Creche Roberto Henrique João recusa proposta da Prefeitura para abrigar o projeto Espaço Amigo

A diretoria do Centro Municipal de Assistência/Creche Roberto Henrique João recusou uma proposta feita pela Prefeitura de Porto Ferreira para que a entidade passasse a abrigar o Serviço de Convivência e Fortalecimento de Vínculos Espaço Amigo. A decisão foi comunicada pela entidade ao prefeito Rômulo Rippa na segunda quinzena de maio.

Como já noticiou o Jornal do Porto, em 2022 se encerrou a parceria entre creche e Prefeitura, motivada pela construção da nova unidade pública municipal da Vila Maria (Núcleo de Educação Infantil Mãe Maria), que possibilitou a oferta de vagas, somadas às outras unidades da rede pública, de acordo com a demanda no município. Desta forma, a Prefeitura não poderia mais fazer convênio com a creche, ou seja, pagar para um particular ou instituição, uma vez que agora possui espaço físico próprio e condições para dar conta das vagas.

A maioria das crianças atendidas pela Creche Roberto Henrique João até então era desse convênio. Chegaram a ser aproximadamente 150 crianças, mas hoje estão na casa de 20. Assim, com o término da parceria e para não fechar as portas, a instituição, que foi fundada há 60 anos e que em 2022 tem sua sede completando 50 anos de existência, lançou campanhas e apelos à sociedade ferreirense para colaborarem com o trabalho sem fins lucrativos que desenvolve há meio século.

Sensibilizado, o prefeito Rômulo Rippa buscou oferecer uma alternativa para que a entidade prosseguisse com seu trabalho reconhecido na área de filantropia.

Assim, foi feita a proposta para o CMA abrigar o projeto Espaço Amigo, que atende a cerca de 100 crianças, com idades entre 6 e 11 anos em dois períodos (manhã e tarde), com atividades no contraturno escolar e que envolvem ações socioeducativas, de esporte e lazer, lúdicas, entre outras.

"Apontamentos da Secretaria de Desenvolvimento Social e Cidadania mostram a necessidade de uma expansão do projeto Espaço Amigo. É uma forma de tirarmos crianças das ruas, dos faróis, do trabalho infantil, e oferecer um acolhimento, atividades, educação e alimentação. Por isso pensamos na possibilidade de o Centro Municipal de Assistência encampar esse projeto. Seria uma forma também de contribuirmos com essa instituição que tanta tradição tem no município", disse o prefeito Rômulo Rippa à reportagem do JP.

A resposta enviada pelo CMA/Creche Roberto Henrique João foi apenas no sentido de que a instituição é voltada para o atendimento de crianças de 0 a 4 anos, ou seja, em idade de creche, e não outro público.

O prefeito se disse "chateado" com a recusa e citou o exemplo da Apae, que readequou seus serviços para poder firmar novos convênios com o poder público. "As entidades se adequam às novas realidades. Foi assim com a Apae, que hoje tem vários convênios firmados com o município, com dezenas de profissionais contratados. Oferecemos o Espaço Amigo como forma do CMA permanecer na filantropia. O público atendido é diferente, mas a causa e intenção são as mesmas. E após a recusa da diretoria não vemos outra forma de poder colaborar, infelizmente", concluiu o prefeito.