Vanderlei Meneses acaba de ser preso em Goiás; Tribunal acatou o pedido do MP

Vanderlei Meneses acaba de ser preso em Goiás; Tribunal acatou o pedido do MP

Vanderlei Meneses, que era sócio de Lucilene Maria Ferrari em hotel e chegou a ser preso em fevereiro de 2020, mas foi solto 2 meses depois por falta de provas, acaba de ser preso em Goiás. Mais informações no Cidade Alerta Interior, na Record TV. O corpo dela foi enterrado no dia 28 de abril deste ano após a ossada ser localizada por um cachorro, conforme reportagem divulgada em vários meios de comunicação. Ela estava desaparecida desde dezembro de 2019.

O tribunal acatou o pedido de liminar do MP:

O Ministério Público recorreu da decisão do juiz que não havia acatado o pedido de prisão feito pelo promotor, que acompanha o caso. O MP recorreu e pediu novamente a prisão de Vanderlei.

A decisão veio uma semana depois da confirmação que a ossada encontrada era do corpo de Lucilene.


Veja a seguir uma cronologia do caso:


Desaparecimento – Lucilene contava com 48 anos de idade quando desapareceu, após ter deixado sua casa, no dia 24 de dezembro de 2019, véspera de Natal, para ir passar o dia 25 na casa de sua irmã, em Descalvado. Logo no início, seu sócio Vanderlei Meneses foi apontado como suspeito. Ele, que teria registrado o boletim de ocorrência do desaparecimento no dia 27 de dezembro, manteria um relacionamento amoroso com a empresária, mas desde sempre negou qualquer envolvimento.

No início das investigações manchas de sangue foram encontradas no hotel de Lucilene e em um automóvel de um hóspede, que foi utilizado pelo sócio na noite do desaparecimento. As manchas foram identificadas por meio de perícia com o produto chamado luminol.

Familiares de Lucilene conseguiram recuperar no computador da empresária vários arquivos que teriam sido apagados. O material seria analisado pelas autoridades policiais. Outros suspeitos também foram investigados, como um homem que trabalhou num supermercado da cidade e que também não foi mais visto depois que prestou depoimento.


Cães farejadores – No dia 13 de fevereiro de 2020 viaturas da Polícia Militar e Polícia Civil de Porto Ferreira estiveram no hotel, localizado na avenida Professor Henrique da Motta Fonseca Júnior, no Centro. O canil da PM foi usado para buscar pistas sobre o desaparecimento nas dependências do hotel e num terreno na Vila Sybilla, mas sem sucesso.

Na ocasião, o delegado que presidia o inquérito, Dr. Eduardo Henrique Palmeiras Campos, afirmou que não havia nenhuma pessoa específica sendo investigada, mas várias sobre as quais estavam sendo colhidos depoimentos. O delegado também afirmou que empresas estavam fornecendo dados para análises, como imagens de câmeras etc. E que o Ministério Público e o Poder Judiciário estavam atendendo aos pedidos da Polícia Civil, como expedição de mandados etc.

Vanderlei e Lucilene se conheceram quando ela ainda era casada. Mas o marido da empresária morreu em 2016, num grave acidente de carro. Aos poucos, então, o sócio foi conquistando a confiança da viúva e teriam assim mantido um relacionamento amoroso.

As informações da época davam conta que Vanderlei havia entrado em contradições ao prestar informações à Polícia. Ele negou o relacionamento amoroso, mesmo com muitos depoimentos contrários. Mas a Polícia teria conseguido comprovar com vídeos, fotos, mensagens e testemunhos a relação. As contradições ainda versavam sobre os horários na véspera de Natal. O sócio teria dito que esteve o tempo todo no hotel, mas câmaras o mostram caminhando em frente Lucilene, próximo à rodoviária. Ele não conseguiria também explicar onde esteve num intervalo de tempo no dia 24/12.

Vanderlei tinha uma namorada, que também prestou depoimento e se equivocou em algumas informações. Outro que foi investigado era o funcionário de um supermercado ali próximo, que foi a única pessoa que se hospedou no hotel naquela madrugada do Natal. Ele mesmo se apresentou para prestar depoimento.


Vanderlei depõe – No dia 17 de fevereiro de 2020 Vanderlei prestou depoimento por mais de 5 horas na Delegacia, acompanhado por seu advogado, Dr. Natanael Xavier. Participaram da tomada do depoimento um delegado, dois investigadores e dois promotores da região. Após a oitiva, Vanderlei disse que prestou todas as informações que lhe foram solicitadas e que tudo transcorreu normalmente. Já seu advogado disse também que tudo foi esclarecido e que as autoridades iriam juntar o que foi falado para dar sequência no inquérito policial.

