Levantamento em cidades da região mostra Porto Ferreira com maior preço de gasolina na bomba

Publicada no JORNAL DO PORTO dia 19-11-2021

Levantamento em cidades da região mostra Porto Ferreira com maior preço de gasolina na bomba

Um levantamento feito pelo portal G1, com base nos dados fornecidos pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), mostrou que Araras (SP) é a única cidade da região, entre dez pesquisadas, que vende o litro da gasolina a menos de R$ 6.

Segundo o órgão, na semana entre 7 e 13 de novembro foi encontrado um posto no município com o valor de R$ 5,95.

Em contrapartida, a matéria publicada no G1 diz que Porto Ferreira foi o município com o maior preço encontrado na bomba, vendido a R$ 6,79 o litro.

A cidade com o valor médio do combustível mais em conta para o bolso do consumidor é São João da Boa Vista, onde a média dos 14 postos visitados é R$ 6,27.

São Carlos permanece sendo a cidade com o maior valor médio da gasolina. No levantamento anterior - entre os dias 31 de outubro a 6 de novembro - o preço médio do litro foi de R$ 6,53. Uma semana depois, esse valor subiu para R$ 6,63.


Porto Ferreira – As informações divulgadas pelo levantamento podem ser contestadas. Pelo menos um posto de combustível em Porto Ferreira vendia até o início desta semana o litro da gasolina abaixo dos R$ 6, assim como foi dito em relação a Araras.

Pelo levantamento publicado no G1, Porto Ferreira tem o preço médio da gasolina comum a R$ 6,54 (mínimo de R$ 6,19 e máximo de R$ 6,79), sendo que a aditivada sobe para R$ 6,89 o preço médio. Já o etanol está com preço médio de R$ 5,48 (mínimo de R$ 5,09 e máximo de 5,79) e o diesel a R$ 5,36 (mínimo de R$ 5,21 e máximo de R$ 5,56).

Lembrando que, geralmente, em Porto Ferreira os chamados postos "de bandeira" cobram valores maiores pelos combustíveis. Até bem pouco tempo atrás havia muito pouca divergência entre os valores praticados pelos postos "de bandeira" entre si. Da mesma forma, os postos "sem bandeira" também praticavam preços muitos semelhantes, muitas vezes idênticos.

Os constantes aumentos dos combustíveis este ano, contudo, se por um lado é ruim para o bolso do consumidor, por outro pelo menos trouxe um pouco mais de competitividade e variedade de preços praticados entre os postos ferreirenses. Ou seja, se o consumidor pesquisar um pouco pode encontrar melhores ofertas.


Subida de preços – Mas, afinal, por que os preços dos combustíveis não para de subir?

São vários os fatores. Primeiro, é preciso entender como os preços da gasolina e do diesel são definidos. A formação do preço dos combustíveis é composta pelo preço exercido pela Petrobras nas refinarias, mais tributos federais (PIS/Pasep, Cofins e Cide) e estadual (ICMS), além do custo de distribuição e revenda.

Há ainda o custo do etanol anidro na gasolina, e o diesel tem a incidência do biodiesel. As variações de todos esses itens são o que determina o quanto o combustível vai custar nas bombas.

Mas o principal "motor" das altas da gasolina e do diesel vem sendo o real desvalorizado. O petróleo já esteve num valor acima do atual, e o combustível não custava o que custa hoje. O que dá força para esse movimento de perda de valor da moeda brasileira são as várias incertezas dos investidores com relação ao rumo da política econômica do governo Jair Bolsonaro.

Há ainda um fator adicional de pressão. O valor do combustível também é influenciado pela recuperação da cotação do petróleo no mercado internacional. Depois do choque provocado pela pandemia de coronavírus, a economia global deve ter um crescimento robusto neste ano, o que aumenta a busca pela commodity e, consequentemente, ajuda a puxar os preços para cima.

No governo Michel Temer, a Petrobras alterou a sua política de preços de combustíveis para seguir a paridade com o mercado internacional. Os preços de venda dos combustíveis praticados pela estatal passaram a seguir o valor do petróleo no mercado internacional e a variação cambial. Dessa forma, uma cotação mais elevada da commodity e/ou uma desvalorização do real têm potencial para contribuir com uma alta de preços no Brasil, por exemplo.

Na administração Dilma Rousseff, para evitar uma escalada da inflação, o governo evitava a reajustar os preços administrados, como os da energia elétrica e dos combustíveis.

A medida não era bem aceita pelos investidores por ser considerada uma intervenção do estado na economia.