de valores emendou a terceira queda seguida e chegou ao menor nível desde novembro de 2020.

O dólar comercial encerrou esta quinta-feira (23) vendido a R$ 5,23, com alta de R$ 0,053 (+1,02%). De manhã, a cotação chegou a operar próxima da estabilidade em alguns momentos, mas disparou após declarações do presidente do Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano), Jerome Powell.


A cotação está no maior valor desde 11 de fevereiro. Com o desempenho de hoje, a moeda norte-americana sobe 10,04% apenas em junho. Em 2022, a divisa cai 6,2%.


O dia também foi marcado pelo nervosismo no mercado de ações. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 98.080 pontos, com queda de 1,45%. O indicador está no menor nível desde 4 de novembro de 2020, pouco antes das eleições presidenciais que marcaram a derrota de Donald Trump.


Em audiência pública no Congresso dos Estados Unidos, Jerome Powell afirmou que a recessão da maior economia do planeta "é claramente uma possibilidade", após o Fed aumentar os juros básicos em 0,75 ponto percentual na semana passada. Mesmo com a possibilidade de encolhimento da economia norte-americana, Powell disse que o Fed tem "compromisso incondicional" com o controle da inflação, que está no maior nível em 41 anos nos Estados Unidos.


Os investidores interpretaram as palavras de Powell como um sinal de que o Fed pode aumentar os juros mais do que o esperado nos próximos meses. Taxas mais altas em economias avançadas estimulam a fuga de recursos de países emergentes, como o Brasil.


No plano interno, as negociações em torno de um possível aumento do Auxílio Brasil, do auxílio gás e da concessão de uma ajuda emergencial a caminhoneiros pressionaram o mercado. Parte dos investidores tem receio do impacto das medidas sobre as contas públicas.


*Com informações da Reuters