De acordo com informações divulgadas, a Polícia queria saber, principalmente, por que o celular do sócio emitiu sinais de uma área de mata na noite do desaparecimento de Lucilene. O advogado explicou que essa questão da localização não é exata, e sim apenas uma estimativa. Que seu cliente teria passado num ponto próximo da mata, onde existe uma rodovia, e se dirigiu a um pesqueiro à beira do rio Moji-Guaçu, perto de onde cães farejadores da Polícia Militar estiveram fazendo buscas pelo corpo, mas sem sucesso.


Vanderlei é preso – No final de fevereiro de 2020 Vanderlei teve prisão temporária expedida pela Justiça, após pedido do delegado Dr. Eduardo, que ouvira o depoimento de uma mulher e concluiu que o suspeito estava interferindo no curso da investigação policial.

A testemunha compareceu acompanhada de seu advogado. Ela teve contato com Vanderlei no dia do desparecimento de Lucilene, por volta das 15 horas. Mas o delegado disse que não poderia entrar muito em detalhes porque o caso estava em segredo de justiça. No entanto, confirmou que, segundo a testemunha, esta teria recebido R$ 280 de Vanderlei para dar uma informação à Polícia que não fosse de acordo com a verdade dos fatos.

No dia 29 de fevereiro de 2020, um sábado, Vanderlei foi levado à Delegacia de Polícia de Porto Ferreira, preso, quando um grupo de moradores passou a xingá-lo. No dia 2 de março, o advogado de Vanderlei, Dr. Natanael Xavier, em entrevista contestou o depoimento da testemunha que revelou ter recebido o suposto suborno de seu cliente para mentir e dizer que esteve com ele às 19h do dia 24 de dezembro, quando a empresária sumiu.

Poucos dias depois a família de Lucilene teria anunciado o oferecimento de uma recompensa em dinheiro, no valor de R$ 10 mil, para quem fornecer alguma pista ou informação sobre o seu paradeiro.

No dia 24 de abril a edição impressa do Jornal do Porto trouxe reportagem sobre entrevista concedida pelo advogado Dr. Natanael Gonçalves Xavier, defensor de Vanderlei, ao programa "Abordagem Regional", que foi ao ar dois dias antes, da rádio Comunidade FM, apresentado por Paulo Carvalho.

O advogado respondeu alguns questionamentos de ouvintes, e por conta da decretação do segredo de justiça apenas citou que naquele dia houve o cumprimento de um mandado de busca e apreensão na residência de uma pessoa. O advogado ainda, em vários momentos, deixava claro que a Polícia investigava um desaparecimento, e não um homicídio, e que seu cliente não teve envolvimento no caso.

Vanderlei seria colocado em liberdade no dia 28 de abril, após cumprir 60 dias de prisão temporária (30 dias no pedido inicial, renovada por mais 30 dias, por suspeita de crime hediondo).


Corpos encontrados – Ainda em 2020, no dia 7 de junho, foi localizado um esqueleto humano (ossada) numa área próxima a uma olaria em Porto Ferreira, mesma região de busca onde estiveram cães farejadores da Polícia Militar no dia 13 de fevereiro. Havia também na região roupas femininas. O local é usado para descarte de entulhos e pessoas que trabalhavam no local encontraram o esqueleto e acionaram as autoridades.

Em setembro, exame de DNA comprovou que o corpo encontrado não era de Lucilene, mas de Morgana da Silva, mulher que havia desaparecido em 15 de março de 2020.

Mais de um ano depois, em outubro de 2021, um corpo foi encontrado enterrado em uma área de mata de difícil acesso em Porto Ferreira, próxima ao município de Pirassununga. Um cachorro de trabalhadores rurais teria encontrado o cadáver. No local havia cimento e cal e o corpo estava sem um braço e sem roupas.

Agora, em abril de 2022, o Instituto de Criminalística concluiu o laudo de DNA e confirmou que o corpo era de Lucilene. A família disse que o local é o mesmo onde o sinal do celular de Meneses foi rastreado.


NOTA DA REDAÇÃO: Devido ao fechamento do Jornal do Porto impresso ter ocorrido no período da manhã, sua capa registra outra manchete. Valendo assim essa informação mais recente sobre o fato ocorrido sobre o Caso Lucilene. Fatos esses apurados pela fonte abaixo.